Pular para o conteúdo

02/08/2021

Newsletter Sindilat_RS

 

Porto Alegre,  02 de agosto de 2021                                                       Ano 15 - N° 3.469


Leite: margem do produtor não está ruim, mas produtor deve ter cautela, diz Embrapa

Para o pesquisador da Embrapa, com a projeção de queda para os preços do leite no período de safra, o produtor não deve se arriscar

O custo da alimentação do rebanho leiteiro tem apresentado forte alta neste ano, o que tem preocupado o produtor rural. Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Lorildo Aldo Stock, a forte demanda por grãos da China, que passou de 2 milhões para 25 milhões de toneladas por ano pressionou o mercado mundial de grãos, e o Brasil não ficou de fora.

Por outro lado, o pesquisador comenta que o preço do leite pago ao produtor subiu 47% nos últimos três anos, mesmo com o preço do concentrado em alta de 77%, a margem fica na casa dos 39%, segundo o pesquisador.

“Não é uma margem ruim, no entanto, entramos no período de safra, onde a tendência é de que nos preços e os grãos, que estão no momento de colheita e deveriam cair, na verdade estão subindo. Diante do momento de incerteza, o produtor não deve se arriscar. Trabalhar com parceria e muita gestão, é um momento de ser conservador e não se arriscar”, afirma.

Sobre os preços do leite, Stock diz que os valores praticados no Brasil estão em linha com aqueles praticados no mercado internacional. “Considerando a composição do concentrado, com 70% de milho e 30% de soja, o valor é de 0,46 centavos de dólar para 1 kg de leite e de 0,33 centavos para 1 kg de concentrado”, destaca. Veja o vídeo clicando aqui. (Canal Rural)
 

Caged tem saldo de 309 mil empregos em junho 

Após a criação de 276.043 vagas em maio (dado revisado nesta quinta-feira, 29), o mercado de trabalho formal brasileiro acelerou no mês passado e registrou um saldo positivo 309.114 carteiras assinadas em junho, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério da Economia.

O resultado do mês passado decorreu de 1,601 milhão de admissões e 1,291 milhão de demissões. Em junho do ano passado, em meio à primeira onda da pandemia de Covid-19 no País, houve fechamento de 30.448 vagas com carteira assinada.

O mercado financeiro já esperava um novo avanço no emprego no mês. As projeções eram de abertura líquida de 175.000 a 350.000 vagas em junho, com mediana positiva de 267.600 postos de trabalho.

No acumulado do primeiro semestre de 2021, ao saldo do Caged já é positivo em 1,536 milhão vagas. Nos seis primeiros meses do ano passado, houve destruição líquida de 1,198 milhão postos formais.

De acordo com o ministério, 3,558 milhões de trabalhadores seguiam com garantia provisória de emprego em junho graças às adesões em 2020 ou 2021 ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm). Para cada mês de suspensão ou redução de jornada pelo programa, o trabalhador tem o mesmo período de proteção à sua vaga. O programa foi relançado em abril pelo governo por mais quatro meses neste ano.

Desde janeiro do ano passado, o uso do Sistema do Caged foi substituído pelo Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) para as empresas, o que traz diferenças na comparação com resultados dos anos anteriores. Na metodologia anterior (de 1992 a 2019), o melhor resultado para junho na série sem ajustes havia sido em 2008, quando foram criadas 309.442 mil vagas no sexto mês do ano. (Correio do Povo)





Somos parte do problema

Nos últimos anos, as discussões relacionadas ao cuidado com o meio ambiente, com a sociedade e com a governança corporativa avançaram rapidamente, dando origem a sigla ESG, acrônimo para os três termos em inglês. Sobretudo para questões ambientais, os olhos de consumidores e investidores estão cada vez mais atentos às ações de governos e organizações, não cabendo somente projetos de mitigação de danos, mas sendo necessário o investimento em alternativas alinhadas ao conceito de economia sustentável e de baixo carbono.

No setor de embalagens para alimentos e bebidas, por muitos anos houve uma ênfase na importância da reciclagem e na reintrodução do material descartado em um novo ciclo de vida. Ainda que a reciclagem continue sendo um pilar importante na estratégia de diferentes empresas, incluindo a que eu represento, e que nos últimos anos tenhamos avançado em termos de infraestrutura e tecnologia, é ponto comum que mais precisa ser feito. Sozinha, a reciclagem não dará conta do desafio à frente.

Relatório da ONU divulgado em 2019 aponta que até 2060 a demanda global por matérias-primas irá praticamente dobrar, o que exigirá de governos e organizações um olhar atento e de longo prazo que não se limite unicamente à reciclagem de resíduos.  Neste contexto, a renovabilidade será um fator crucial direcionando os esforços da indústria e o padrão de compra de uma parcela cada vez maior de consumidores.

A última edição do estudo Environment Research, conduzido pela Tetra Pak em quinze países, incluindo o Brasil, indica que mais da metade dos consumidores (53%) têm propensão a considerar uma marca cuja embalagem seja considerada ambientalmente responsável. Quando questionados sobre inovações que gostariam de ver nas embalagens, surgem como principais respostas o uso de matérias-primas de origem renovável (36%), novidades que contribuam para o enfrentamento de questões climáticas (36%) e o uso de certificações que atestem a produção responsável (29%).

