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09/03/2020

Porto Alegre, 09 de março de 2020                                              Ano 14 - N° 3.177

Edital de convocação  - Assembleia geral ordinária 
 
Publicado na página 17 do Jornal Correio do Povo de 07/03/2020
 
 
Governo e empresas buscam incentivar as agtechs no país
Em expansão progressiva no Brasil, o segmento de agtechs deverá receber um empurrão oficial em 2020. Empresas privadas, governo e Legislativo estudam criar o Programa Nacional de Incentivo às Startups do Agronegócio. O objetivo é estimular o financiamento de bolsas de pesquisas nos programas de pós-graduação das universidades com foco no desenvolvimento de soluções inovadoras e no empreendedorismo tecnológico voltado ao setor. 
Com as contas públicas cada vez mais apertadas, a maior parte do financiamento deverá vir do setor privado. A ideia foi apresentada no ano passado pelo senador e vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Luis Carlos Heinze (PP/RS), à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), vinculada ao Ministério da Educação. Heinze já promoveu encontros em Brasília e em São Paulo com empresários do ramo para apresentar a iniciativa.
 

 
“Quero incentivar as universidades, os estudantes e as empresas brasileiras de carnes, de grãos e de defensivos, entre outras, a estimular as startups do agro no Brasil inteiro”, afirmou o senador ao Valor. 
Flávio Camargo, professor de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) que coordena a área de Ciências Agrárias da Capes - que mantém 370 cursos e 225 programas de mestrado e doutorado no país - encampou a proposta de Heinze. Segundo ele, é uma oportunidade para o Brasil não perder o passo no desenvolvimento tecnológico no campo. 
Camargo ainda vê fragilidades no perfil dos criadores de agtechs no Brasil, entre as quais a limitação das áreas de atuação dessas empresas, o baixo nível de especialização dos empreendedores e falta de foco a longo prazo. E, segundo ele, muitas startups têm sido criadas apenas para depois serem vendidas para grandes corporações. “A preocupação é melhorar a sobrevida das empresas e dar alguma coisa de subsídio de formação para criar no país uma cultura da inovação dentro do mundo do agro”, afirmou. 
O Programa de Pós-Graduação Profissional (Profagro) em elaboração terá uma estrutura curricular específica para desenvolver a cultura da inovação com a criação de agtechs. Essa estrutura contemplará disciplinas, atividades extracurriculares e trabalho de conclusão aplicado, com possibilidade de criação de empresas, produtos e patentes. Camargo já detalhou as diretrizes da proposta e criou um projeto-piloto. 
O modelo proposto é para 20 estudantes, com bolsas de três anos para curso de mestrado, iniciação tecnológica, desenvolvimento tecnológico e industrial e o projeto de inovação, e tem valor estimado de R$ 2,5 milhões. O plano envolve financiamento público e privado. 
Por parte do governo, a proposta prevê a participação de instituições como Finep, vinculada ao Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Telecomunicações, Fapesp, Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e BNDES, com injeção de recursos e também incentivos fiscais e isenções. Do lado privado, o projeto pretende atrair os fundos de investimentos BR Startups e a SP Venture, além do Bradesco. 
As empresas privadas teriam retorno proporcional ao investimento feito em caso de a startup deslanchar. Os rendimentos seriam repartidos com professores e alunos. 
Em outra frente, o governo federal tem mapeado, desde dezembro do ano passado, diversas iniciativas isoladas que ministérios e órgãos públicos já desenvolvem para estimular startups em geral, não só as agtechs. A ideia é unificar os trabalhos e criar uma política pública nacional de incentivo ao segmento ainda sem data para ficar pronta. 
O diretor do Departamento de Apoio à Inovação Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luis Cláudio França, afirmou que a Pasta vai realizar fóruns de inovação pelo país para promover a criação de agtechs. A meta também é criar mais quatro polos de inovação e tecnologia ainda esse ano. No fim de 2019, a ministra Tereza Cristina inaugurou o primeiro o primeiro polo seguindo esse modelo, em Londrina (PR). 
Ainda sem uma política pública específica, o segmento também não foi regulamentado. Um projeto de lei de 2017 tenta criar uma legislação específica para as agtechs, mas segue engavetado no Congresso. Outro, de 2019, cria desonerações para quem criar startup do agronegócio, mas também não avançou. Mas o número de agtechs continua aumentando. Segundo a Associação Brasileira de Startups (ABStartups), são 325 em todo o país. 
Mas uma pesquisa conduzida por Embrapa, Homo Lundes e SP Venturno ano passado apontou que o Brasil já tem 1125 empresas desse tipo, mais da metade delas no Estado de São Paulo. É nesse número que o Ministério da Agricultura tem se baseado. 
O advogado especialista em agronegócios Adamir Fiel Amorim, sócio da AB&DF, diz que a inovação tecnológica não respeita “institucionalidade normativa” e por isso qualquer lei ou regra para esse segmento tem que ser flexível. Mas ele concorda que falta uma participação mais efetiva do governo no segmento.
Entusiasta do tema, Fiel foi uma das pessoas que perceberam uma oportunidade de negócios na área de tecnologia durante o curso de pós-graduação na Fundação Getulio Vargas (FGV), em Brasília. Ele criou uma plataforma digital para mediação e arbitragem de conflitos voltada a produtores rurais. No site, chamado Agroconsenso, o tempo para solução dos casos é de no máximo 100 dias úteis e o cliente sabe o preço na hora. Segundo o advogado, na Justiça as ações demoram cerca de oito anos e têm custo inicial próximo a R$ 300 mil. (Valor Econômico)
 
