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10/04/2019

Porto Alegre, 10 de abril de 2019                                              Ano 13 - N° 2.956

    Exportações/Uruguai 

Os dados sobre comércio exterior publicados pela Universidade Católica mostram que as exportações da Conaprole, em março, caíram 23,7% em relação a março de 2018. O dado é preocupante já que, segundo o presidente da Conaprole, Álvaro Ambrois, para a empresa "as exportações são fundamentais". A Conaprole exporta 70% do leite que recebe. 

O mercado internacional é o que nos afeta, e é responsável pela fixação do preço ao produtor.
Este mês, o relatório mensal, Comércio Exterior de Uruguay, publicado pelo Departamento de Negócios Internacionais e Integração (DNII) da Universidade Católica (UCU) destaca que no terceiro mês do ano "as cinco principais empresas exportadoras concentram 22,6% das vendas, e, com exceção da Conaprole, todas aumentaram o volume exportado em relação a março de 2018".
 
Queda geral das exportações
A queda da Conaprole ocorre quando, ao nível geral continuam caindo tanto as importações como as exportações, com o agravante de que os lácteos atravessam uma forte crise tanto, ao nível produtivo, como industrial, com o fechamento de fazendas leiteiras e indústrias de laticínios de um modo geral. (TodoElCampo - Tradução livre: Terra Viva)
 
                 

Produção/AR 

O Observatório da Cadeia Láctea (Ocla) divulgou um boletim conjuntural, que analisa a situação do setor lácteo no que se refere as perspectivas do setor. O destaque para o grupo de analistas, que dependem do Estado, mas, são procedentes de uma fundação do setor privado, é que o fechamento de fazendas de leite parou.

Que a produção de leite está em crise há muitos anos, não é novidade. Até bem pouco temo, Bichos de Campo publicou uma nota na qual comentava que o total de fazendas de leite fechados no último ano, segundo dados oficiais, foi de 150. Mas, o Ocla afirma que essa tendência foi interrompida depois de melhorar as condições de trabalho do primeiro elo da cadeia. É preciso destacar que nos primeiros meses deste ano houve melhora considerável no preço do leite, quase 70% a mais que os valores do início de 2018.

Segundo analistas do Observatório, e parafraseando o ministro da fazenda, Nicolás Dujovne, parece que "o pior já passou". O documento diz: "Depois de uma etapa (2016-2017) onde o fechamento e a fusão de rebanhos foi muito elevado, explicado, em grande medida, pelos excessos hídricos registrados em várias bacias leiteiras do país, a evolução de custos acima da matéria prima, o alto custo financeiro, e a falta de rentabilidade em grande parte dos produtores de leite (situação detectada pelo INTA-IAPUCO), a informação importante mostra, que a eliminação de rebanhos, em todas as bacias leiteiras são fatos isolados".

A Ocla também disse que as indústrias de laticínios que fecharam 'estão associadas a produções de pequena escala (menos de 2.000 litros por dia) e gerenciados por produtores mais velhos e com dificuldades familiares (sem sucessão)".

Segundo a análise do Ocla, seguem firmes, entretanto, dois outros processos: a concentração leiteira e o crescimento de fazendas de maior produtividade, e escala, além, diversificação das atividades, o que proporciona ferramentas capazes de enfrentar crises.

"As fazendas de maior escala e eficiência continuam no negócio crescendo e integrando a produção de leite com a produção de grãos para se auto abastecerem. Também intensificam a produção de carne (aproveitando o bom momento da atividade. Em resumo, está havendo incremento da escala e da diversificação", relata o Boletim da Ocla.

Com relação ao resultado econômico do setor produtivo, o boletim diz que nos últimos dez meses houve melhora significativa da rentabilidade. "O preço do leite ao produtor para janeiro de 2019 foi de 9,83 pesos por litro, o que representa aumento de 4,1% em relação ao mês anterior, e de 69,5% quando comparado com o preço do mesmo mês de 2018".