Em busca de alternativas que respondam às novas demandas nas gôndolas, um caminho que a indústria de alimentos e bebidas tem percorrido é a pesquisa e desenvolvimento de matérias-primas alternativas que possam ser incorporadas às embalagens. Em nosso negócio global, estabelecemos o compromisso de investir € 100 milhões anualmente pelos próximos cinco a dez anos (algo em torno de R$ 600 milhões no câmbio atual) com foco no desenvolvimento de soluções sustentáveis - somando esforços futuros com outros conduzidos nas últimas décadas.

Atualmente, muitas das opções de embalagens disponíveis no mercado já contam, em parte, com materiais de origem renovável, mas isso responde somente a parte do desafio que enfrentamos. A questão central está em desenvolver uma embalagem que seja inteiramente renovável ou que trabalhe com um mix de matérias-primas vegetais e recicladas – naturalmente, ainda podendo ser direcionada para reciclagem pós-consumo.

Na Europa, já existem projetos que se propõem a incorporar polímeros reciclados a embalagens cartonadas. Ainda que sejam testes iniciais e com capacidade limitada de produção, a ideia é avançar em esforços do tipo até que seja possível alcançar capacidade global (em termos de produção e infraestrutura) para a substituição de plásticos de origem fóssil por opções recicladas. O caminho não é curto e muito menos simples, mas é certamente uma alternativa interessante e que se soma a outras já estabelecidas - como o uso de plástico produzido a partir da cana-de-açúcar em embalagens que atendem diferentes categorias de alimentos e bebidas.

Contudo, ao abordar o tema sustentabilidade é preciso ter em mente uma visão macro que se proponha a ir além da embalagem ou do produto em si, mas que também considere o seu impacto ambiental ao longo de todo o ciclo de vida. Isso significa dizer que absolutamente tudo importa, desde a fabricação, distribuição, consumo e descarte até a reintrodução dos resíduos gerados em um novo ciclo produtivo.

Atualmente, o sistema global de produção de alimentos é responsável por 26% das emissões de gases de efeito estufa registradas no planeta, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Reduzir esse impacto depende de uma série de fatores, passando por ações enfáticas de prevenção ao desmatamento ilegal até formas de produção e distribuição que gerem ganhos ambientais e operacionais para a indústria.

Por exemplo, hoje quase a metade do impacto climático em nossa cadeia de valor vem da operação dos equipamentos que entregamos aos nossos clientes em todo o mundo. Paulatinamente, temos desenvolvido soluções de processamento e envase capazes de reduzir o consumo de energia, água e insumos dessas máquinas, consequentemente elevando a eficiência operacional e ambiental da indústria alimentícia. Como um dos resultados disso, temos como meta zerar o nível de emissões na cadeia de valor da qual fazemos parte até 2050 (em nossas operações, temos como meta atingir o mesmo objetivo até 2030).

No que diz respeito à distribuição, algumas empresas já utilizam carros e caminhões elétricos em sua frota como forma de reduzir a sua pegada ambiental (uma opção interessante no Brasil, se considerado que mais de 80% da nossa matriz elétrica é composta de fontes renováveis).

Ao abordar a contribuição da indústria de alimentos e bebidas para os problemas que enfrentamos hoje relacionados à sustentabilidade, não busco apontar culpados. Mas é preciso ter bastante claro que da mesma forma que somos parte do problema, também somos parte da solução. Em um movimento em cadeia, precisamos trabalhar junto aos nossos clientes e fornecedores em alternativas que preservem a natureza e seus recursos.

Isso não significa o abandono de esforços realizados nos últimos anos em relação à reciclagem – este continuará sendo um tema importante e cada vez mais cobrado por consumidores em todo o mundo. Contudo, é necessário exercitar uma visão mais abrangente sobre a sustentabilidade e seus impactos para o planeta, para os consumidores e para as empresas. Como parceiros da indústria, estabelecemos este compromisso como uma prioridade de negócio. (Marcelo Queiroz é presidente da Tetra Pak Brasil)

Jogo Rápido  

CMN altera limites da Receita Bruta Agropecuária Anual
O Conselho Monetário Nacional (CMN) alterou ontem (29/07) os limites “da Receita Bruta Agropecuária Anual (RBA) para efeito da classificação do produtor rural, pessoa física ou jurídica”, segundo o Ministério da Economia. Os limites para pequenos produtores subiram de R$ 415 mil para R$ 500 mil. Para os médios produtores, o limite passou de R$ 2 milhões para R$ 2,4 milhões, e, para os grandes, o limite agora é superior a R$ 2,4 milhões. Além disso, o CMN também aumentou de R$ 165 mil para R$ 200 mil o limite anual para a compra de colheitadeira automotriz usada com recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). No caso de outras máquinas, equipamentos e implementos usados, o limite subiu de R$ 80 mil para R$ 96 mil. (As informações são do Valor Econômico, adaptadas pela Equipe MilkPoint)


 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *