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05/03/2020

 

 

Porto Alegre, 05 de março de 2020                                              Ano 14 - N° 3.177

Pecuária 4.0 e uso da tecnologia no campo geram discussão  sobre futuro do setor lácteo no Fórum Estadual do Leite
As alternativas que a tecnologia oferece para auxiliar o produtor no campo e as inovações da Pecuária 4.0 geraram grandes debates na manhã desta quarta-feira (4/3), durante o 16º Fórum Estadual do Leite, na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS). Os integrantes da cadeia produtiva leiteira, que lotaram o auditório central do Parque de Exposições, ouviram como determinadas técnicas e sensores podem mudar a tomada de decisão do produtor na fazenda. “O leite é de extrema importância para o desenvolvimento econômico dos produtores e o setor lácteo vai colocar o Brasil em outro cenário. No Fórum, estamos na hora, lugar e com as pessoas certas para discutir mudanças que possam transformar a atividade leiteira no Rio Grande do Sul”, afirmou o presidente da Cooperativa CCGL, Caio Cezar Vianna, na abertura do Fórum.  
Com foco em eficiência e produtividade, a primeira palestra do evento se propôs a exemplificar de forma simples como os dados da pecuária de precisão podem prevenir problemas nutricionais, reprodutivos, doenças e outros aspectos da criação. O professor do Departamento de Zootecnia da Universidade de Kentucky dos Estados Unidos, João H. C. Costa, explicou que o uso de sensores nos animais pode monitorar o cotidiano do plantel, o que consequentemente aumenta a produtividade da propriedade. “O produtor não tem condição de pagar alguém para observar em individual a rotina das vacas, mas um equipamento pode fazer isso de forma mais simples e eficaz. O uso de dados não muda o perfil do produtor, mas muda a atitude em relação às tomadas de decisões na fazenda”, ressaltou. Para Costa, o leite é uma commodity e para entrar nesse nicho de mercado a eficiência é fundamental.  
A segunda palestra do Fórum trouxe como centro o movimento Agro+Lean, que tem como objetivo melhorar a gestão dos negócios, os resultados alcançados e a qualidade de vida dos envolvidos. De acordo com o médico veterinário do Instituto Clínica de Leite (SP) Sandro Viechinieski, que ministrou a temática, o setor lácteo é um mercado de baixo risco. “Sempre vão existir negócios que o produtor de leite pode fazer com a sua produção, por isso, é necessário otimizar as margens e utilizar a tecnologia com o auxílio de um profissional técnico”, pontuou. O palestrante ainda ressaltou que todo modelo de negócio em qualquer segmento necessita de três fatores principais: cultura (a que o produtor implanta), líderes (ponto de apoio) e time (trabalho em equipe). 
Para o presidente do Sindicato da Indústria dos Laticínios do RS (Sindilat), Alexandre Guerra, que ao lado do secretário-executivo, Darlan Palharini, acompanhou o evento, as palestras do Fórum Estadual do Leite trazem para a realidade gaúcha debates mundiais que vêm sendo realizados no setor leiteiro. “Temos consciência que o mercado é competitivo e globalizado, e isso nos coloca no dever de andar lado a lado com outros grandes produtores de leite, seja a nível internacional ou nacional”, disse, lembrando que os três estados do Sul, pelo crescimento da produção de leite, têm condições de buscar a aplicabilidade dessas novas tecnologias e fazer parte dessa evolução. “Essas são oportunidades para os produtores buscarem uma maior eficiência no seu dia a dia utilizando a inteligência artificial no ganho em escala”, afirmou. 
O 16º Fórum Estadual do Leite é promovido pela Expodireto Cotrijal e pela CCGL, conta com o apoio da RTC e da FecoAgro/RS e patrocínio do Sindilat/RS, Senar-RS, Atto/Sementes, Agrifirm, MSD e BRDE. (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)
 

