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27/03/2019

Porto Alegre, 27 de março de 2019                                              Ano 13 - N° 2.946

      Custos de produção do leite apresentaram deflação de -0,06% em fevereiro

Pelo segundo mês consecutivo produzir leite ficou mais barato. Apesar de apresentar queda não muito significativa, a redução do custo de produção de leite em fevereiro foi de -0,06%, em relação aos custos apurados para janeiro de 2019.

Quando ocorre uma variação nos custos como o apresentado, configura-se um quadro conjuntural de deflação, ou seja, o inverso da inflação. Este resultado tem por base o Índice de Custos de Produção de Leite – ICPLeite/Embrapa, calculado pela Embrapa Gado de Leite. O grupo Energia e combustível foi o que apresentou maior deflação, -2,18%, os demais apresentaram quedas inferiores a 1 ponto percentual ou ainda, leve aumento em seus preços. Em ordem crescente, os grupos apresentaram as seguintes variações: Sal mineral, -0,58%, Produção e compra de volumosos, -0,57%, Sanidade, -0,16%. Mão de obra e Reprodução não variaram. Já Qualidade do leite e Concentrado apresentaram variações positivas, respectivamente, 0,44% e 0,53%. O resumo dos dados encontra-se na Tabela 1.

No acumulado do ano o ICPLeite/Embrapa registra uma redução de custos de -0,62%. A maior queda acumulada foi registrada no grupo Energia e combustível, -2,53%. Entretanto, as variações verificadas nos grupos referentes a alimentação do rebanho é que mais impactaram o índice. Os grupos Produção e compra de volumosos e Concentrado apresentaram respectivamente variações de - 1,80% e -0,85%. Sal mineral variou -0,73% e Sanidade -0,28%. O grupo que apresentou maior inflação Mão de obra, 1,36%, seguido por Qualidade do leite, 0,92%. O grupo Reprodução não apresentou variação. Os dados encontram-se na Tabela 2.


 
No acumulado de doze meses o ICPLeite/Embrapa registra valores elevados, acumulando 11,28%. Só o grupo Qualidade do leite apresentou variação negativa, -0,14%. Todos os outros apresentaram inflação. Os grupos que puxaram o índice acumulado foram Concentrado, Sal mineral e Energia e combustíveis, cujas variações superaram a do indicador. Produção e compra de volumosos também contribuiu, já que possui peso considerável na ponderação do ICPLeite/Embrapa. Os dados encontram-se na Tabela 3. (Embrapa)

                 
 
Embrapa busca recursos para tentar retomar investimentos

Encarada como positiva para o país pelo governo Bolsonaro, a possível entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) - fortalecida agora com o apoio dos EUA -, poderá dificultar a estratégia da nova gestão da Embrapa de ampliar a captação de recursos externos junto a organismos ou instituições internacionais como a FAO e o Banco Mundial para financiar suas pesquisas.

"Se o Brasil entrar na OCDE, teremos muito menos chance de conseguir esse tipo de recurso. Estaremos entre os países ricos e, a partir daí, os países doadores, que têm cada dia menos recursos, vão se concentrar nos países mais carentes", afirmou Sebastião Barbosa, presidente da Embrapa, em entrevista ao Valor.

No cargo há cinco meses, Barbosa, pesquisador aposentado da estatal, tem larga experiência internacional. Foi consultor da FAO por 17 anos em escritórios da agência da ONU para agricultura e alimentação em Roma, na Itália, e em Santiago, no Chile, e assumiu com a expectativa de aproveitar essa experiência para otimizar parcerias para complementar as escassas fontes de recursos disponíveis. Pesquisadores da Embrapa já chegaram a desenvolver projetos de pesquisas bancados por editais de entidades internacionais, mas a ideia inicial de Barbosa era expandir esse foco.

Célio Porto, ex-secretário de Relações Internacionais do Ministério Agricultura e consultor do instituto Pensar Agro, diz que, normalmente esses organismos internacionais têm como critério investir em países pobres, como os da África, ou em desenvolvimento, como Índia e China, grupo do qual o Brasil avalia se retirar sob a gestão Bolsonaro. A linha de atuação desses organismos, observa Porto, de fato é financiar projetos de países que "mais precisam".

Enquanto o futuro no campo internacional não se define, a Embrapa, que não será privatizada pelo menos por ora, segue com seu plano de reestruturação administrativa e em busca de outras alternativas para se financiar, no momento sobretudo por meio de fundos - privados, como os de private equity, ou estaduais, como os da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). "Temos que nos acostumar com esses fundos", disse Barbosa.

O fato é que a Embrapa continua às voltas com um orçamento praticamente estagnado - são R$ 3,6 bilhões previstos para 2019 - e engessado com gastos com pessoal. Sebastião Barbosa entende que é preciso gastar de forma mais racional essas verbas orçamentárias da empresa pública e reconhece, não sem pesar, que um aumento de orçamento não está "no nosso horizonte imediato".

"Agora precisamos esperar que o Brasil cresça. Também vamos precisar investir no treinamento das pessoas novas que vão chegar à Embrapa e renovar nosso parque de máquinas. Para isso, vamos precisar de investimentos, o que não temos tido nos últimos cinco anos", revela o presidente da empresa, que no passado foi fundamental para a o desenvolvimento da agricultura no Cerrado, entre outros feitos.

Nesse contexto, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, vem articulando a contratação da consultoria Falconi, especializada em gestão, para avaliar o modelo jurídico da Embrapa, que cria amarras para o recebimento de royalties, por exemplo. A contratação está em estudo.

