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17/07/2020

 

Porto Alegre, 17 de julho de 2020                                              Ano 14 - N° 3.265

Setor Lácteo trabalha por maior presença internacional 
Consciente da importância de fortalecer as exportações como ferramenta de estabilização do mercado, a Aliança Láctea Sul Brasileira trabalhará pela capacitação das empresas para o comércio exterior.  O coordenador da Aliança Láctea e presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra, acredita que aproveitar as oportunidades que existem no mercado internacional é vital para enfrentar a crise econômica durante e após a Covid-19. “O Brasil ainda é importador de leite, mas não nos resta outra opção senão estar no mercado externo. Mas, para podermos exportar e acompanhar as missões internacionais, temos que estar preparados”, disse durante reunião realizada na manhã desta sexta-feira (17/07) e que contou com dezenas de dirigentes. 
 
 
Aparelhar as empresas brasileiras para essa nova realidade e encontrar oportunidades é a meta da Apex Brasil. Presente no encontro, o presidente da Apex, Sergio Segovia, lembrou que o Brasil é o quarto maior produtor de lácteo do mundo e que o setor está entre os prioritários para estímulo à exportação ao lado de cafés, frutas, cachaças e mel. “A Apex quer contribuir para modernizar processos produtivos e fomentar exportações, o que pode ocorrer por meio de convênios setoriais ou novas soluções”, sugeriu. Em 2019, a agência esteve ao lado de empresas que movimentaram US$ 22 bilhões em exportações só no ramo de alimentos, bebidas e agronegócio. 
 
Atualmente, o incentivo ao embarque de lácteos vem sendo feito por meio de dois programas da Apex desenvolvidos em parceria com a CNA (Agro BR - Brazil is Food) e Viva Lácteos (GooDairy Brazil). O foco, explica o presidente, é a valorização de produtos típicos brasileiros, suas marcas e conceitos. Só no programa desenvolvido com a CNA, a meta é atender 140 empresas até o fim de 2020. 
Outra ação em curso é o Programa de Qualificação para Exportação (Peiex), projeto de avaliação, diagnóstico e plano de trabalho voltado à exportação que está sendo adaptado para atender às demandas do agronegócio. Em andamento, um projeto piloto do Peiex Agro tem foco no setor lácteo e atuação prevista em Varginha (MG) e Passo Fundo (RS). A previsão é que o treinamento ocorra em agosto deste ano. “Qualificação é essencial para exportar e inovar para implementar soluções que garantam participação planejada e segura”, pontuou Segovia, lembrando que o setor cooperativista é alvo de grande interesse internacional.
O gerente de agronegócio da Apex, Igor Brandão, indicou que a demanda por alimentos em âmbito mundial deve crescer 60% até 2050, puxada pelo crescimento populacional. Os setores mais favorecidos, segundo estudo da FAO, devem ser o de proteína animal, de frutas e de vegetais. “O mercado global está em transformação. Verificamos tendência de aumento da renda per capital na Ásia e na África. A população será mais urbana e gastará mais com alimentos”, projetou, ressaltando que a população mundial deve chegar a 11 bilhões de pessoas em 2100. Apesar disso, os itens ficarão mais baratos, o que eleva a necessidade de as empresas do agro tornarem-se mais competitivas. Entre as tendências, indicou um aumento do e-commerce na aproximação entre consumidores e produtores. Antes da pandemia, informou ele, 20% das transações eram feitas pelo e-commerce. Com a crise, esse índice chegou próximo a 60% e deve se estabilizar em 40% após a pandemia. 
Para conquistar novos clientes, o presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio, deputado federal Alceu Moreira, desafiou o setor a estar mais presente em eventos internacionais e a criar uma agência própria de fomento, similar às existentes no setor de carnes bovina, suína e de aves. “Não podemos mais ter feiras internacionais sem a presença do setor lácteo brasileiro”, pediu o parlamentar. Entre os mercados em prospecção para o segmento está a Rússia, um dos maiores compradores mundiais de lácteos. Contudo, indica a superintendente de Relações Internacionais da CNA, Ligia Dutra, as maiores potencialidades da Ásia são China e Filipinas. Na América, a especialista indica Chile e Peru. 
Para as empresas que tiverem interesse em negociar com a China, Ligia recomenda que  registrem suas marcas naquele mercado tendo em vista que há um problema recorrente de sobreposição. Outra dica é dar início logo ao processo de habilitação para exportação tendo em vista que, hoje, o processo é mais simples para o setor de lácteos do que para outros ramos. “A tendência é que esse processo fique mais exigente. Então, recomenda-se que as empresas pensem em começar a preparar sua habilitação”. Para participar do projeto Agro BR, basta realizar inscrição pelo site da CNA de forma gratuita. 
Com escritório localizado na China, a CNA também planeja dar início a estudo especial de prospecção para o setor lácteo no país oriental, ação que também será realizada em conjunto com a Apex.
Reforma Tributária 
Durante a reunião da Aliança Láctea, ainda foi tratado sobre a iminente Reforma Tributária em curso no âmbito federal e nos estados. Alexandre Guerra informou que está sendo criado grupo de trabalho para compreender a fundo as mudanças propostas e promover debate com o setor. “Defendemos a simplificação e harmonia tributária de forma a se evitar passivo e criar competitividade. Não há como ter duas pessoas produzindo e dez calculando a parte tributária”, exemplificou. Questionado sobre o impacto desse cenário no campo, o deputado Alceu Moreira foi enfático: “A Reforma Tributária não agradará todo mundo. Mas não iremos fazer injustiça com o leite”. 
A necessidade de encontrar formas de elevar a competitividade do setor também foi alvo da fala do presidente da Câmara Setorial do Leite em Brasília, Ronei Volpi. Antes da chegada da Covid-19, a ideia era trabalhar com um plano de competitividade para o setor lácteo com atividades internas e externas e preço. Com a pandemia, tivemos um certo atraso, mas essa é nossa prioridade”. 
Representando o secretário da Agricultura do RS, Covatti Filho, o diretor de Políticas Agrícolas e Desenvolvimento Rural, Ivan Saraiva Bonetti, garantiu que o governo do estado trabalha para reduzir assimetrias. “Hoje, 60% da produção de leite do Rio Grande do Sul é comercializada em outros estados. Temos que avaliar as oportunidades de os estados da Aliança Láctea fortalecerem seus produtos e abrir mercados no exterior”. 
Brucelose e Tuberculose
Também foram tratadas questões sanitárias e de gestão integrada na Região Sul do Brasil. Na próxima reunião da Aliança Láctea, prevista para 6 de novembro, deve ser apresentado protocolo conjunto de alinhamento para o enfrentamento da brucelose e da tuberculose para Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná  e buscar apoio junto ao Ministério da Agricultura como plano piloto de área livre ou controlada dessas zoonoses.
 
