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02/04/2019

Porto Alegre, 02 de abril de 2019                                              Ano 13 - N° 2.950

     GDT 02/04/2019

 

(GDT)
                 

Setor leiteiro terá plataforma oficial para monitorar a qualidade de produção no Brasil

Uma plataforma com mais de 108 milhões de dados será usada como referência para políticas voltadas à produção de leite no Brasil. O sistema reúne informações de 10 laboratórios creditados pelo Ministério da Agricultura e servirá como ferramenta para monitorar a qualidade do produto no país. Chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo Martins explica que com o cruzamento de informações será possível identificar regiões e municípios que carecem de assistência técnica.

Para ele, a indústria precisa saber o tipo de leite que está comprando, e a população a qualidade do produto consumido. O pesquisador também falou sobre os desafios do setor leiteiro hoje, que vive uma crise do consumo e de preço baixo pago ao produtor. Confira os principais trechos da entrevista, concedida durante o 15º Fórum do Leite, na Expodireto-Cotrijal.

Como funciona o sistema de monitoramento e como os dados serão usados?
"O Sistema de Monitoramento de Qualidade do Leite reúne dados dos 10 laboratórios creditados pelo Ministério da Agricultura para monitorar a qualidade do leite no Brasil. Todo produtor e laticínio têm de fazer esta análise, mas esses dados estavam dispersos. A plataforma reúne essas informações e torna possível a utilização por diferentes níveis. Então, temos condições de saber como estão os indicadores de oito itens que compõem a qualidade do leite – por município, por microrregião, por mesorregião ou por Estado. Fazendo comparação entre regiões e entre períodos diferentes".

O sistema foi motivado pela descoberta de fraudes no leite aqui no RS?
"Não, era um pedido antigo do setor. Foi pensado durante muito tempo, mas não era implementado. Quando os laboratórios começaram a funcionar, há pelo menos 10 anos, a ideia era reunir as informações, mas isso não acontecia. A Embrapa desenvolveu o sistema no final da gestão de Kátia Abreu (em meados de 2016)".

Esse sistema é uma ferramenta no controle da qualidade do leite?
"Eu diria que sim, mas não para apurar fraudes. Para verificar a qualidade propriamente dita. É aquela história de pagamento por qualidade. Como tem uma norma de qualidade, o sistema será útil para sabermos em quais regiões do Brasil estamos distantes do padrão ou em que precisamos de um nível de assistência técnica mais focada em reduzir a contagem de células somáticas (CCS) ou contagem total de bactérias (CTB), por exemplo".

A ferramenta é importante para trabalhar em um modelo de pagamento que não priorize só volume, mas qualidade?
"Sim. O modelo de pagamento é importante sob a ótica do produtor. Como um todo, é fundamental a melhoria do leite. Pois aumenta a vida útil do produto".

De que forma o cruzamento dessas informações pode ajudar no desenvolvimento de políticas para o leite?
"É possível fazer políticas públicas focadas em regiões ou microrregiões, e o Estado pode ser o indutor de melhorias. No setor privado, podem ser adotadas políticas de assistência técnica aproveitando o programa de renúncia fiscal do PIS/Cofins. Podemos ter estratégia de indústria e de produtor de um lado e estratégia de governo de outro, ou seja, estratégias públicas e privadas para melhorarmos a qualidade. As políticas no Brasil precisam ser mais focadas para não jogarmos dinheiro fora".

O que a Embrapa pode fazer para melhorar padrões de qualidade do leite?
"A Embrapa vem fazendo a diferença. Se considerar que na década de 1970 era um desafio uma vaca produzir oito litros de leite. Hoje, uma vaca que produz apenas oito litros não é viável economicamente. Isso mostra como foi possível aumentar a produtividade. Conseguimos criar no Brasil raça adequada aos trópicos e fazer adaptação de pastagem. Quando o país estava preocupado com quantidade, já estávamos preocupados em qualidade. Estamos trabalhando com equação genômica, que prevê 78% de probabilidade se um animal será bom produtor de leite ou não".

