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14/12/2018

 

 

Porto Alegre, 14 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.880

Sindilat participa de reunião da Comissão Estadual do Leite 

O Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) participou, na manhã desta sexta-feira (14/12), de reunião do Conselho Estadual do Leite, realizada na sede da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag) em Porto Alegre. O grupo foi criado pela entidade e reúne produtores, indústria e setor público para discutir medidas e alternativas para sanar as dificuldades dos produtores de leite no Rio Grande Sul.

Em documento a ser enviado ao Ministério da Agricultura, as entidades pontuaram medidas consideradas emergenciais para atender à principal demanda dos produtores gaúchos: o preço do leite. "O sofrimento é de todos, não existe produtor forte se a indústria não estiver forte", salientou o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini. Ele reiterou o compromisso da indústria com os produtores e defendeu a necessidade de manter a mobilização em prol de preços melhores durante o ano todo. Também apontou a necessidade de criar uma agenda que discuta amplamente o assunto e busque alternativas para os momentos de excesso de oferta, como a inclusão do leite em pó, queijos e leite UHT nos leilões de Prêmio de Escoamento da Produção (PEP).

A primeira demanda pontuada no documento pede que o Governo Federal efetue a compra pública de 30 mil toneladas de leite em pó do Rio Grande do Sul. A segunda solicita imediata suspensão da importação de produtos lácteos de outros países para a discussão das políticas de cotas. E a terceira requer um rebate de 30% nas parcelas dos custeios e investimentos da atividade leiteira. O secretário de Agricultura do Estado, Odacir Klein comprometeu-se, diante dos mais de cem produtores presentes no evento, em auxiliar nas negociações junto com Governo Federal para viabilizar a compra dos produtos. (Assessoria de Imprensa Sindilat) 


Fotos: Camila Silva

 

IBGE: captação formal cai 0,3% no trimestre

Na última quarta-feira (12/12/2018) IBGE divulgou os dados oficias de captação formal brasileira de leite no 3º trimestre de 2018, com 6,26 bilhões de litros captados, volume 0,3% inferior na comparação com o 3º trimestre de 2017 (observe o gráfico 1). Anteriormente, o IBGE havia realizado uma divulgação preliminar dos dados relativos ao terceiro trimestre do ano, que mostravam um aumento da produção em relação ao mesmo período de 2017, da ordem de 0,3%.

Gráfico 1. Variação da captação formal de leite em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado baseado em dados do IBGE.
 
 
O dado do terceiro trimestre do ano ainda reflete, no volume produzido de leite, a ruptura gerada pela greve dos caminhoneiros (observe na variação mensal da produção, mostrada no gráfico 2) e não mostra ainda o impacto do aumento de preços ao produtor verificado no campo.
 
Gráfico 2. Captação formal de leite mensal. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado baseado em dados do IBGE.
 
 
Por fim, avaliando a variação da produção entre as principais bacias leiteiras do Brasil, tanto a Região Sul quanto a Sudeste tiveram queda no volume de captação formal na comparação anual do 3º trimestre de 2018 vs. 2017, de 1,9% e 1,3% respectivamente. Ao mesmo tempo, o Centro-Oeste elevou em 6,4% no mesmo período, impedindo um recuo mais acentuado na captação brasileira. (MilkPoint)

Consumo interno de carne e leite terá demanda extra

Representantes de criadores de bovinos de corte e de leite e indústrias são unânimes no otimismo quanto ao aumento do consumo de carne e em derivados do leite no mercado doméstico em 2019. A confiança vem de perspectivas de recuperação de renda e emprego no País, parte motivada pela expectativa de que reformas fiscais sejam feitas pelo novo governo federal, o que estimularia a economia nacional. 

Presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira explica que a criação gaúcha fica praticamente toda no Estado, e, por isso, ao produtor local o que mais afeta compra e venda são índices de desemprego, inflação, taxas de juros e recuperação de renda. "O consumo doméstico tem tudo para se expandir no próximo ano. O governo tende a ter seu peso reduzido com privatizações e com as reformas necessárias, e isso estimula economia", opina Gedeão. 

Assim como o prato brasileiro deve receber mais carne de gado, o copo igualmente deve ficar mais cheio de leite em 2019, avalia o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat), Alexandre Guerra. O setor lácteo do Brasil espera, além do aumento do consumo, que não se repita a invasão de leite em pó do Mercosul para desestabilizar o setor. "O problema não é nem a quantidade de leite que ingressa. O dano ocorre porque há um ingresso concentrado demais, o que faz os estoques nacionais subirem e os preços desabarem", explica Guerra. 

