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04/11/2019

             

Porto Alegre, 04 de novembro de 2019                                              Ano 13 - N° 3.101 

O papel da indústria na produção de lácteos é tema de debate na Ufrgs


Crédito: Stéphany Franco

O Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) marcou presença durante o painel "O papel da indústria na produção de lácteos", promovido pelo Programa de Pós-graduação em Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), na tarde da última sexta-feira (01/11), em Porto Alegre (RS). Na oportunidade, o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, apresentou dados sobre qualidade, consumo, exportação e cenário lácteo mundial. "O trabalho realizado pela cadeia busca um resultado futuro. É importante investir na qualidade para que possamos nos tornar mais competitivos em outros mercados", disse.
O produtor rural enfrenta muitos desafios no dia a dia da atividade leiteira, principalmente no que se refere à eletrificação e qualidade das estradas. Para Palharini, as Instruções Normativas do Leite (INs) 76 e 77 servem para dividir a responsabilidade entre a cadeia e o poder público. "Precisamos achar uma válvula de escape para escoar a produção de leite excedente, do contrário, não adianta abrir novos mercados". Na mesma linha, o supervisor técnico da Cooperativa Santa Clara e presidente da Associação Gaúcha de Laticínios, Amado Mendes, ressaltou que a indústria faz questão da melhoria do leite, pois para concorrer no mercado internacional é preciso ter matéria prima de boa qualidade. 

A sanidade dos rebanhos também foi alvo de discussão no encontro, visto que o estado do RS, tem intensificado o controle e a certificação de propriedades livres de  tuberculose e brucelose, e o valor investido em indenizações tem aumentado e totalizado, até 30/09/2019, o montante de R$ 4.652.761,89. De acordo com Mendes, a assistência técnica é fundamental. "A indústria precisa oferecer o suporte necessário para que os produtores consigam produzir mais e melhor", refletiu. Segundo Palharini, as INs 76 e 77 garantem o que nenhuma outra instrução normativa assegurava, que as empresas tenham um plano de qualificação ao fornecedor. 

Para a aluna do PPG em Zootecnia da Ufrgs, Tatiana de Souza, as palestras serviram para mostrar o outro lado da moeda. "Não temos a visão da indústria no nosso cotidiano. Temos apenas o feedback que vem dos produtores, através da assistência técnica, e é importante ver que existe uma parceria entre ambos para alcançar o mesmo objetivo, a qualidade do leite". A professora Vivian Fischer, coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Pecuária Leiteira e Comportamento Animal (NUPLAC) da Ufrgs, acredita que o principal objetivo do evento é compartilhar conhecimento. "Esses temas normalmente não são debatidos em sala de aula e, por isso, criamos o painel para que os nossos alunos tenham um conhecimento geral, pois eles serão formadores de opinião e precisam explorar todas as vertentes". (Assessoria de imprensa Sindilat/RS)

Encantado recebe a 13ª edição do Fórum Tecnológico do Leite
A 13ª edição do Fórum Tecnológico do Leite, evento com caráter itinerante, será realizado na cidade de Encantado (RS) no dia 13 de novembro. O encontro, que tem o Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat) como um dos apoiadores, ocorrerá no Auditório Itália, na sede da prefeitura de Encantado. Entre as atividades estão a apresentação de cases, palestras e debates voltados à cadeia leiteira.

Para o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, o encontro busca promover discussões e trocas de experiência entre os participantes. “Neste evento o público poderá entender um pouco mais sobre o atual mercado lácteo, as oportunidades com abertura dos novos mercados, como exportar e voltar a crescer a produção no campo", conta.

De acordo com o diretor do Colégio Teutônia, Jonas Rückert, um dos responsáveis pela organização do evento, a instituição forma técnicos em agropecuária e, desta forma, o ensino sempre foi pensado para além dos muros. "Nossa região é uma grande produtora de alimentos e a atividade leiteira é bastante intensa, por isso a extensão rural é tão importante", afirma Rückert, ressaltando que o objetivo do Fórum é gerar conhecimento e estreitar laços com a comunidade.

Na oportunidade, o assistente técnico rural da área de Bovinocultura de Leite da Emater de Lajeado Martin Schmachtenberg,  apresentará uma pesquisa com o panorama do leite no RS. "Esse levantamento é atualizado todos os anos e o resultado será divulgado durante o evento". Segundo Schmachtenberg, a ideia é que o Fórum siga de maneira itinerante, sendo realizado nos anos pares em Teutônia (RS) e nos anos ímpares nas demais cidades do Estado.

Interessados devem se inscrever até o dia 08 de novembro, no site www.colegioteutonia.com.br/forumdoleite ou diretamente nos escritórios municipais da Emater.

