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20/05/2019

Porto Alegre, 20 de maio de 2019                                              Ano 13 - N° 2.982

   Produção/AR

 
A produção total de leite alcançou 10.527 milhões de litros em 2018, o que representou crescimento de 4,2% em relação a 2017. No mês de abril de 2019 a produção foi de 736,0 milhões de litros de leite, o que representa queda de 1,2% em relação ao mês anterior e de 5% na comparação com igual mês de 2018.
 
O acumulado nos primeiros quatro meses de 2019 registra redução de 7,5% quando comparado com o mesmo período do ano passado. A média móvel dos últimos 12 meses mostra decréscimo interanual de 0,8%.
 
Historicamente a produção alcança seu pico mínimo no mês de abril, mas, pelos dados apresentados aqui, esse mínimo foi alcançado em fevereiro, havendo, a partir de então crescimento. Mantendo-se as condições atuais de melhores preços, e padrões meteorológicos normais, é possível que a queda dos primeiros quatro seja neutralizada, e o volume da produção de 2019 fique similar ao de 2018 com variação de (+/- 1,0%). (OCLA – Tradução livre: Terra Viva)
 
                 
 
"Mercado e consumo são chaves para o futuro do setor leiteiro", diz especialista argentino
 
Segundo o Observatório da Cadeia Leiteira Argentina (Ocla) o setor conseguiu recuperar valor, atingindo um saldo positivo. Esta não é uma questão pouco relevante, uma vez que isso não acontecia desde novembro de 2017.
 
Miguel Taverna, referência do setor leiteiro da Argentina que trabalha no Inta Rafaela, falou durante o 10º Dia Nacional das Forragens Preservadas - que ocorreu em Manfredi - sobre aspectos importantes para o futuro da cadeia, que até agora praticamente passaram despercebidos pela guerra de preços e pelos ruídos históricos que periodicamente existem na relação entre produção e indústria.
 
Segundo o profissional, é preciso olhar para os mercados e tendências de consumo de alimentos para imaginar possíveis cenários futuros. E nesse cenário aparecem oportunidades e ameaças.
 
Em primeiro lugar, o positivo é que a projeção do aumento do poder de compra em países superpovoados, como a China, posiciona o leite como alimento proteico de qualidade. Mas algumas questões também jogam contra ele, como a cultura vegana, e há também uma maior competição por substitutos de produtos lácteos tradicionais, como leite, iogurte ou queijo.
 
"Quando se trata de produtos alimentícios do ponto de vista global, as expectativas são boas. A demanda é explicada principalmente pelo crescimento populacional e pelo aumento da renda per capita de muitos países. Quando isso aumenta, o primeiro efeito é consumir proteínas de qualidade e o leite aparece rapidamente. Há uma oportunidade significativa", comentou. Da mesma forma, para o especialista é necessário considerar outros aspectos, como a evolução dos preços internacionais.
 
"Uma questão é a volatilidade dos preços. Há muitos elementos que marcam esse comportamento e tudo indica que continuará da mesma forma pelo menos nos próximos anos. É um ponto relevante porque afeta os preços domésticos. Temos que ter em mente que esses preços excelentes ou muito bons em um momento, mas que depois podem cair, faz parte da realidade setorial, que tem maior peso com o setor leiteiro argentino exportando”.
 
Mercado
Ele refletiu particularmente sobre mudanças na demanda mundial por alimentos e no impacto sobre os laticínios.
 
"Temos que pensar no futuro dos mercados e do consumidor. Nesse cenário, os produtos substitutos aparecem com muita força. Há uma grande ameaça para produções como o leite, já que são indústrias muito mais organizadas e poderosas do ponto de vista da comunicação. É provável que em uma gôndola encontremos 5 ou 6 opções alternativas para uma caixa de leite, iogurte ou queijo. Também temos que ficar de olho em como os hábitos alimentares estão evoluindo em certos produtos, como o veganismo, que está muito presente na nova geração de consumidores”.
 
A esse respeito, ressaltou que as empresas que promovem esses produtos "são muito agressivas na comunicação. Não apenas tentam valorizar e destacar os atributos de seus produtos, mas também se encarregam de desacreditar outros. Aí eles 'batem sem dó', muitas vezes com argumentos científicos não validados, mas as pessoas não precisam necessariamente saber qual é o contexto de tudo isso”.
 
Por essa razão, ele acrescentou: "é uma questão muito complexa e difícil de superar, especialmente em países como o nosso, onde não temos comunicação adequada com o consumidor".
 
