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Leite volta a subir no Rio Grande do Sul

Depois de cinco meses de queda, o valor de referência do leite voltou a subir no Rio Grande do Sul. O indexador projetado para fevereiro de 2019 pelo Conseleite é de R$ 1,1142, 0,77% acima do consolidado de R$ 1,1057 de janeiro e bem acima do projetado (R$ 1,0574/janeiro). “Começamos o ano com patamares elevados em relação ao mesmo período de anos anteriores”, pontuou o professor da UPF Eduardo Finamore. Entre os produtos que puxaram o movimento de recuperação, cita ele, está o leite em pó (0,89%) e o leite UHT (2,47%), dois dos principais itens que compõem a cesta de produtos lácteos gaúcha. Segundo ele, a expectativa é que o setor trabalhe com preços mais elevados no início de 2019. “O primeiro semestre será um período de melhor rentabilidade ao produtor, movimento puxado pela volta às aulas e pela redução de custos no campo”, frisou.

O que se observa ao analisar o valor de referência ao longo dos anos é que a taxa de remuneração ao produtor está acima da praticada nos produtos de forma isolada. Levantamento realizado pelo Conseleite, explica o professor, indica que o leite, em 2018, teve valorização acima da inflação do período, o que reflete custos menores de produção, sendo próximo de 50% para pagamentos de insumos e 50% para pagamentos de mão de obra, máquinas e infraestrutura. “A inflação ao produtor ficou abaixo da média que se vê para a dona de casa”, completou. Quanto aos custos, Finamore informou que o mercado do milho e soja com preços mais baixos deve ajudar o produtor, barateando o custo da ração.

Segundo o presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, o otimismo traz alento ao setor uma vez que o segundo semestre de 2018 foi de apreensão no campo e baixa rentabilidade. “Vivemos um divisor de águas no setor leiteiro no Brasil. Há muita preocupação com a posição que será adotada pelo governo sobre as taxas antidumping e em relação à implementação das novas INs que regulam a qualidade da produção. São duas decisões que impactarão diretamente no futuro de milhares de produtores que se dedicam à atividade”, salientou Signori.

O secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, pontuou que os próximos 30 dias serão decisivos para alinhar como o mercado se comportará em 2019. Apesar dos dados que indicam boa remuneração no campo, Palharini informa que, no varejo, os preços mantiveram-se, esmagando a rentabilidade do setor industrial.

Participaram da reunião do Conseleite desta terça-feira (26/2) na sede da Farsul as seguintes entidades: Farsul, Fetag, Fecoagro, Sindilat, Emater, Camatec/UPF, Cepan/UFRGS, Stefanello, Piá, RAR, Santa Clara, Senar, Languiru, Latvida e Dielat.

Tabela 1: Valores Finais da Matéria-Prima (Leite) de Referência1, em R$ – Janeiro de 2018.

Matéria-prima Valores Projetados Janeiro/18 Valores Finais

Janeiro /18

Diferença

(Final – projetado)

I – Maior valor de referência 1,2161 1,2716 0,0555
II – Valor de referência IN 621 1,0574 1,1057 0,0483
III – Menor valor de referência 0,9517 0,9951 0,0434

(1)    Valor para o leite “posto na propriedade” o que significa que o frete não deve ser descontado do produtor rural. Nos valores de referência IN 62 está incluso Funrural de 1,5% a ser descontado do produtor rural

Tabela 2: Valores Projetados da Matéria-Prima (Leite) de Referência1 IN 62, em R$ – Fevereiro de 2018.

Matéria-prima Fevereiro*/18
I – Maior valor de referência 1,2813
II – Valor de referência IN 62 1,1142
III – Menor valor de referência 1,0028

* Previsão

Tabela 3: Valores de referência dos últimos três meses

Matéria-prima Dezembro /18 Janeiro / 19 Fevereiro / 19*
I – Maior valor de referência 1,2143 1,2716 1,2813
II – Valor de referência 1,0559 1,1057 1,1142
III – Menor valor de referência 0,9503 0,9951 1,0028

Foto em destaque: Carolina Jardine 

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