                 

Solidariedade: Cinco mil litros de leite são entregues às famílias vítimas de enchentes no Estado

Dando prosseguimento à parceria fechada entre a Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos e a Cooperativa Languiru, lotes de leite começam a ser distribuídos aos municípios atingidos pelas enchentes.

Ao todo serão cinco mil litros de leite distribuídos para 12 municípios: Arroio do Meio (545), Bom Retiro do Sul (500), Colinas (140), Cruzeiro do Sul (480), Estrela (316), Lajeado (720), Montenegro (173), Muçum (354), Roca Sales (700), São Sebastião do Caí (322), Taquari (250) e Porto Alegre - região metropolitana (500).

Para o secretário Mauro Hauschild, “a parceria chegou em boa hora. São estes atos de solidariedade que fazem a diferença, especialmente nos momentos mais difíceis. Agradecemos a sensibilização da Cooperativa Languiru e certamente teremos muito a construir juntos”.
O presidente da Cooperativa Languiru, Dirceu Bayer, destaca que “o cooperativismo possui um grande envolvimento com a comunidade e valoriza o ser humano, estando ao lado das pessoas nos momentos bons e ruins, o que traz benefícios a toda região. O cooperativismo é diferente e busca estender a mão ao próximo, atitudes simples e capazes de levar mais qualidade de vida à sociedade, especialmente neste momento, com muitas famílias atingidas pelas cheias”.

Para o presidente da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (AMVAT), prefeito de Imigrante, Celso Kaplan, é uma iniciativa importante para auxiliar as famílias atingidas pela enchente, que na região foi a maior das últimas seis décadas. “Esta ação da Cooperativa Languiru e da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos vem se somar aos esforços feitos pelos municípios e outras entidades. Um grande gesto de solidariedade para amenizar o sofrimento das milhares de pessoas que sofreram e sofrem com os prejuízos desta enchente”, assinala.

Informações: Para amenizar os prejuízos das enchentes, a comunidade pode ajudar contatando a Central de Doações do Rio Grande do Sul, que integra a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do RS e arrecada donativos durante todo o ano, além de ser a centralizadora das doações da Campanha do Agasalho. Saiba mais no site www.defesacivil.rs.gov.br. (Assessoria de imprensa Languiru)

Leite/América do Sul

No Brasil, a produção de leite nas fazendas encontra-se variando da estagnação para queda nas duas últimas semanas. A falta de chuvas está reduzindo a disponibilidade e a qualidade das forrageiras na maior parte das grandes bacias leiteiras. 

Dada à baixa disponibilidade de leite, o preço ao produtor aumentou e a expectativa é de que permaneçam elevados nas próximas semanas. Os volumes de leite estão bem abaixo do nível adequado para o processamento das indústrias. 

As incertezas geradas pelo Covid-19 afetam as decisões das fábricas no que se refere à quantidade a ser produzida e os estoques permanecem baixos. No mercado spot do Brasil, os preços das cargas de leite cru, UHT e queijos estão elevados.  

Ao contrário do Brasil, na Argentina e Uruguai, a oferta de leite sobe sazonalmente enquanto as temperaturas continuam caindo. Em algumas bacias leiteiras no sul da Argentina, as temperaturas muito baixas do inverno começam afetar o conforto animal e a rentabilidade animal. 

O volume de leite ofertado pelas fazendas é menor do que as necessárias da forte demanda industrial. A competição por volumes de leite/creme, entre as fábricas continua intensa. A produção de leite UHT é prioridade desde o início da pandemia. Dessa forma, os volumes de leite que passam para queijo, iogurte e leite tornam-se menos acessíveis, enquanto a procura por essas mercadorias continua intensa.  
 

 

                

 
Preços/AR
A indústria de laticínios – seguida pela de farináceos – é a mais prejudicada pelo congelamento de preços dos alimentos básicos decretado pelo governo nacional. No último ano, segundo dados do Instituto de Estatísticas (INDEC), ‘a cesta de lácteos’ registrou inflação de 26,2% contra 46,5% na média dos preços dos alimentos e bebidas não alcoólicas nos comércios e supermercados da cidade de Buenos Aires (CABA-GBA).  Quase todos os produtos da ‘cesta de lácteos’ estão compreendidos no congelamento (leite fresco empacotado, leite em pó, queijo cremoso, queijo patê-grass, iogurte e manteiga). A única exceção é do queijo sardo, cujo elevado valor impede realizar ajustes significativos de preços na atual conjuntura de crise econômica. (Terra Viva)
 
 
 

 

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