Para o executivo, a tendência segue de retração no número de famílias na atividade, o que teria seu lado positivo. Guerra ressalta que para melhorar a competitividade do setor o ideal seria que as empresas façam a coleta em menos propriedades, e em propriedades melhores estruturas. Com mais tecnologia, as propriedades produzem mais leite por hectare e por animal. "Aumentar a produtividade segue sendo nosso maior desafio, mais do qualquer o pro¬blema do leite que ingressa do Mercosul", resume o presidente do Sindilat. (Jornal do Comércio) 

Volta das multas gera mais insegurança sobre os fretes

A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) solicitou urgência ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a análise da decisão do ministro Luiz Fux de manter as multas pelo descumprimento da tabela de preços mínimos de fretes. Segundo o chefe da assessoria jurídica da entidade, Rudy Ferraz, a decisão do ministro trouxe ainda mais insegurança jurídica para o agronegócio. "Não podemos passar o recesso de fim de ano com essa incerteza sobre um tema tão importante para o setor". Na quarta-feira, o ministro Fux recuou da sua própria decisão da semana passada, que suspendia a cobrança de multa por quem não respeitasse a tabela, após recurso da Advocacia-Geral da União (AGU). No pedido de reconsideração da AGU, a ministra Grace Mendonça alegou que o novo governo deverá retomar a negociação com os setores envolvidos no tabelamento. Ferraz disse que pedirá ao plenário do STF que avalie com urgência ou o mérito da ação de inconstitucionalidade impetrada pela CNA contra a lei que criou a tabela ou a própria decisão de ontem de Fux. "Vamos tentar sensibilizar o relator e o plenário para analisar a lei, que é claramente inconstitucional, ou pelo menos a medida cautelar do ministro Fux", afirmou. O problema, observou, é o tempo curto até o recesso - ontem houve sessão e haverá outra na próxima quarta-feira, cujas pautas já foram publicadas. Assim, é grande a chance de os ministros julgarem o tema só em 2019. 

O presidente do STF, Dias Toffoli, que será o ministro de plantão, até poderá proferir uma decisão sobre as liminares durante o recesso, que termina em 31 de janeiro. Mas Fux já havia comunicado às partes do processo que poderá analisar as liminares só em fevereiro, quando o STF retornará di recesso e acabará o prazo para que ele receba informações das entidades envolvidas. Para a CNA a tabela da Associação Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) desrespeita a lei em vigor, porque foi feita com base na Medida Provisória 832 e não ouviu os setores envolvidos. "A própria ANTT já reconheceu publicamente que fez a tabela às pressas, surpreendida pela MP. E a lei exige base técnica e audiência para ouvir os envolvidos", disse Ferraz. Para a Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), a revogação da suspensão das multas traz mais incertezas em relação ao escoamento da safra de soja 2018/19, que começará a ser colhida nas próximas semanas "Já existem muitas incertezas com relação à disputa comercial entre China e EUA, e agora temos também de prestar atenção ao comportamento do STF", disse André Nassar, presidente da entidade, a jornalistas em São Paulo. "Não sabemos direito o que vai acontecer, mas a modalidade de fretes CIF (entrega no porto) tem aumentado. No fim, o valor pago ao produtor pode cair", afirmou. Enquanto o STF não julga se o tabelamento de frete é ou não inconstitucional, o futuro governo do presidente eleito Jair Bolsonaro e a ANTT já preparam uma nova tabela, que deve revisar os valores de piso mínimo e incluir no cálculo custos de transporte que não estão contemplados nas tabelas atuais.

A Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), que representa 13 setores do cooperativismo e reúne tanto cooperativas de produção agrícola quanto de caminhoneiros, já apresentou à ANTT uma proposta de tabela que, na média, resulta em redução de até 30% no piso mínimo de frete para transporte de grãos em relação à primeira tabela, vigente desde fim de maio. O estudo engloba um levantamento feito nos últimos cinco meses pela Esalqlog, que prestou consultoria para a OCB. E os cálculos levam em conta diferentes distâncias - de 50 a 3,5 mil quilômetros - e custos em geral como combustíveis, consertos e depreciação do veículo, usados no transporte de todas as cargas. No caso das outras cargas (frigorificada, geral, neogranel e perigosa), a proposta da OCB sugere reduções ou valores próximos aos de mercado. Do lado dos caminhoneiros, um dos líderes da greve de maio, Wallace Landim, o Chorão, publicou em redes sociais ontem um vídeo comemorando a decisão do ministro Fux, mas recomendou aos colegas que não façam "nenhuma paralisação". (Valor Econômico)

LEITE/CEPEA: VALOR DO UHT SINALIZA RECUPERAÇÃO; MUÇARELA SEGUE EM QUEDA
Leite UHT - O preço do leite UHT deu sinais de recuperação na primeira semana de dezembro, conforme levantamento do Cepea. Com a normalização dos estoques e a produção reduzida, laticínios conseguiram manter estáveis os preços pedidos pelo produto no mercado atacadista. Entre 2 e 8 de dezembro, o preço médio do leite longa vida fechou a R$ 2,0163/litro, praticamente estável (+0.02%) frente à média da semana anterior (nov. 26 a 30). Para o queijo muçarela, no entanto, o cenário foi de queda, visto que o consumo segue enfraquecido e os estoques de laticínios, elevados. O preço médio do produto na primeira semana de dezembro, de R$ 16,9736/kg, foi 1,69% menor na mesma comparação. (Cepea)

 

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