CRÉDITO: ASSESSORIA DE IMPRENSA DA EXPODIRETO COTRIJAL 
 
 
Balança comercial: importações de lácteos caem 14% em relação ao mês anterior
Segundo dados divulgados nesta terça-feira (03/03) pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), o saldo da balança comercial de lácteos foi de 62 milhões de litros negativos, em equivalente leite, no mês de fevereiro, um aumento de 5% quando comparada a janeiro/20 e de 48% em relação a fevereiro/19. Confira a evolução no saldo da balança comercial láctea no Gráfico 1. 
Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos, 2017 a 2020.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT
As exportações, que haviam aumentado expressivamente no mês de janeiro, recuaram em fevereiro, representando uma redução de 48%. Os 9,3 milhões de litros exportados também representaram queda (-18%) em relação de fevereiro/19. No entanto, no acumulado do ano vigente (jan/fev) foram exportados 27,2 milhões de litros em equivalente leite, contra 23 milhões de litros no mesmo período de 2019. 
Já a quantidade importada de leite (em litros equivalentes) também caiu (-14%) no mês fevereiro em relação a janeiro, com 71,1 milhões de litros em equivalente leite internalizados. Da mesma maneira, no acumulado do ano (jan/fev) de 2020, internalizamos 153,8 milhões de litros em equivalente leite, 36% abaixo do mesmo período de 2019. 
Apesar disso, em fevereiro foram importadas 3,6 mil toneladas de leite em pó integral e 1,5 mil toneladas de leite em pó desnatado, aumento de 4% e 8%, respectivamente em relação ao mês de janeiro/20. No entanto, outros produtos como queijos, manteigas e soro de leite apresentaram redução nas importações brasileiras em relação a fevereiro de 2019 (Tabela 1). 
Tabela 1. Variação em % da quantidade importada em toneladas pelo Brasil por produto, fevereiro/20 comparado com janeiro/20 e fevereiro/19.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.

Na tabela 2, é possível observar as movimentações do comércio internacional de lácteos no mês de fevereiro deste ano.
Tabela 2. Balança comercial láctea em fevereiro de 2020.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT.

Lácteos/RU

A balança comercial do Reino Unido (RU) para todos os produtos lácteos* foi positiva em termos de volume em 2019, com um excedente de 95 mil toneladas de produto. Este é o primeiro superávit comercial registrado desde o início da série, em 1997.
 
A maior melhoria ocorreu com o leite em pó desnatado (SMP) e leitelho. Queijo, iogurte e manteiga** ainda estão sendo comercializados com déficit, embora ele venha sendo reduzido para manteiga e queijo.
A melhoria acentuada na balança comercial do SMP foi resultado direto da mudança nos padrões comerciais através da fronteira com a Irlanda. Em 2019, as exportações de SMP para a Irlanda aumentaram 20 mil toneladas, enquanto as importações da Irlanda caíram quase 59 mil toneladas.
 
Houve aumento nas exportações de leitelho, mas, o principal motivo para a melhora da balança comercial foi uma queda significativa nas importações (103 mil toneladas). Os embarques da França, Bélgica e Alemanha foram responsável pela maior parte da queda.
 
 
 
Em termos de valor, ainda houve um déficit comercial, mas, menor do que em 2018. O valor das exportações cresceu, enquanto o valor das importações diminui. A manteiga contribuiu de maneira notável para a melhoria do déficit comercial de valor. Isso ocorre, em parte, porque importamos menos em 2019. *Códigos SH 0401-0406 | **Manteiga aqui inclui inclui óleos derivados de leite. (AHDB - Tradução livre: Terra Viva)
 
PIB Agropecuário deverá crescer até 4% em 2020, estima CNA
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) estima que o PIB da agropecuária brasileira crescerá entre 3% e 4% em 2020, sustentado pela recuperação da produção de soja e por avanços nas cadeias de bovinos e suínos. A entidade estima que safra 2019/20 da oleaginosa deverá alcançar 123 milhões de toneladas e o Valor Bruto da Produção (VBP) da cultura terá alta de 11%. Na pecuária, as altas de 20% na criação de bovinos e de 29% em suínos deverão garantir resultados positivos. Dessa forma, o VBP do setor agropecuário poderá subir quase 10% neste ano, ante crescimento de 1,4% em 2019. Mesmo com previsões otimistas para 2020, assessor técnico da entidade, Paulo Camuri, prega cautela e orienta produtores a investir na gestão de risco na produção, como travamento de preços no mercado futuro e operações de barter — troca de grãos por insumos. Segundo o assessor, dois pontos principais preocupam o cenário do agro brasileiro. Os efeitos econômicos da desaceleração do crescimento da China e os impactos do coronavírus fora do país asiático. "Ainda não conseguimos precificar esse impacto fora da China", afirmou ao Valor. Outra preocupação é o dólar. "O receio é pagar caro no momento do pré-custeio e vender a produção depois com câmbio em baixa. É um sinal de alerta", observou. Segundo Camuri, os preços das commodities poderão cair de forma expressiva a depender da expansão do coronavírus pelo mundo. (Valor Econômico)

 

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