Produção
Taverna também analisou a evolução da produção de leite na Argentina.
"A produção está tendo dificuldades para se recuperar. Quando mostrou certa tendência, surgiram eventos climáticos que estão atingindo fortemente algumas regiões, como Córdoba primeiro e Santa Fé depois. Isso mostra que 'aquela pequena luz' que estava a favor do aumento vai diminuindo. A recuperação no segundo semestre dependerá das condições climáticas e sua influência no bem-estar dos animais. Mas na melhor das hipóteses, acho que será um ano parecido com o anterior, apesar do que vem acontecendo com os preços. Lamentavelmente, é muito difícil aumentar o volume porque, se isso fosse dado por um bom preço, permitiria aos produtores que aumentassem seu faturamento, algo muito necessário neste momento".
 
Nesse contexto e diante da demanda de exportação, os preços devem continuar em território positivo. "Na medida em que o preço internacional continua nesses valores e o dólar acompanha a inflação, a exportação será importante e por causa da competição entre as empresas espera-se que o preço permaneça relativamente bom", finalizou. (As informações são do Puntal Villa María, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 
 
Artigo - Seu pasto fala com você e tem demandas que devem ser bem interpretadas
 
Já parou para pensar que entender não só as necessidades ou demandas dos animais, mas também do pasto, pode ser a chave para aumentar os lucros do seu sistema de produção? É natural que as pessoas se preocupem diretamente com o que remunera a atividade (leite ou carne). Agora, imagine um sistema de produção a pasto como se fosse uma pirâmide cuja base será o solo. Acima dessa base virão as plantas, que precisam ser adaptadas ao clima e ao solo da região. Elas devem crescer para garantir alimento para a última parte da pirâmide que são os animais. Desta forma, é fácil imaginar que, para conseguir produção satisfatória de carne ou leite a pasto, é preciso que toda a pirâmide funcione bem. O pasto é dinâmico e pode assumir diferentes condições que estarão vinculadas à forma e à intensidade de crescimento. Assim, que componente está acumulando em seu pasto? Folhas, colmos, material morto? Isto é importante, uma vez que irá influenciar em como, quanto e o que os animais consumirão, de forma a impactar (positiva ou negativamente) no ganho de peso ou produção de leite. Muitas vezes nos preocupamos com a falta de pasto, mas se o pasto cresce rápido, o produtor pode notar dificuldade do gado em rebaixá-lo e então optar por roçar, o que impacta negativamente no tempo de uso do pasto. Nestas situações (na falta ou excesso de pasto) não adianta culpar o capim pelo baixo desempenho animal. É preciso sim gerenciar melhor a colheita da forragem produzida via manejo. Entende como o pasto fala com você, e como é importante aprender a interpretar o que ele quer dizer? Observar mais o comportamento de plantas e animais e tomar decisões no devido tempo é importante. Cabe então ao manejador do pasto: 1) Não deixar o pasto crescer demais – pasto muito alto produz mais colmo e material morto, o que dificulta aos animais consumirem folhas, que é o componente mais nutritivo, para se manter e para produzir carne ou leite; 2) Não deixar o pasto baixo demais – pois as plantas rebrotam lentamente e o gado não come de boca cheia. É importante controlar o pasto para produzir mais produto animal. Uma forma prática de se gerenciar a colheita do pasto é utilizar as recomendações de altura de pastejo. A altura é um elo entre o ambiente, a planta e os animais, ou seja, entre partes integrantes da pirâmide de produção. Logo, traduz a linguagem com que o pasto e os animais em pastejo falam conosco, facilitando a interpretação e a tomada de decisões de manejo. (Cristina Genro e Márcia Silveira, pesquisadoras da Embrapa Pecuária Sul/Correio do Povo)
 
Uruguai x China
O Instituto Nacional do Leite do Uruguai (INALE) recebeu a visita da Associação das Indústrias de Laticínios da China. A delegação reuniu as principais indústrias de lácteos chinesa. O presidente do INALE, Veterinário Ricardo de Izaguirre e o Diretor Geral do Instituto, Gabriel Bagnato, receberam a delegação. A economista Mercedes Baraibar fez uma palestra sobre o setor lácteo do Uruguai. Depois foi aberto espaço para intercâmbio sobre o setor lácteo do Uruguai, sua história, a parte institucional, os principais atores, entre outros temas. Como resultado, a Vice-presidente e Secretária Geral da Associação chinesa, Liu Meiju, convidou o INALE a participar da Conferência Anual da Associação que será realizada em setembro deste ano. Ambas as entidades se comprometeram a seguir trabalhando juntos para que o setor e os produtos lácteos do Uruguai sejam cada vez mais conhecidos na China. (INALE – Tradução livre: Terra Viva)

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