 
Cientista identificam consumo de lácteos há 5000 anos leste da Eurásia
Embora a criação de rebanho leiteiro tenha sido uma parte essencial da vida e da cultura na estepe da Eurásia oriental durante milênios, a disseminação para para o leste e a chegada ao sudoeste da Ásia é pouco compreendida. O estudo, liderado por Shevan Wilkin e Jessica Hendy do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana, apresenta as primeiras evidências do consumo de leite no leste da Ásia, por volta do ano 3.000 aC, e oferece sinais da chegada e da evolução do sistema pastoril na 
Mongólia pré-histórica. 
O consumo mais antigo de lácteos e a possível trajetória: A natureza móvel das sociedades pastoris e os fortes ventos da Espete Orienta fazem com que os registros com locais de convivência e a cultura dos mongóis antigos sejam extremamente raros. Então os pesquisadores começaram a procurar cemitérios humanos e seus rituais que são frequentemente marcados por monumentos em pedra e ocasionalmente podem ser detectados túmulos de animais por satélites.  
Em colaboração com a Universidade Nacional da Mongólia, os pesquisadores analisaram calcificações em dentes dos indivíduos pegando desde o início da Idade do Bronze até o período Mongol. Três quartos dos indivíduos continham evidência de que consumiam alimentos lácteos, demonstrando a importância dessa fonte de alimento na Mongólia pré-histórica e histórica.  
Os resultados do estudo incluem as primeiras evidências diretas do consumo de lácteos no leste da Ásia, identificadas em um indivíduo de Afanasievo em Shatar Chuluu datado de aproximadamente 3.000 aC.  
Análises anteriores do DNA desse indivíduo revelaram marcadores genéticos não locais consistentes com populações da Estepe do Oeste, e que migraram para Afanasievo no início da Idade do Bronze, através da região russa Altai que possui condições propícias para domesticação de gado leiteiro no leste da Eurásia.  
Múltiplas espécies animais foram usadas para produção de leite
Pela sequência das proteínas do leite extraídas das calcificações dentárias, os cientistas foram capazes de determinar qual espécie animal foi usada para a produção do leite, o que ajudou a acompanhar a progressão da domesticação, dos laticínios e da atividade pastoril na região.  
“Os mongóis modernos usavam vaca, ovelha, cabra, iaque, camelo e cavalo para o leite, mas, quando cada espécie foi utilizada pela primeira vez para a produção de leite na Mongólia ainda é incerto” disse Shevan Wilkin, principal autor do estudo. “O que ficou claro é que a disponibilidade de fontes renováveis de calorias e hidratação por meio da incorporação de leite e derivados na dieta foi essencial para as condições áridas e desafiadoras da antiga Estepe Oriental”.  
Os primeiros indivíduos a mostrarem evidências do consumo de leite viveram 5.000 anos atrás e consumiam leite de espécies ruminantes, como gado bovino, ovinos e caprinos. Alguns milhares de anos depois, em locais da Idade do Bronze, datados de 1.200 aC, os pesquisadores descobriram a primeira evidência do consumo de leite de égua, que foi simultânea ao início de evidências das existências de cavalgadas e passeios a cavalo, bem como o uso de cavalos em rituais de enterro.  
Além disso, o estudo mostra que durante o Império Mongol, cerca de 1.200-1.400 dC, as pessoas também consumiam leite de camela. “Estamos entusiasmados pelo fato de que, analisando as proteínas, somos capazes de ver o consumo de leite proveniente diferentes espécies animais no mesmo indivíduo. Isso nos dá uma nova visão sobre as práticas leiteiras antigas”, diz Jessica Hendy. 
Milhares de anos depois da primeira evidência do consumo de leite de equinos, os cavalos permanecem vitais para a vida cotidiana de muitas populações da Mongólia moderna, onde os pastores montados confiavam a eles a tarefa de gerenciar rebanhos, transportar pessoas e suprimentos e fornecer uma fonte primária de carne e leite.  
“Nossas descobertas sugerem que a incorporação de cavalos à atividade pastoril na Eurásia Oriental esteve intimamente ligada à uma transformação econômica mais ampla, utilizando a espécie para equitação, transporte e alimentação” diz William Taylor, da Universidade do Colorado, também um dos co-autores do estudo. 
Embora o primeiro indivíduo estudado tenha mostrado evidências do consumo de leite, os pesquisadores esperam que estudos futuros examinem indivíduos de períodos anteriores. “Para formar uma imagem mais clara das origens dos lácteos nessa região, precisamos entender o impacto das migrações de criadores das estepes ocidentais e confirmar se os laticínios já existiam na Mongólia antes da chegada desses imigrantes”, conclui Shevan Wilkin. (As informações são do The Dairy Site, traduzidas pelo Terra Viva)
 