Qual é o principal desafio do setor?
"Um problema grave é a carência em assistência técnica. O papel da Embrapa é gerar conhecimento, mas a inovação é feita no campo. Esse vazio tem sido em parte compensado pelo setor, pelos governos estaduais, que estão em crise – isso dificulta o trabalho – e em parte pelo setor privado e por cooperativas". (As informações são do portal de notícias Gaúcha Zero Hora)

RS: raça Holandesa abre inscrições para a Expoleite Fenasul

Os criadores da raça Holandesa já podem realizar sua inscrição para a participação na 42ª edição da Expoleite e 15ª Fenasul. O evento ocorre de 15 a 19 de maio no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), e contará com intensa programação voltada ao público do setor agropecuário. A agenda da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando) contará com concurso leiteiro, julgamento de animais, entre outras atividades.

De acordo com o presidente da Gadolando, Marcos Tang, a Expoleite é tradicional para os criadores e tem algumas particularidades interessantes, mesmo não sendo uma feira de grande público urbano. "É uma feira especialmente agradável ao expositor de animais, pois é mais enxuta, com período mais curto de permanência, reduzindo custo e diminuindo o tempo de ausência no estabelecimento domiciliar. Além disso, por ser específica e ocorrer em período com remuneração do leite em recuperação ou estável, acontecem várias possibilidades de negócio ou contatos para futuras relações comerciais", destaca.

Tang lembra também que as feiras refletem excelente oportunidade para convívio social entre pessoas que têm interesses semelhantes, oportunizando troca de experiências e aulas particulares, sem custo. "Este tipo de troca de informações é muito importante e acontece nas conversas de galpão e não pode ser contabilizado na prestação de contas do evento, mas eu sempre acreditei que é neste quesito que as feiras cumprem sua maior função social", observa.

O dirigente revela que a Expoleite Fenasul, sempre é um desafio para a Gadolando, em especial, a que ocorre no primeiro ano de um novo comando estadual, como é o caso deste ano, já que o governo, através da Secretaria da Agricultura, promove o evento juntamente com a associação. "Mesmo sabendo de todas as dificuldades do setor, que não são poucas, por isso a nossa luta é constante, quero conclamar todos os criadores, para mostrarmos a nossa força e união, levando nossas matrizes para o apreço do público. Sabemos que o Estado tem um rebanho com o que a de melhor em genética, vamos exibi-la e dividir alguns instantes da nossa vida com os amigos do setor. Quanto melhor representado estivermos, mais força teremos em nossas reivindicações", ressalta.

A Gadolando comunica que para as exposições realizadas em 2019, conforme Regulamento Nacional, não serão mais julgados os conjuntos progênie de mãe e família. Reforça também que a vacina contra a febre aftosa deve ser antecipada e que as doses podem ser solicitadas nas inspetorias veterinárias. Além disto, os atestados de tuberculose e brucelose devem ser providenciados. Mais informações podem ser obtidas no site da entidade em www.gadolando.com.br. (As informações são da Gadolando)

 
Consumo/AR 
A política monetária restritiva do Banco Central e a defasagem dos salários diante do crescimento da inflação estão causando estragos no consumo interno. Um boletim do setor privado indica que em janeiro, as vendas nos supermercados caíram 7,5% em relação a igual mês do ano passado. O boletim foi elaborado pela Consultoria Claves, dirigida pelo economista Néstor Pérez Alonso, que adverte, entre outras coisas, que as compras dos itens de padaria foram as mais afetadas, com baixa de 13,1%. De acordo com os dados da consultoria, durante esse período, o preço médio dos produtos subiu algo em torno de 65%, em moeda corrente. Em seguida, foram os lácteos, que caíram 10,7% e alimentos prontos, com retração de 10,1%. E os preços desses itens subiram 58% e 41%, respectivamente, na cidade de Buenos Aires, segundo detalhes do boletim. No primeiro mês do ano verduras e bebidas registraram quedas de 8,5% e 6%, sempre em grandes lojas do varejo. As menores quedas foram mercearia e carnes. (Ámbito.com – Tradução livre: Terra Viva)

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