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17/01/2022

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 17 de janeiro de 2022                                                       Ano 16 - N° 3.578


Produtor celebra bom resultado alcançado com sistema de irrigação no município de Relvado

Apostar em alternativas e em tecnologias que possam mitigar os efeitos da estiagem, este tem sido um dos objetivos da Emater/RS-Ascar, em parceria com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) do Governo do Estado - que destinará mais de R$ 200 milhões em projetos de reservação de água e qualificação da irrigação. "Apresentar aos agricultores políticas públicas e tecnologias diversas que possam compensar a escassez de água em tempos de seca é, afinal, uma das metas da Instituição", resume o gerente regional da Emater/RS-Ascar Cristiano Laste.

O que parece ser um grande dilema, explica Laste, pode muitas vezes ser encaminhado por meio de iniciativas não tão complexas, sustentáveis e de menor investimento, como é o caso da construção de cisternas ou a preservação de fontes. Aliás, foi justamente uma fonte protegida, que alimenta um açude de 1,5 hectares, que possibilitou ao produtor aposentado Alexandre Perin, de Relvado, ter acesso à água necessária para que não houvesse perdas nos cinco hectares de milho plantados na propriedade, que fica na Linha Carlos Gomes.

Perin salienta que a reflexão sobre a necessidade de irrigação da lavoura já surgiu junto com a implantação desta, há cerca de dois anos. "Lembro que na época fui conhecer uma experiência de um agricultor de Encantado, que já adotava o sistema de irrigação por aspersão, que minimizava as perdas pela estiagem", recorda. Não por acaso, o produtor procurou a Emater/RS-Ascar logo depois, para que o projeto de crédito já pudesse ser encaminhado com este investimento, discutindo ainda quais os caminhos para proteger uma fonte de forma legal, sem comprometer o meio ambiente.

Para o extensionista da Emater/RS-Ascar Marcelo Figueiredo Ramos, a experiência vivida por Perin garantirá não apenas a safra como a safra com qualidade, já que ele não precisará de terceiros para comprar milho para a silagem dos cerca de 15 animais que mantém na propriedade. Tanto é que a expectativa é de que ele colha mais de 120 sacos de milho por hectare, podendo fazer mais adiante a rotação para o plantio de milho safrinha. "Isso sem deixar de estar atento a outros aspectos importantes, caso da análise de solo", observa Ramos.

"Muitas vezes temos a impressão de que essas tecnologias para a irrigação são complexas e que envolvem uma grande burocracia, mas não", reforça o extensionista, que reafirma que a importância de linhas de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) como um dos caminhos. "A gente mora em um Estado que possui uma boa abundância pluviométrica, devendo os gestores públicos - com o apoio das prefeituras, da extensão rural - apoiar os agricultores para iniciativas do tipo", finaliza.

As informações são da assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional de Lajeado.


Estiagem já prejudicou 207 mil propriedades

Levantamento da Emater também indica que prejuízos são maiores nas regiões Norte e Noroeste e podem chegar a 60% na cultura do milho

Os efeitos da estiagem que assola o Rio Grande do Sul desde novembro do ano passado já foram sentidos em pelo menos 207 mil propriedades rurais de 8 mil localidades do Estado. Além de perdas nas lavouras, pastagens, pomares, hortas e na produção de leite, 10,5 mil famílias estão com dificuldades para ter acesso à água. Os dados são do primeiro Informe de Evento Adverso, divulgado ontem pela Emater/RS-Ascar. O boletim será atualizado semanalmente.

As novas informações mostram a evolução do quadro em apenas duas semanas. Em levantamento anterior, levado pela instituição a uma reunião de secretarias do governo do Estado em 3 de janeiro, o número de propriedades que enfrentavam algum tipo de problema em relação ao fenômeno era de 140 mil, entre as quais estavam 6 mil que apontavam insuficiência no abastecimento de água.

Segundo a Emater, os dados foram consolidados a partir de informações dos extensionistas rurais das suas 12 regiões administrativas. Até a primeira quinzena de dezembro de 2021, os impactos da estiagem nas atividades agrícolas foram maiores em Ijuí, Frederico Westphalen e Santa Rosa. A partir de então, os
efeitos da estiagem se espalharam para as demais áreas do Rio Grande do Sul.

O levantamento revela que 77,7 mil lavouras de soja sofreram algum tipo de dano por falta de água e admite que o plantio pode ficar em 95% do que era estimado inicialmente por falta de condições de avançar em terra muito seca. As perdas estão estimadas entre 3% e 26,5% nas diferentes regionais da Emater.

No cultivo de milho, 90,1 mil plantações sofrem com a estiagem. Os prejuízos, que não são homogêneos, são maiores nas lavouras das regiões de Erechim, Frederico Westphalen, Ijuí, Passo Fundo, Santa Rosa e Soledade, onde podem chegar a 60% da produção estimada.

Em função dos impactos da estiagem, a Emater confirmou que vem sendo demandada para atendimento de inúmeras solicitações de comprovações de perdas nos cultivos que sofreram os maiores prejuízos. As regiões de maior incidência de comunicados são as de Ijuí, Santa Rosa e Frederico Westphalen. Além disso, há uma tendência crescente em Erechim e Passo Fundo.

