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20/04/2020

Porto Alegre, 20 de abril de 2020                                              Ano 14 - N° 3.206

  Lideranças defendem melhor organização da cadeia leiteira

Em entrevista ao vivo, no Instagram da Globo Rural, representantes da indústria e dos produtores falam sobre as necessidades do setor e os efeitos da pandemia de coronavírus

A cadeia produtiva do leite precisa de uma melhor organização para aumentar a sua competitividade e para que o produtor possa ter previsibilidade e acesso à tecnologia. A avaliação foi feita por representantes de produtores e da indústria, em entrevistas ao vivo transmitidas pelo perfil da Globo Rural no Instagram, nesta sexta-feira (16/4).

Capital de giro
Uma das principais necessidade destacadas pelas lideranças da cadeia produtiva do leite durante a transmissão é a de capital de giro. Geraldo Borges, da Abraleite, explicou que o produtor não tem controle sobre o preço de venda de seu produto para o laticínio. E acrescentou que, entre o momento da entrega e do pagamento pelo produto, leva de 30 a 40 dias. E que isso acaba afetando o planejamento do negócio.

“Tem produtores que não se organizam para adquirir a soja e o milho no melhor momento. O leite tem que ser trabalhado com planejamento anual. O pequeno tem mais dificuldade porque não tem capital de giro”, disse ele, lembrando que os preços de insumos como o milho e a soja estão mais altos nesse período.
Da parte da indústria, Darlan Palharini, do Sindilat/RS, indicou que as empresas vivem situação semelhante em relação aos seus clientes. Segundo ele, o tempo que a indústria leva para receber do mercado varejista varia entre 60 e 90 dias.

“Tem um desencaixe nesse sentido. O produtor tem entendido essa realidade, mas a gente não consegue trazer o varejo para sentar junto. E temos uma situação no Brasil em que o leite UHT virou produto de promoção em supermercado”, argumentou Palharini, explicando que, muitas vezes o varejista vende o leite a um preço mais baixo para usar o produto como chamariz e compensar no seu mix de venda. (Revista Globo Rural, adaptado por Sindilat)

                    
Excesso de estoque faz petróleo americano atingir menor patamar da história
O valor do barril do petróleo americano atingiu o menor patamar da história nesta segunda-feira (20), sendo negociado no terreno negativo — ou seja, abaixo de US$ 0. A baixa é referente aos contratos de entrega para maio, que já estão prestes a expirar, e simboliza um grave problema no setor: receio com o excesso de estoque — a demanda recua em 30% pela pandemia do novo coronavírus.

Com os operadores do mercado de energia tentando se livrar freneticamente dos contratos referentes à maio, o recuo de mais de 90% abriu o maior spread da história entre o contrato atual e o próximo, diante da falta de armazenamento para a commodity.

Às 14h51, o valor do petróleo dos Estados Unidos caía US$ 15,77, ou 86,32%, sendo negociado a US$ 2,5 por barril. Já o segundo vencimento do petróleo nos EUA operava em queda de mais de 11%, a US$ 22,15.

Embora países produtores tenham concordado em reduzir bombeamento e as maiores petroleiras do mundo também estejam diminuindo produção, os cortes não serão rápidos o suficiente para evitar problemas nas próximas semanas.

"Como a produção continua relativamente incólume, os estoques têm enchido a cada dia. O mundo está usando cada vez menos petróleo e os produtores agora sentem como isso se traduz em preços", disse o chefe de mercados de petróleo da Rystad, Bjornar Tonhaugen.

Como resultado, operadores de contratos futuros, que geralmente conseguem passar com tranquilidade do contrato vencido para o próximo, estão encontrando poucos compradores dispostos a receber os barris do vencimento maio. Conforme mais traders tentavam se livrar do contrato, ele entrou em colapso.

"A cavalaria (cortes de oferta pela Opep+) não vai chegar a tempo de salvar o mercado do petróleo. Essa deve se provar como uma das piores entregas da história. Ninguém quer ou precisa de petróleo neste momento", disse Phil Flynn, analista sênior de mercado do Price Futures Group em Chicago.

O petróleo Brent recuava US$ 1,7, ou 6,05%, a US$ 26,38 por barril, às 14h51, no horário de Brasília. 

Quando um contrato futuro expira, operadores precisam decidir se recebem a entrega ou rolam suas posições para um novo contrato futuro. Normalmente, o procedimento é relativamente tranquilo, mas a queda do contrato maio reflete preocupações de que muita oferta possa chegar ao mercado, com os embarques de países da Opep (como a Arábia Saudita) reservados em março podendo causar um excesso de oferta.

A capacidade disponível de armazenamento está diminuindo rapidamente no centro de distribuição de Cushing, em Oklahoma, onde ocorrem as entregas físicas dos barris de WTI comprados nos mercados futuros. Há quatro semanas, 50% do centro estava cheio agora, são 69%, segundo o Departamento de Energia dos EUA. (CNN Brasil)

 
 
 

Kantar: consumo no Brasil sofreu retração na primeira semana de quarentena
O isolamento social muda os hábitos de consumo, e no Brasil houve retração durante o mês de março. Esta é a principal conclusão de um estudo apresentado pela Kantar, líder global em dados, insights e consultoria, sobre os impactos da pandemia no Brasil e no mundo.

