Pular para o conteúdo

24/01/2019

Porto Alegre, 24 de janeiro de 2019                                              Ano 13 - N° 2.905

    Leite/AR 

O aumento foi desacelerando e nos últimos meses do ano foram negativos, em decorrência dos elevados preços locais. Existem 600 estabelecimentos produtivos menos. A produção de leite em 2018 cresceu 4,3% em relação ao ano anterior e alcançou 10.527 milhões de litros, informou o Observatório da Cadeia Láctea Argentina (OCLA).

O organismo também revelou que em dezembro houve queda de 2,1% na comparação interanual, e de 3,4% em relação a novembro de 2018. “O crescimento foi desacelerando, chegando a valores negativos no último trimestre”, citou o boletim, lembrando que no 1º trimestre de 2018 o crescimento foi de 9,5%; no segundo, 5,2%; no terceiro, 4%, e, no 4º trimestre, queda de 0,3%. O ganho dos produtores de leite da Argentina não é dos melhores. Em dezembro do ano passado, a margem de referência – diferença entre o preço do leite menos os gastos com alimentação e custo de oportunidade da terra – foi de US$ 0,143/litro. A média do ano ficou em US$ 0,198/litro. Todos esses valores estão bem distantes do recorde obtido em abril de 2015, que foi de US$ 0,281/litro, e mais perto da renda mínima recente de US$ 0,081/litro.

Até novembro, segundo os últimos dados disponíveis do OCLA, no mercado interno o preço pago ao produtor era de 9,11 pesos por litro, bem distante dos 33,43 pesos por litro que é pago pelo consumidor final. A relação com o valor do mercado externo é de 62,7%, ou seja, recebem 9,11 pesos pelo litro de leite que é exportado pelo valor médio de 14,53 pesos por litro.

Assim, a participação geral dos produtores na cadeia láctea de valor chega a 31,1%, enquanto que a parte industrial fica com 27,3%. O comércio – o último elo do processo – fica com 25,2%, enquanto que o Estado, por sua parte, capta 16,3% em impostos, segundo dados do Instituto Argentino de Professores Universitários de Custos (IAPUCO).

O setor foi afetado fortemente pelos aumentos de preços ao nível local. Segundo os últimos dados do OCLA, em agosto houve elevação de 130% dos alimentos comprados – os concentrados, como milho e farelo de soja – e aumento de 74% nos alimentos produzidos. O aumento do leite entre agosto de 2017 e o mesmo mês de 2018 foi de 34%. “Isto demonstra as claras perdas na relação do valor do leite e o custo de produção”.

Os produtos lácteos no mercado interno tiveram em dezembro uma elevação interanual de 49,6% na Grande Buenos Aires e de 44,5% na Capital Federal, segundo dados da OCLA, acompanhando o aumento do Índice de Preços. “Existia uma defasagem importante entre o preço da cesta básica de produtos lácteos, mas, chegando ao final do ano foi se recuperando”, diz o boletim da entidade.

Como reflexo da crise do setor, cada vez existe menos fazendas produtoras de leite: segundo o OCLA, em 2002 eram 15.000, mas, em 2018, chegaram a 10.722. Em 2017 eram 11.326 fazendas de leite. A quantidade de vacas também caiu: em 2017 eram 1,72 milhões e em 2018 diminuíram para 1,59 milhões.

Apesar das más notícias, no período de 1970-2018 a produção de leite da Argentina apresentou crescimento médio anual acumulado de 2%. É um desempenho melhor do que o mundial, que teve taxa de 1,4% no período. (Portalechero – Tradução livre: www.terraviva.com.br)
 
 
 
Leite/Espanha 

Entrou em vigor nessa terça-feira o decreto que torna obrigatório a indicação no rótulo de leite e produtos lácteos da origem da matéria-prima. Trata-se de uma reivindicação da associação que representa os produtores de leite, ASAJA.

A entidade considera essencial para o consumidor ter certeza de que está adquirindo m produto nacional, com todas as garantias de qualidade. A mudança vem logo após a divulgação do último boletim da Comissão Europeia sobre o observatório do mercado de lácteos, comprovando que o produtor de leite espanhol recebe bem abaixo da média europeia. Assim consolida-se uma tendência iniciada no outono de 2016, depois da extinção das cotas lácteas, “injusta e incompreensível, levando em conta que a Espanha é um país deficitário em leite, e que tem que importar parte significativa de seu consumo, exatamente de países onde os produtores recebem mais que os espanhóis”, denuncia a ASAJA.

