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Pecuária 4.0 e uso da tecnologia no campo geram discussão sobre futuro do setor lácteo no Fórum Estadual do Leite

As alternativas que a tecnologia oferece para auxiliar o produtor no campo e as inovações da Pecuária 4.0 geraram grandes debates na manhã desta quarta-feira (4/3), durante o 16º Fórum Estadual do Leite, na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS). Os integrantes da cadeia produtiva leiteira, que lotaram o auditório central do Parque de Exposições, ouviram como determinadas técnicas e sensores podem mudar a tomada de decisão do produtor na fazenda. “O leite é de extrema importância para o desenvolvimento econômico dos produtores e o setor lácteo vai colocar o Brasil em outro cenário. No Fórum, estamos na hora, lugar e com as pessoas certas para discutir mudanças que possam transformar a atividade leiteira no Rio Grande do Sul”, afirmou o presidente da Cooperativa CCGL, Caio Cezar Vianna, na abertura do Fórum.

Com foco em eficiência e produtividade, a primeira palestra do evento se propôs a exemplificar de forma simples como os dados da pecuária de precisão podem prevenir problemas nutricionais, reprodutivos, doenças e outros aspectos da criação. O professor do Departamento de Zootecnia da Universidade de Kentucky dos Estados Unidos, João H. C. Costa, explicou que o uso de sensores nos animais pode monitorar o cotidiano do plantel, o que consequentemente aumenta a produtividade da propriedade. “O produtor não tem condição de pagar alguém para observar em individual a rotina das vacas, mas um equipamento pode fazer isso de forma mais simples e eficaz. O uso de dados não muda o perfil do produtor, mas muda a atitude em relação às tomadas de decisões na fazenda”, ressaltou. Para Costa, o leite é uma commodity e para entrar nesse nicho de mercado a eficiência é fundamental.

A segunda palestra do Fórum trouxe como centro o movimento Agro+Lean, que tem como objetivo melhorar a gestão dos negócios, os resultados alcançados e a qualidade de vida dos envolvidos. De acordo com o médico veterinário do Instituto Clínica de Leite (SP) Sandro Viechinieski, que ministrou a temática, o setor lácteo é um mercado de baixo risco. “Sempre vão existir negócios que o produtor de leite pode fazer com a sua produção, por isso, é necessário otimizar as margens e utilizar a tecnologia com o auxílio de um profissional técnico”, pontuou. O palestrante ainda ressaltou que todo modelo de negócio em qualquer segmento necessita de três fatores principais: cultura (a que o produtor implanta), líderes (ponto de apoio) e time (trabalho em equipe).

Para o presidente do Sindicato da Indústria dos Laticínios do RS (Sindilat), Alexandre Guerra, que ao lado do secretário-executivo, Darlan Palharini, acompanhou o evento, as palestras do Fórum Estadual do Leite trazem para a realidade gaúcha debates mundiais que vêm sendo realizados no setor leiteiro. “Temos consciência que o mercado é competitivo e globalizado, e isso nos coloca no dever de andar lado a lado com outros grandes produtores de leite, seja a nível internacional ou nacional”, disse, lembrando que os três estados do Sul, pelo crescimento da produção de leite, têm condições de buscar a aplicabilidade dessas novas tecnologias e fazer parte dessa evolução. “Essas são oportunidades para os produtores buscarem uma maior eficiência no seu dia a dia utilizando a inteligência artificial no ganho em escala”, afirmou.

O 16º Fórum Estadual do Leite é promovido pela Expodireto Cotrijal e pela CCGL, conta com o apoio da RTC e da FecoAgro/RS e patrocínio do Sindilat/RS, Senar-RS, Atto/Sementes, Agrifirm, MSD e BRDE.

 

Foto: Laura Stamado 

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