Na comparação entre a semana do dia 9, na pré-quarentena, e a do dia 23, houve redução de 8% no gasto total dos consumidores, 5% na frequência de viagens aos pontos de venda e 9% no tamanho da cesta (quantidade de itens). O mesmo cenário foi registrado na China, onde a recuperação só se deu seis semanas após o início da quarentena.

O abastecimento inicial dos lares na semana de 16 de março foi principalmente com categorias básicas e não perecíveis. Gastos com papel higiênico, por exemplo, aumentaram 47% em relação à semana anterior. Em seguida vieram sabonete, com 41%, detergente (40%) e água sanitária/alvejante (38%). Alimentos, como leite, açúcar, derivados de tomate, iogurte e massa, também se destacaram.

Já na semana de 23 de março, as categorias que mais cresceram foram linguiças e embutidos (+15%), água sanitária e alvejantes (+8%), água mineral (+8%), frangos (+7%), leite (+6%), acessórios de limpeza (+6%), alimentos para pets (+5%), iogurte (+2%) e pão industrializado (+2%). Em compensação, a cesta que sofreu maior impacto foi a de higiene. Os gastos com absorventes e desodorantes caíram 34%, creme dental 30% e produtos pós xampu 28%. A retração também foi notada nos produtos indulgentes. Entre eles, salgadinhos (-23%), sucos (-19%), refrigerantes (-13%) e achocolatados (-11%).

“Na pós-estocagem foram priorizados os produtos para limpeza da casa e os não perecíveis. Já entre os formatos, o varejo tradicional permaneceu importante, enquanto farmácias e hipermercados perderam espaço entre os consumidores brasileiros”, explica David Fiss, Diretor de Client Service & New Business da Kantar. (Kantar) 

 
 
 
Mercado de lácteos registra movimento atípico em março e incertezas preocupam setor 

Comportamento dos consumidores diante do isolamento social refletiu na alta demanda pelo leite UHT e queda nas vendas de queijos 

As dificuldades frente ao cenário econômico atual, devido à pandemia do novo coronavírus, acenderam o sinal de alerta entre produtores e indústrias de leite. O comportamento atípico nas comercializações durante o mês de março foi o assunto que permeou a reunião do Conseleite-PR, realizada nesta terça-feira (14), por meio de videoconferência, seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde.

No panorama geral, em comparação ao período de fevereiro e março do ano passado, é possível verificar uma alta brusca no volume de produtos comercializados. Segundo a professora Vânia Guimarães, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), isso é explicado pelas “compras de pânico”, que levaram muitos consumidores a estocar alimentos no início do período de isolamento social. Nesse sentido, o leite UHT foi o produto que obteve maior crescimento no volume de vendas, com alta nos preços entre o final de março e início de abril. “Esse movimento é compreensível pelo pânico de estocagem, que gera demanda a curto prazo, mas é algo que provavelmente não se sustentará nas próximas semanas. Tudo indica que haverá reversão de preço”, explica.
Outros produtos não tiveram o mesmo comportamento, como é o caso do queijo muçarela, que apresenta uma reação completamente oposta. O mercado de queijos, de forma geral, foi o que mais sofreu impactos negativos, com redução brutal do volume comercializado. “São movimentos de queda nunca antes vistos, o que causa preocupação. Isso está relacionado à elasticidade-renda da demanda, ou seja, o cenário de recessão traz uma queda na renda da população e, consequentemente, há diminuição do consumo. Além disso, por causa do isolamento social, todo o setor de food service, que inclui restaurantes, pizzarias, lanchonetes, entre outros, estão com as vendas prejudicadas”, aponta a professora Vânia. 

O professor José Roberto Canziani, da UFPR, destaca, ainda, a preocupação em relação ao nível de estoque das empresas. Uma das alternativas foi a aposta no leite em pó, que teve aumento mais expressivo no preço e na comercialização do mercado interno. Mas o alerta em relação ao cenário de incertezas permanece o mesmo. “O favorecimento aconteceu nessa situação inicial de aumento de demanda, mas não significa que tenha sustentação. Vale lembrar também que esse produto ainda está em estoque e não foi comercializado”, complementa Canziani.

Por definição do Conseleite-PR, o valor de referência do leite entregue em março (a ser pago em abril) ficou estabelecido em R$ 1,3377, aumento de 3,33% em relação ao valor final de fevereiro. O valor de projeção para o leite entregue em abril (a ser pago em maio) não será divulgado, visto que, devido às incertezas ocasionadas pela pandemia do novo coronavírus, o levantamento não reflete o cenário real de mercado. A divulgação irá ocorrer após realização de reunião extraordinária no dia 28 de abril. (Coordenação de Comunicação Social do Sistema FAEP/SENAR-PR)  

 
                    
Funrural constitucional
Decisão tomada em plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF) considerou constitucional a cobrança previdenciária do Funrural para segurados especiais. O placar foi de 6x4. - Nessa nova ação, discutia-se a contribuição específica do segurado especial - explica Augusto Bercht, advogado do escritório Souto Correa. Segurados especiais têm de recolher 1,2% sobre a comercialização feita a consumidores ou de produtor para produtor. No caso de venda para empresas, o recolhimento do tributo é feito por elas. O pagamento, frisa a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS), é a forma para que produtores familiares possam ter direto a aposentadoria, auxílio-doença e outros benefícios previdenciários. A entidade diz que a decisão foi acertada e reforça orientação. (Zero Hora)
 
 

 

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