Confira a programação completa:

08h às 09h – Recepção com degustação de lácteos;
09h – Palestra “Produtor de leite: um estilo de vida!”, palestrante Vilnei Varzim;
10h20min – Debate com foco na sanidade animal – “Programa Nacional de Combate e Erradicação da Febre Aftosa”, com Fernando Groff, e “Panorama da Brucelose e da Tuberculose Bovina no RS”, com Ana Cláudia Groff;
11h30min – Apresentação do Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite dos Vale do Taquari e do Caí, com Martin Schmachtenberg;
11h45 -  Cenário  lácteo atual e como exportar, com Darlan Palharini 
12h – Almoço e Concurso do Leite em Metro (valor do almoço com direito a buffet livre para inscritos no Fórum: R$ 10,00);
13h30min – Abertura Oficial do Fórum Tecnológico do Leite – 13ª Edição;
14h – Cases de modelos e realidades de produção leiteira apresentados por produtores, com painéis sobre Compost Bar, Free Stahl e Produção à Base de Pasto, tendo a mediação de Jaime Eduardo Ries;
15h –  Debate sobre os sistemas de produção apresentados;
15h30min – Encerramento.

Preço do leite em pó brasileiro no mercado asiático é até 40% mais alto
A exportação de laticínios pode crescer, mas para isso é preciso aumentar a competitividade do produto brasileiro. A afirmação foi feita pelo representante da Associação Brasileira de Laticínios, Marcelo Costa Martins, na audiência pública da Subcomissão Permanente do Leite, da Comissão de Agricultura da Câmara, nesta terça-feira, 29. O evento debateu o acordo com os chineses e a situação dos produtores lácteos brasileiros. Segundo Marcelo Martins, a expectativa é de aumentar as exportações de queijos, leite em pó e leite condensado em R$ 17 milhões.

“Recebemos semanalmente demandas de traders que querem importar produtos lácteos brasileiros e, quando as empresas passam os valores de cotação de leite em pó, o nosso não é competitivo”, diz ele.

O mercado de leite e derivados tem 1,4 bilhão de consumidores. Só de leite em pó, a China importa 800 milhões de toneladas por ano – mais do que toda a produção brasileira, que é de 600 milhões de toneladas. Havia um acordo com os chineses, fechado há 12 anos, para negociar produtos lácteos, mas só em julho deste ano, 24 produtores brasileiros tiveram permissão da China para exportar. Mas, na prática, o Brasil ainda não começou a enviar os produtos aos chineses.

O Representante da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), Geraldo Borges, lamentou a ausência do Ministério da Economia no debate. Segundo ele, o leite em pó brasileiro custa, no mercado asiático, 20% a 40% mais caro.

Controle de preços
Para Paulo do Carmo Martins, da Embrapa, as políticas de controle do preço do leite em governos anteriores levaram a uma estagnação dos investimentos no setor. Na avaliação dele, o acordo de exportações também pode ajudar a controlar os preços no mercado interno, gerando mais estabilidade ao produtor e à indústria na hora de definir seus investimentos.

Recém-chegado de uma viagem à Ásia, o representante do Ministério da Agricultura Leandro Diamantino Feijó disse que os chineses estão atentos à qualidade do produto brasileiro. Segundo ele, não houve questionamentos da China sobre a situação ambiental do Brasil.

“A gente não pode se enganar que nós vamos produzir de qualquer jeito e colocar isso no mercado chinês. Eles estão de olho no nosso trabalho. Então, se faz necessário que o governo brasileiro e que o setor privado se mantenham vigilantes no cumprimento daquilo que foi acordado”, disse Feijó. 

Papel da Câmara
O autor do pedido para a realização da audiência, o deputado Celso Maldaner (MDB-SC), acredita que a Câmara tem papel importante na melhoria de competitividade. “Temos que sensibilizar o governo para ter uma política de mais apoio, principalmente na área de assistência técnica e infraestrutura, e dar mais apoio ao nosso produtor de leite.”

Outras oportunidades
Outra janela de oportunidade está no acordo entre Mercosul e União Europeia, que, embora só deva ser assinado no segundo semestre do ano que vem, serve de horizonte para a preparação de diferentes setores econômicos.

Para o representante do Ministério das Relações Exteriores Alexandre Ghisleni, com o devido investimento e apoio governamental, quando o acordo estiver plenamente válido, o setor lácteo poderá estar muito diferente e talvez até ter subido na posição entre os maiores produtores e consumidores de laticínios. Hoje, estamos entre os cinco maiores. (Canal Rural)

Milk Day
O Canal Terraviva realizou o “Milk Day”. O programa que foi ao ar na última quinta-feira (31), surgiu com propósito de levar informações corretas para o público, sobre o setor leiteiro no país. Assista o programa com a participação do Secretário Executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, clicando aqui. (Uol)
 

 

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