UE – 2019 foi um excelente ano para as exportações de manteiga
As exportações da União Europeia (UE-28) de manteiga e produtos similares (butter oil, manteiga e outros lácteos para untar) aumentaram 35% em 2019 em comparação com 2018, chegando a 214.000 toneladas. A maior parte do incremento ocorreu na segunda metade do ano, de acordo com os dados da associação inglesa AHDB. Em valor, o aumento interanual das exportações foi de 21%. Dado que os preços no atacado da manteiga caíram durante o ano, o crescimento do valor foi comprimido em comparação com o crescimento do volume. Os principais destinos de crescimento da manteiga da UE foram a Turquia, Emirados Árabes Unidos, Egito e Estados Unidos. A Turquia importou 11.000 toneladas, mais de cinco vezes a quantidade importada da UE no ano anterior. Os Emirados Árabes Unidos importaram 12.000 toneladas, 140% a mais que em 2018. Um pouco menos de 8.000 toneladas foram enviadas para o Egito, mais de quatro vezes a quantidade enviada em 2018. Estes três países, junto com os EUA, representaram a metade da manteiga adicional exportada em 2019. EUA representaram 17% das exportações de manteiga da UE em 2019, um aumento de 7.000 toneladas em relação ao ano anterior. A maior parte deste aumento ocorreu entre abril e julho, após o anúncio de possíveis tarifas de 25% em retaliação às disputas comerciais da Airbus. (Agrodigital)
 

 

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