EMERGÊNCIA EM MAIS DA METADE DOS MUNICÍPIOS: O número de municípios gaúchos que decretaram situação de emergência chegou a 262 ontem, com a inclusão de mais 23 na relação feita pela Defesa Civil do Estado. Com isso, a medida foi adotada por mais da metade das prefeituras – 52,7% de um total de 497. Dos decretos emitidos até ontem, 123 já foram homologados pelo governo gaúcho. Desse total, 60 municípios já tiveram o status de emergência reconhecido pela União e a partir de agora poderão solicitar recursos ao Ministério do Desenvolvimento Regional.

As informações são do Jornal Correio do Povo.




Uruguai: produção de leite caiu, custos subiram e há preocupação com a falta de água

A produção de leite no Uruguai caiu em janeiro, e a disponibilidade de água nas fazendas leiteiras é diferente dependendo da área. Os custos de produção aumentaram devido as pastagens já estarem sofrendo com déficit hídrico e em várias fazendas está sendo utilizada a forragem reservada para o inverno ou concentrados, o que permitiu que os animais tivessem uma boa condição corporal.

Nas fazendas da região de Canelones "a situação é complexa porque a água não está regularizada", disse Justino Zavala, líder da Associação de Produtores de Leite de Canelones. Nas fazendas leiteiras da região de Santa Lucía e algumas próximas a Canelones, “onde a quantidade de água era impressionante”, espera-se que o sorgo forrageiro e o milho possam ter uma importante rebrota; mas no resto das fazendas leiteiras "é muito complicado", alertou.

Em áreas como Aguas Corrientes, onde as últimas chuvas registraram recorde de 3 mm, o crescimento das pastagens fica comprometido. “Temos aguentado com alfafa e um pouco de sorgo forrageiro, mas a partir de agora vai ficar complicado”, disse o produtor de leite. 

A captação do leite caiu 2%

Na Flórida, onde existem várias regiões declaradas como emergência agrícola devido ao déficit de água, "as coisas estão um pouco complicadas", disse Fabián Hernández, presidente da Sociedade de Produtores de Leite da Flórida.

Segundo ele, vários produtores que têm suas fazendas em áreas onde não há emergência agropecuária "estão indo muito mal", e as reservas de forragem que haviam sido feitas para o inverno estão comprometidas, porque em muitos casos começaram a ser usadas em outubro, quando geralmente são tomados como opção alimentar a partir da segunda quinzena de dezembro. O sorgo ainda mostra potencial de crescimento, mas o milho de primeira classe vem reduzindo, porque a maioria deles não tinha água na época de floração, explicou.

Hernández explicou que o número de animais em produção vem diminuindo e, com isso, a quantidade de leite vendida. Na Conaprole, a captação dos primeiros dias de janeiro mostra um decréscimo em relação ao que havia no mês passado.

Alejandro Pérez Viazzi, vice-presidente da Conaprole, disse que embora dezembro de 2021 tenha fechado com captação de leite de 134,4 milhões de litros, 3% acima do que foi dezembro de 2020, nos primeiros dias de janeiro a produção média diária caiu 2%.

A queda na captação é esperada nesta época do ano, quando menos ordenha é feita porque "as vacas estão próximas ao período de parto e diminuem a produção", explicou ele. As porcentagens de sólidos no leite caíram, mas a qualidade ainda é boa, disse.

“Os custos aumentaram porque as reservas ou concentrados estão sendo usados. A seca está tendo um efeito importante na produção, é muito complicado pelas altas temperaturas, falta de chuvas, qualidade e quantidade de pastagens”, concluiu.

As informações são do El Observador, adaptadas pela equipe MIlkPoint. 

Jogo Rápido 

Falta de chuva afeta fortemente produção de leite no RS
As principais regiões produtoras de leite do país também amargam perdas que resultam das intempéries. Os rebanhos dos três Estados do Sul – que, juntos, respondem por 12 bilhões de litros – estão sofrendo com a seca e as altas temperaturas, enquanto em Minas Gerais, que produz 9,7 bilhões de litros e lidera o ranking nacional, o problema é o excesso de chuvas. A estiagem severa no Rio Grande do Sul já afeta os produtores de leite pelo quarto ano seguido. O clima ruim impactou o milho e os pastos, afetando a alimentação dos animais. No Sul, onde o gado é de origem europeia, a alimentação desbalanceada e o calor reduzem o volume de produção e a qualidade da bebida. “O leite pode ficar mais ácido e não serve para produzir derivados”, explica Darlan Palharini, secretário executivo do Sindilat-RS, que representa a indústria, em entrevista à nossa reportagem. A seca soma-se à alta de custos como um elemento de redução da produção de leite no país. Ele estima que o volume produzido no último trimestre foi de 5% a 7% menor do que em 2020.   Segundo o dado mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção caiu 4,9% no terceiro trimestre, para 6,19 bilhões de litros.   A Emater-RS projetou até agora redução de 1,6 milhão de litros captados ao dia no Estado – em algumas regiões, a queda se aproxima de quase 10%. Para Darlan Palharini, do Sindilat, a questão do preço pago ao produtor e consumidor será impactada. Ouça a entrevista de Palharini clicando aqui. (Rádio Planetário)

 

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