Assim, para cada cem litros de leite, o produtor espanhol recebeu € 32,33, em dezembro, enquanto o belga recebeu € 36,46, o dinamarquês € 36,97; o alemão € 37,16, o francês € 36,35, o italiano € 37,20, e o holandês € 37,25. A média deste grupo de países de referência na produção de leite foi de € 36,24, o que representa 12,1% a mais do que o valor pago ao produtor espanhol. “Essa diferença que não é paga seria a sobrevivência dos nossos agricultores, que acabam tendo margem insuficiente para saldar as dívidas, não podem investir, e nem mesmo contratar mão de obra, e definitivamente, não têm futuro”, declara a organização.

Para a ASAJA, fica claro que o que não está funcionando na Espanha “é a própria indústria de laticínios, uma das mais ineficientes da Europa, que cobre suas carências e sua incapacidade de se adaptar ao mercado tirando do produtor. As indústrias funcionam, na prática, como um cartel, pactuando preços baixos, uma situação não enfrentada pelo governo”, destaca a entidade.

Nesse quadro complexo, o novo Decreto Real abre um caminho para que o consumidor tome a decisão de comprar produtos nacionais. “É vital que os consumidores exijam leite de “Origem Espanha”, pois, com essa demanda, as indústrias terão que oferecer produto nacional, e pagar de forma digna, como no resto da Europa, pois o leite espanhol é semelhante em qualidade, ou às vezes até melhor, do que o produto de outros países”. Por último a ASAJA apela para a sensibilidade dos consumidores, e lembra que com essa opção de compra podem apoiar os agricultores e com isso contribuir para manter a população no campo”. (Agrodigital – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

Lactalis 

O grupo francês Lactalis anunciou a aquisição de duas indústrias de laticínios, Prabhat na Índia e Green Land no Egito, dois países onde ela já está presente. A aquisição da Green Land do Egito, que foi comprada do grupo Americana, “reforçará a posição da joint-venture Lactalis-Halawa com um grande produtor de lácteos no Egito”, diz o comunicado do grupo.

A Green Land, cuja principal atividade é a fabricação de queijos, possui cinco fábricas no Egito e tem 1.250 empregados. A Prabhat por outro lado é uma sociedade indiana de produtos lácteos criada em 1998 em Shrirampur (Estado de Maharashtra, a 260 quilômetros de Bombaim) e especializada em embalar leite fluído e produzir ghee. A Prabhat é também um importante fornecedor de ingrediente lácteos. A empresa possui duas fábricas e emprega 1.239 pessoas. Em 2018, ela teve um faturamento de 200 milhões de euros. A Prabhat coleta, anualmente, 450 milhões de litros de leite de aproximadamente 100.000 agricultores, diz a Lactalis.

O grupo Lactalis “persegue seus objetivos de desenvolver na Índia onde possui 11 indústrias. Graças à esta nova aquisição, ela reforça sua posição de líder do país e se transforma no maior grupo privado na captação de leite por dia”, assegura a empresa francesa.

A aquisição de Prabhat deverá se concretizada no início do segundo semestre de 2019, com as restrições impostas pelas autoridades de concorrência. A Lactalis, fundada por André Besnier em 1933 em Laval, é dirigida por seus descendentes. Em seu site na internet informa um faturamento de 18,4 bilhões de euros, procedente de suas 240 fábricas instaladas em 47 países. (Agri Mutuel – Tradução livre: www.terraviva.com.br)

 
Falta de energia 
A 2ª Turma Recursal Cível do Rio Grande do Sul (RS) negou indenização para consumidor de área rural do município de Barão do Triunfo que ficou três dias sem luz. A Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE) comprovou que o incidente foi provocado por temporais que atingiram o Estado em outubro de 2017. No Juízo do 1º grau, o pedido de indenização por danos morais e materiais foi julgado improcedente e o autor recorreu da sentença. A relatora do recurso, juíza Ana Claudia Cachapuz Silva Raabe, afirmou que recente Incidente de Uniformização de Jurisprudência sobre o tema entendeu que a concessionária deve comprovar a razão pela qual houve a demora no restabelecimento do serviço, não bastando a mera alegação e demonstração da ocorrência de evento climático, como temporal, por ser esta a razão da interrupção, não da demora no restabelecimento, mas quando descumpridos os prazos previstos no art. 31 da Resolução 414/2010 da Aneel" (processo nº 71007831142). (Valor Econômico)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *