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03/12/2020

Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 03 de dezembro de 2020                                                  Ano 14 - N° 3.360


PIB brasileiro sobe 7,7% no 3º trimestre, mas tem queda pontual no agro

Apesar da baixa no comparativo com o 2º semestre, o setor produtivo é o único com alta no acumulado do ano

O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no país, cresceu 7,7% no terceiro trimestre, em relação ao período anterior. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou nesta quinta, 3, os números das Contas Trimestrais, essa é a maior variação desde o início da série em 1996, mas ainda insuficiente para recuperar as perdas provocadas pela pandemia. O resultado indicou ainda que a economia do país se encontra no mesmo patamar de 2017, com uma perda acumulada de 5% de janeiro a setembro, em relação ao mesmo período de 2019.

Na comparação com o mesmo trimestre de 2019, o PIB, apresentou recuo de 3,9% e, em valores correntes, chegou a R$ 1,891 trilhão. Desse valor, R$ 1,627 trilhão em Valor Adicionado a Preços Básicos e R$ 264,1 bilhões em Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios.

Para a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, o crescimento ocorreu sobre uma base muito baixa, quando o país estava no auge da pandemia no segundo trimestre. “Houve uma recuperação no terceiro, contra o segundo trimestre, mas se olharmos a taxa interanual, a queda é de 3,9% e no acumulado do ano ainda estamos caindo, tanto a Indústria quanto os Serviços. A Agropecuária é a única que está crescendo no ano, muito puxada pela soja, que é a nossa maior lavoura”, disse.

No terceiro trimestre a Indústria cresceu 14,8% e os Serviços subiram 6,3%. Já a Agropecuária registrou queda de 0,5%. De acordo com o IBGE, a expansão do PIB no período foi causada, principalmente, pelo desempenho da Indústria, com destaque para o crescimento de 23,7% no setor de Transformação. Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos também cresceram (8,5%), como a Construção (5,6%) e as Indústrias extrativas (2,5%).

“Olhando pela ótica produtiva, o destaque foi a Indústria de Transformação, até pelo fato de ter caído bastante no segundo trimestre (-19,1%), com as restrições de funcionamento. A Indústria cresceu como um todo 14,8%, e a de Transformação 23,7%, mas voltamos ao patamar do primeiro trimestre”, observou Rebeca.

A variação negativa de 0,5% na Agricultura foi consequência de um ajuste de safra. “O destaque é o crescimento de 2,4% no acumulado do ano, ante uma queda de 5,1% da Indústria e 5,3% dos Serviços”, informou.

Serviços: O setor de Serviços, que foi destaque no resultado e têm o maior peso na economia, registrou alta em todos os segmentos: Comércio (15,9%), Transporte, armazenagem e correio (12,5%), Outras atividades de serviços (7,8%), Informação e comunicação (3,1%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (2,5%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,5%) e Atividades imobiliárias (1,1%).

A coordenadora lembrou que o setor caiu 9,4% no segundo trimestre e agora avançou 6,3%, mas ainda não recuperou o patamar do primeiro trimestre. A explicação é que houve uma queda tanto na oferta quanto na demanda. “Mesmo tendo sido retiradas as restrições de funcionamento, as pessoas ainda ficam receosas para consumir, principalmente os serviços prestados às famílias, como alojamento, alimentação, cinemas, academias e salões de beleza. O desempenho melhorou em relação ao segundo trimestre, mas ainda não voltou aos patamares antes da pandemia”, apontou.

Consumo das famílias: Rebeca observou ainda que o consumo das famílias (65%) – o que mais pesa pela ótica da despesa -, teve expansão de 7,6%, resultado que é muito parecido com o do PIB. O indicador havia caído 11,3% no segundo trimestre, mas no terceiro, o consumo de bens subiu bastante, especialmente, bens duráveis e bens alimentícios da cadeia agroalimentar. “O consumo de serviços teve crescimento, mas foi bem menor do que a queda anterior, pois as famílias não voltaram a consumir no patamar anterior à pandemia”, indicou.