O boletim esclarece que "o custo de produção por litro de leite foi de 9,60 pesos por litro em janeiro de 2019, foi 82,2% acima a igual mês do ano anterior". O cálculo agrega que se deve estimar uma renda do Capital Médio Operado de 5%, o que significa 1,70 pesos a mais. Nesse caso o custo seria 11,30 pesos por litro.

Mas, ainda assim, sustenta o documento, "as principais relações preço do leite/insumo/produto final melhoraram, consideravelmente, desde janeiro. Nos últimos meses, depois de 10 meses consecutivos de prejuízos, a rentabilidade reapareceu, ainda que insuficiente para poder cobrir a expectativa mínima". (Portalechero - Tradução livre: Terra Viva)

Balança comercial do leite/PR

O Paraná fechou a balança comercial do leite em 2018 no vermelho. O Estado comprou 11,4 mil toneladas do produto de outros países, enquanto exportou apenas 1,6 mil toneladas, diferença de 9,8 mil toneladas, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Pecuária do Paraná (Seab).

O mercado paranaense seguiu a mesma tendência brasileira, que importou 152,6 mil toneladas e exportou 23,1 mil toneladas, resultando em uma diferença de 129,5 mil toneladas. No caso do Paraná, na comparação entre 2018 e 2017, o volume importado de leite caiu de 13,6 mil toneladas para 11,4 mil toneladas (-16,4%).

Mas em termos financeiros, os valores gastos na operação seguiram praticamente os mesmos, variando de US$ 27,68 milhões em 2017 para US$ 27,35 milhões em 2018 (-1,2%). "Com o recorte de um ano, a impressão muitas vezes é de que houve uma variação significativa nas cotações, mas nesse caso reflete uma circunstância normal de ajuste de mercado que passamos no período", reflete Alexandre Lobo Blanco, médico veterinário do Sistema FAEP/SENAR-PR.

Sobre o fato de haver desequilíbrio na balança comercial, o médico veterinário Fábio Mezzadri, do Deral, aponta que a altas importações impactam o mercado interno, desregulam a oferta e interferem negativamente na lucratividade dos produtores. "Os lácteos entram, principalmente da Argentina e Uruguai, muitas vezes a preços mais atraentes que os próprios produtos internos. Uma das soluções para este problema seria alavancar as exportações", ressalta.

A respeito das exportações de leite efetuadas pelo Paraná, houve um pequeno aumento em volume, de 1,4 mil toneladas em 2017 para 1,6 mil toneladas em 2018. Em compensação, o valor movimentado registrou variação negativa, saindo de US$ 5,5 milhões no ano retrasado para US$ 5,4 milhões no ano passado.

Principais fornecedores ao Brasil Os países que mais venderam leite ao Brasil em 2018 foram Argentina (90,5 mil toneladas e US$ 262,5 milhões), Uruguai (44,5 mil toneladas e US$ 137,3 milhões), União Europeia (7,1 mil toneladas e US$ 49,2 milhões) e Nova Zelândia (2,8 mil toneladas e US$ 13,8 milhões). Com esse resultado, Argentina representou 59% do volume negociado pelo Brasil, Uruguai 29%, União Europeia 4,6% e Nova Zelândia 1,8%. (Faep)

 
Preços 
O preço médio do leite padrão na União Europeia (UE), em fevereiro, foi de 33,82 €/100 kg, de acordo com dados da organização holandesa LTO. O valor é 0,02 € menor do que a média de janeiro de 2019, e 1,1€ (-2,9%) a menos que um ano atrás. Os preços ficaram praticamente inalterados em relação ao mês anterior. Poucas empresas subiram os preços: a irlandesa Glanbia (+ 3,5€), a holandesa FrieslandCampina (+0,3€), e a francesa Danone (+0,1€). As demais empresas repetiram os preços, ou reduziram. Em março não deverá haver grandes variações. Algumas empresas anunciaram que não irão alterar, como é o caso das francesas Lactalis e Savencia, da Alemanha DMK, da sueco-dinamarquesa Arla, a britânica Dairy Crest, a holandesa FrieslandCampina e da italiana Granarolo. (Agrodigital - Tradução livre: Terra Viva)

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