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22/03/2021

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 22 de março de 2021                                                         Ano 15 - N° 3.427


CNA aponta caminhos

Há muitos requisitos para que um pequeno empreendedor rural consiga concretizar negociações com o mercado externo. Por esta razão, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) decidiu colocar consultores para atender individualmente os interessados neste processo em cada Estado. No Rio Grande do Sul, o responsável por este trabalho é Arturo Muttoni, que, em parceria com a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), vem orientando empreendimentos em áreas como fruticultura, mel, lácteos, erva-mate e noz-pecã. Muttoni reforça que o processo de exportação não é simples e há necessidade de paciência para atender critérios internacionais. Segundo ele, além das questões burocráticas – caso das inúmeras certificações sanitárias, diferentes para cada destino –, é imperativo um profundo comprometimento com a qualidade e a regularidade na produção, sob pena de fechar mercados ao invés de consolidá-los. “A produção dos empreendimentos não pode estar totalmente comprometida com o mercado nacional, deve haver capacidade para atender os pedidos e a possibilidade de ampliação, inclusive”, adverte.

O consultor explica que desde o início do Programa Agro.BR, em março do ano passado, foram feitas capacitações com os 70 empreendedores rurais gaúchos (a maioria pequenos) inscritos no programa.

Entre eles, 20 já participam das rodadas de negócios. Essas capacitações, que ocorrem para os inscritos de todo o país, envolvem conhecer as particularidades de cada mercado, a cultura das nações alvos e os hábitos de consumo. “Em razão da pandemia, a maioria dos eventos foi on-line, o que nos permitiu chegar a um público maior que o imaginado inicialmente”, diz Muttoni, ao observar que, mesmo estando instalado na federação gaúcha, atende os três estados da Região Sul.

Além dos treinamentos para entendimento do comércio internacional e das barreiras legais a serem vencidas, os participantes do Agro.BR contam com apoio mercadológico. “As empresas que já estão em fase mais adiantada no processo fornecem um portfólio de seus produtos em português, que é traduzido pelo programa para o inglês, o espanhol e o mandarim”, destaca Muttoni. Estes portfólios estarão expostos, a partir de abril, na vitrine do Agro.Br, site em fase de finalização e que tornará disponível para o mundo – como divulgação e não como marketplace – o que pequenos e médios agricultores brasileiros podem oferecer. O consultor acrescenta ainda que é um mito achar que, para conseguir exportar, o pequeno e o médio agricultores terão de lotar sozinhos um contêiner no Porto de Rio Grande. “O envio de cargas pode ser em contêineres compartilhados, via rodoviária para a América Latina ou mesmo por avião, em cargas menores ou para demonstração”, destaca.

O professor de Economia da Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos), Marcos Lélis, é categórico ao falar dos efeitos que a iniciativa da CNA pode ter sobre a economia nacional, melhorando a distribuição de riquezas e dando impulso para que os pequenos e médios empreendimento rurais cresçam. “Só fazendo é que esse segmento conseguirá entender o processo e evoluir”, afirma. Lélis acredita que os empreendimentos que atingirem o status de exportadores tendem a avançar e ganhar “musculatura” e eficiência, o que favorecerá também a qualificação de seus produtos para atender o mercado interno.

Cooperativas dão escala
De acordo com a superintendente de Relações Internacionais da CNA, Ligia Dutra, o Programa Agro.BR contempla nacionalmente um número significativo de cooperativas, que facilitam o processo exportador, já que ampliam a capacidade produtiva e diluem custos. No Rio Grande Sul, entre as que participam do Agro.BR estão as cooperativas Apícola do Pampa Gaúcho (Cooapampa), de Apicultores de Ivoti (Cooapi) e Santa Clara, a mais antiga do Estado no segmento de leite e derivados, com mais de 100 anos.

O diretor administrativo e financeiro da Santa Clara e vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra, considera a oportunidade dada pela CNA muito valiosa, pois leva o empreendimento do desejo de exportar para a “capacidade de fazer”. Guerra diz que a cooperativa tem participado de todas as capacitações oferecidas pelo Agro.Br, no sentido de aperfeiçoar seus processos e de estar pronta para quando tiver a chance de vender ao exterior. Não há ainda uma data para a primeira exportação, mas o foco da cooperativa é colocar no mundo seus queijos especiais.

“Ainda somos importadores de lácteos, mas as oportunidades estão surgindo”, observa o dirigente. Durante sua gestão na presidência do Sindilat, Guerra levantou a bandeira da qualificação do produto brasileiro para atender a demanda crescente de alguns países por lácteos, como é o caso da China. (Correio do Povo)


Perspectivas do USDA sobre o mercado lácteo da Oceania – Relatório 11 de 18/03/2021

A Austrália se aproxima do final do verão. Os preços da alimentação estão menores do que um ano atrás, o que pode ajudar na recomposição das margens dos produtores. Existe a percepção de que a produção de leite está em crescimento.

De julho de 2020 a janeiro de 2021 a produção de leite cresceu 0,7% na comparação com o mesmo período anterior (julho 2019-janeiro 2020), de acordo com a Dairy Australia. Em dezembro de 2020 a produção de leite foi de 846 milhões de litros, queda de 2% em relação a dezembro de 2019.