Investimentos: Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) subiram 11%, mas neste caso também, o desempenho está relacionado à base de comparação com o segundo trimestre em que havia caído 16,5%. “No acumulado do ano, a queda é de 5,5%. E o país ainda tem investimento em equipamentos importados e como o dólar está alto, influencia para baixo”, afirmou a coordenadora. (CANAL RURAL)


Inovações da cadeia leiteira e reflexos da pandemia pautam palestras

O processamento de leite nas indústrias foi o tema central do III Fórum Internacional do Agronegócio, realizado no dia 26 de novembro, com transmissão online pelo Youtube e via plataforma Zoom. O evento objetivou a apresentação de cases e novas tecnologias utilizadas mundialmente no setor agro, segmento chave na economia brasileira, especialmente no Estado do Rio Grande do Sul. Além de um panorama global do setor, os reflexos da pandemia na cadeia produtiva também receberam atenção.

Realização do Comitê Agro da Câmara Brasil-Alemanha, com apoio da Cooperativa Languiru e Ministério Alemão de Economia e patrocínio de Banrisul, o ciclo de palestras abordou “Perspectivas do cenário lácteo 2020-2021”, apresentado pelo secretário executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini; “Rastreabilidade na cadeia de leite: case Leite Languiru Origem”, com a Dra. Katherine Helena de Oliveira Matos, consultora da SIG Combibloc; “As boas práticas na fazenda”, detalhadas pelo gerente de fomento do Setor de Leite da Cooperativa Languiru, Mauro Aschebrock; e “Soluções Banrisul para o Agronegócio”, com o Superintendente Executivo da Unidade de Expansão de Agronegócios, Fouad Fabio Said.

Troca de experiências: O diretor executivo da Câmara Brasil-Alemanha, Dietmar Sukop, lembrou a edição anterior do Fórum, sediada pela Languiru em 2019. O presidente da cooperativa teutoniense, Dirceu Bayer, destacou a importância da cadeia produtiva do leite para a pequena propriedade, característica na área de atuação da Languiru. “O leite representa aproximadamente 95% do nosso quadro social. Nesse contexto, a tecnificação das propriedades rurais é essencial para a sucessão rural e ganhos em eficiência e qualidade, aliada à evolução nos processos industriais.”

Cenário: A pandemia desafiou toda a cadeia leiteira em 2020, cenário que segue indefinido para o próximo exercício. Palharini falou de momentos de insegurança, com dificuldades para a indústria, mas defende o fortalecimento do agronegócio brasileiro diante da crise. “A cadeia láctea responde por 2,81% do PIB do Estado, equivalente a cerca de R$ 13,5 bilhões; somos o terceiro maior produtor de leite do país, com 4,27 bilhões de litros/ano; produtores de leite estão presentes em 98,8% dos municípios gaúchos”, enumerou, apresentando tabela comparativa de produção e enaltecendo indicadores do Vale do Taquari, “muito próxima de índices dos Estados Unidos e Europa”. Por outro lado, alertou para a redução no número de produtores. “Mais de 33 mil deixaram a atividade entre 2015-2019.”

Palharini também mencionou as importações de leite da Argentina e do Uruguai. “Nossa cadeia leiteira precisa ser mais competitiva, seguindo o exemplo da avicultura e suinocultura nesse aspecto”, disse. Ainda mostrou preocupação com a forte estiagem. “A safra 2019-2020 foi muito prejudicada, temos perda de produção.” Também citou a necessidade da implantação de políticas de estado com apoio de entidades empresariais para o desenvolvimento de projetos, como o de irrigação; e questões relacionadas à reforma tributária no Estado, que prevê redução de créditos.

Mundo digital: Katherine abordou o pioneirismo da SIG e da Languiru com a rastreabilidade digital do leite. “Isso promove segurança e transparência na cadeia de alimentos. Especialistas afirmam que veremos mais mudanças na produção de alimentos na próxima década do que nos últimos 30 ou 40 anos. O avanço da tecnologia torna a produção de alimentos mais digitalizada”, enumerou.

A pandemia também trouxe consequências e acelerou tendências. “65% dos consumidores querem conhecer e saber a origem e processos de produção. Isso valoriza as marcas que compartilham, que contam a história dos seus produtos. O consumidor está muito mais conectado.” Valorizou o alto grau de diferenciação do Leite Languiru Origem, “de altíssimo valor agregado e qualidade superior, que usa a rastreabilidade para conversar com o consumidor e comprovar o seu valor, ao mesmo tempo que fortalece o orgulho dos produtores, fazendo a conexão deles com os consumidores da marca”.

Boas práticas: Antes mesmo da Instrução Normativa 77 (2018) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), no ano de 2015 a Languiru implantou o programa de Boas Práticas na Fazenda (BPF), um conjunto de atividades, procedimentos e ações adotadas na propriedade rural com a finalidade de obter leite de qualidade e seguro ao consumidor, que englobam desde a organização da propriedade, suas instalações e equipamentos, bem como formação e capacitação dos responsáveis pelas tarefas cotidianas.

“É preciso atenção desde o início da cadeia produtiva, pois ao longo do processo não é possível recuperar a qualidade. Com o BPF, além da qualidade, primamos pela segurança de todo processo, a sustentabilidade e o bem-estar dos animais e das pessoas. É possível mudar a ‘fotografia’ da propriedade rural com a organização de processos aliada ao acompanhamento técnico”, explicou Aschebrock.

O gerente de fomento igualmente valorizou a inovação tecnológica no campo, mencionando os investimentos dos produtores de leite em ordenha robotizada e outras ferramentas. “Com todos os ‘atores’ envolvidos na cadeia produtiva fazendo a sua parte, é possível a entrega de um produto de grande qualidade. Inclusive, a Languiru bonifica financeiramente os produtores a partir de índices técnicos de qualidade da matéria-prima”, concluiu.

Crédito: Encerrando o ciclo de palestras, Said valorizou o agronegócio gaúcho. “Somos o 6º Estado com maior valor bruto da produção agropecuária, o 3º na produção de grãos, o 4º de maior receita pecuária e o 2º nas exportações do agro. A receita da cadeia agropecuária em 2019 foi de R$ 192 bilhões, o equivalente a 40% do PIB gaúcho.”, concluiu. (Languiru)

 

 

Preço do leite ao produtor deve cair 2% em 2021, diz Rabobank

O Rabobank acredita que, em 2021, o preço médio do litro do leite fique em torno de 2% abaixo do observado em 2020. Segundo o analista de mercado do banco Andrés Padilla, a demanda será impactada pela retirada do auxílio emergencial e, a depender das condições climáticas no início do ano, o preço do leite pode ser menor.

“Apesar do cenário de estiagem no Brasil, se o preço produtor se manter nos patamares atuais, a produção deve crescer moderadamente na primeira metade do ano, o que deve resultar em preços menores ao produtor médio. Essa crescimento deverá ser impulsionado por Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, mas principalmente por conta dos estados do Sul”, diz.

Segundo Padilla, mesmo com altas dos insumos e custos de alimentação do gado leiteiro, a produção no primeiro semestre deve crescer. “Mesmo com esse custo de produção elevado, ainda há uma margem vantajosa com o preço pago ao produtor em torno de R$ 2 por litro. Nosso cálculo prevê que a margem de lucro do produtor no começo de 2021 estará acima do que era no começo de 2020”, finaliza. (Canal Rural)


Jogo Rápido

Fórum Estadual de Vigilância Contra Febre Aftosa
Aconteceu hoje o Fórum Estadual de Vigilância contra a Febre Aftosa que teve o objetivo de mostrar as medidas que estão sendo adotadas para alcançar o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal como área livre de febre aftosa sem vacinação e as perspectivas de mercado para o setor produtivo da carne, na visão dos setores público e privado. A realização do evento integra as atividades de implementação do Plano Estratégico para a evolução do status sanitário de Febre Aftosa no Rio Grande do Sul. Para assistir o evento na íntegra, clique aqui. (Seapdr adaptado Sindilat/RS)


 

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