Nesse contexto, talvez a estatal brasileira também desista de outra antiga aposta: avançar com a criação da Embrapatech, subsidiária proposta em projeto de lei que ainda tramita no Congresso e alçada como prioridade na gestão do presidente anterior, Maurício Lopes. A assessoria jurídica da empresa vem reavaliando o tema a partir de uma nova leitura de que a legislação atual sobre inovação científica já permite parcerias de negócios com o setor privado. (Jornal Valor Econômico)

 

Minas Gerais registra aumento de vacinação contra brucelose em 2018

O índice de vacinação contra a brucelose nos rebanhos de Minas Gerais alcançou 77,1% em 2018, percentual próximo a 80% estabelecido como meta pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Foram imunizadas no ano passado 1,7 milhões de fêmeas bovinas e bubalinas de corte e de leite, em um cenário de 2,2 milhões de animais em todo o território mineiro. 

O IMA é o responsável pela execução do Programa de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) e pela gestão do programa de vacinação em Minas Gerais. A vacinação contra a brucelose e a sua declaração ao IMA são obrigatórias desde 1989, estando o produtor inadimplente passível a multa de 25 Ufemgs por animal não imunizado, o que equivale a R$ 89,83/animal. Já o produtor que deixar de declarar a vacinação contra brucelose poderá ser multado em 5 Ufemgs por animal (R$ 17,96/animal).

A cobertura vacinal contra a brucelose no estado tem crescido gradativamente. Para se ter uma ideia, em 2015 o índice era de 66,6%, valor 10% abaixo do registrado em 2018. A coordenadora do Programa de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose no IMA, fiscal agropecuária Luciana Faria de Oliveira, reforça aos produtores rurais a importância da vacinação contra a doença. “A eficiência da vacina contra brucelose é de 65 a 75%, garantindo que com uma só dose as fêmeas bovídeas estarão protegidas até a fase adulta”.

A fiscal ressalta a importância de o produtor rural procurar um médico veterinário regularmente cadastrado no IMA para vacinar de forma adequada o rebanho. “Minas Gerais conta com mais de quatro mil médicos veterinários cadastrados para vacinação contra a brucelose. Vacinar o rebanho contra doenças que causem impacto na saúde pública e na economia do estado é essencial para manter a sanidade de nossos rebanhos e a qualidade dos produtos de origem animal, colaborando assim, para a segurança alimentar e desenvolvimento do setor”, argumenta.

Cuidados com a vacinação
A compra da vacina contra brucelose somente é permitida mediante apresentação do receituário, emitido por médico veterinário cadastrado no IMA, que fica retido no estabelecimento comercial. A vacina adquirida deve ser mantida em temperatura entre dois e oito graus centígrados do momento da compra até a vacinação dos animais. “E além de providenciar um veterinário para vacinar suas bezerras, o produtor deve se lembrar que é necessário procurar o escritório do IMA mais perto de sua propriedade, levando o atestado emitido pelo médico veterinário e declarar a vacinação por ele efetuada”, alerta a fiscal agropecuária.

Propriedades certificadas
Minas Gerais possui atualmente 19 propriedades certificadas como livres de brucelose e tuberculose bovina, doenças consideradas impactantes para o setor agroprodutivo do estado. Mais 14 propriedades encontram-se em processo de certificação ou renovação para obterem o status de livres dessas doenças.

A certificação é uma das ações voluntárias do PNCEBT.  Tem como vantagens a melhora dos índices reprodutivos e produtivos do rebanho livre de brucelose e tuberculose, além da isenção da obrigatoriedade de apresentação de atestados de realização de exames negativos quando da emissão e transporte dos animais para fora do estado e para eventos agropecuários. O interessado em certificar sua propriedade deve ter um médico habilitado no PNCEBT, que atuará como responsável técnico do processo de certificação. Após esta etapa, o produtor rural deve procurar o escritório do IMA que atende o município em que está localizada a propriedade.

Desde a publicação do novo Regulamento Técnico do PNCEBT serão necessários dois exames negativos consecutivos para brucelose e tuberculose em todo o rebanho, tendo como intervalo o prazo de seis a doze meses entre os resultados. O certificado de propriedade livre tem validade de um ano, a partir do último resultado negativo do rebanho. A manutenção do status depende da renovação anual do certificado por meio da realização de um exame negativo para brucelose e tuberculose de todo o rebanho.

A doença
A brucelose é uma das causas de perdas econômicas na produção pecuária em todo o território brasileiro, já que pode provocar aborto nas fêmeas bovinas, queda na produção de leite e ganho de peso, diminuição na taxa de natalidade e aumento de natimortalidade. A doença é causada pela bactéria Brucella abortus, sendo classificada como uma zoonose, pois pode ser transmitida do animal doente para o ser humano. (Assessoria de Comunicação do IMA)

 
Abraleite: “Não queremos protecionismo, mas condições para sermos competitivos”
No programa Direto ao Ponto, o presidente da entidade, Geraldo Borges, discute a decisão do governo de não renovar tarifa antidumping para leite em pó importado e fala sobre as demandas do setor no Brasil. Em fevereiro passado, o Ministério da Economia decidiu não renovar as tarifas antidumping sobre leite em pó importado da União Europeia e da Nova Zelândia. De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), Geraldo Borges, a medida foi tomada por acreditar-se que não haveria risco imediato de que esses exportadores de lácteos adotassem práticas de mercado em desacordo com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), concedendo subsídios aos produtores locais, por exemplo.
“Mas entendemos que o risco não precisa ser momentâneo. Não queremos correr riscos nem agora, nem no curto, médio ou longo prazo”, disse Borges, em entrevista ao programa Direto ao Ponto. O presidente da Abraleite lembra que o mais recente levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que há no país 1,171 milhão de propriedades que produzem leite. A pecuária leiteira, diz o estudo, está presente em 98% dos municípios brasileiros. “A atividade tem um papel socioeconômico muito grande”, diz. (Canal Rural)

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