As exportações de lácteos da Austrália de julho de 2020 a janeiro de 2021 atingiram 167.048 toneladas, um aumento de 16,3% em relação a julho de 2019 – janeiro de 2020. Este segmento do mercado subiu rapidamente, impulsionado, particularmente pelas vendas para a China.

Uma entidade que representa a indústria de laticínios da Austrália lançou uma campanha publicitária para incentivar a população local a consumirem mais leite e desfrutar dos produtos lácteos australianos como forma de fortalecer a saúde, bem como apoiar a indústria nacional de laticínios.

Na Nova Zelândia fontes informam que a maior cooperativa de laticínios do país aumentou o pagamento do leite ao produtor passando para a faixa de NZ$ 7,30-NZ$ 7,90 por quilo de sólidos do leite, elevação de quarenta centavos, acompanhando o inesperado aumento do GlobalDairyTrade (GDT) semanas antes.

A mesma empresa informou que, no primeiro semestre do atual ano fiscal, os ganhos dos negócios com a China aumentaram em um terço, compensando as quedas nas operações na América do Norte e Europa.

A Nova Zelândia tem se esforçado para reduzir as emissões de carbono na indústria de laticínios.

Estudo recente classificou a Nova Zelândia como sendo o país mais eficiente na produção de leite com baixa emissão de carbono, entre os principais países produtores de leite. (Fonte: Usda – Tradução Livre: Terra Viva)

Aquisição de leite é a maior em duas décadas

No ano passado os laticínios brasileiros atingiram o maior volume de captação de leite da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que começou em 1997. Foram captados 25,5 bilhões de litros, aumento de 2,1%. Os números contabilizados levam em consideração o estabelecimentos com algum tipo de serviço de inspeção sanitária.

Os resultados positivos são observados em sequência desde 2017 e trata-se de um recorde para o acumulado anual. Em 2020, na comparação mensal, os únicos meses que apresentaram variações negativas em relação a 2019 foram junho (menos 34,9 milhões de litros) e maio (menos 25,9 milhões de litros). Por outro lado, a variação positiva mais significativa foi constatada em fevereiro (mais 129,9 milhões de litros).

O ano foi marcado por variações na demanda por produtos lácteos, influenciada pelas restrições impostas por conta do isolamento social e pela valorização do leite, acompanhada do aumento dos custos de produção do setor.

Houve aumento no volume captado em 14 das 26 Unidades da Federação participantes da Pesquisa Trimestral do Leite. As variações positivas absolutas mais consideráveis ocorreram em Minas Gerais (mais 224,3 milhões de litros), Paraná (mais 172,5 milhões de litros), Santa Catarina (mais 123,7 milhões de litros), Bahia (mais 103,0 milhões de litros) e Sergipe (mais 63,3 milhões de litros). Em contrapartida, ocorreram quedas em 12 estados, sendo a mais expressiva verificada em Goiás (menos 136,6 milhões de litros). Minas Gerais manteve a liderança no ranking, com 25,5% de participação nacional, seguida pelo Paraná (13,6%) e Rio Grande do Sul (13,0%).

Em relação somente ao 4º trimestre de 2020, a aquisição de leite cru foi de 6,8 bilhões de litros, equivalente a aumentos de 1,1% em relação ao 4° trimestre de 2019, e de 4,0% em comparação com o trimestre imediatamente anterior.

O setor leiteiro é caracterizado por um comportamento cíclico, em que os 4º trimestres regularmente apresentam um pico de produção em relação aos trimestres anteriores, impulsionado pelo período de safra em algumas das principais bacias leiteiras do país. O mês de maior captação dentro do período foi dezembro, no qual foram contabilizados 2,3 bilhões de litros de leite. (Fonte: Agrolink)


Jogo Rápido

Empresas do setor lácteo estão entre as 100 maiores do agro pela Forbes

Anualmente, a Forbes publica uma lista das 100 maiores empresas do agronegócio brasileiro. Sem dúvidas, em um ano marcado pela pandemia, o agronegócio foi um dos setores que não parou e seguiu garantindo o abastecimento do país. A lista tem base nas informações e demonstrativos financeiros das empresas, da agência Standard & Poor’s, da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da empresa de informações financeiras Economatica. São consideradas empresas que em 2019 tiveram faturamento de pelo menos R$ 1 bilhão. Neste ano a lista apontou, dentre as 100 maiores, 12 cooperativas e empresas do setor lácteo. Veja a classificação: 20 - Cooperativa Aurora; 21 - Cooperativa Vale; 29 - Cooperativa Comigo; 30 - Cooperativa Cocamar; 40 - Laticínios Bela Vista (Piracanjuba); 42 - Cooperativa Castrolanda; 46 - Cooperativa Frísia; 47 - Cooperativa Frimesa; 48 - Itambé Alimentos; 56 - Vigor Alimentos; 90 - Embaré Indústrias Alimentícias; 100 - Laticínios Jussara. ACESSE AQUI a lista completa das 100 maiores empresas do agronegócio pela Forbes. (Terra Viva)


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