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05/12/2018

 

Porto Alegre, 05 de dezembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.873

Importações voltam a crescer!
 

Na última terça-feira (04/12/2018) a Secex divulgou os dados de comércio internacional de lácteos no Brasil. Em novembro, o Brasil importou 148,9 milhões de litros em equivalente leite, 4,3% a menos em relação aos 155,6 milhões importados em outubro, mas, ainda assim, quase o dobro (+94,3%) na comparação com novembro de 2017. Enquanto isso, as exportações tiveram leve aumento mensal, ficando em 11,5 milhões de litros em equivalente leite, contra 9,3 milhões em outubro, o que reduziu um pouco nosso déficit comercial lácteo em 8,9 milhões de litros, como mostra o gráfico 1. No entanto, comparado ao saldo da balança no mesmo mês de 2017, estamos numa situação pior, com saldo de -137 milhões de litros contra -47 milhões de litros no ano passado.

Gráfico 1. Saldo da balança comercial de lácteos no Brasil. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.
 
Na comparação anual (janeiro-novembro), em 2018 o volume de lácteos importado ainda é 7,5% inferior a 2017. Entretanto, isso ainda ocorre por conta do 1º semestre "fraco", uma vez que, considerando apenas o 2º semestre (julho-novembro), as importações brasileiras foram 38% maiores de que em 2017 (621 milhões de litros vs. 449 milhões no ano passado). Observe o gráfico 2.

Gráfico 2. Importações brasileiras em equivalente leite - 2017 vs. 2018. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.
 
Este forte crescimento nas importações lácteas do segundo semestre é basicamente pautado pelo aumento na compra de leite em pó dos nossos vizinhos Argentina e Uruguai (especialmente do primeiro). Entre julho e novembro, o Brasil importou 52,3 mil toneladas de leite em pó (desnatado e integral), 58,7% a mais do que no mesmo período de 2017. Deste volume, 60,8% foram originados na Argentina e 33,8% vieram do Uruguai (uma alteração no "mix" de origem em relação a 2017, quando 44,6% do volume importado foi argentino e 46% uruguaio). Observe a evolução mensal no gráfico 3.

Gráfico 3. Importação brasileira de leite em pó e participações da Argentina e Uruguai. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.
 
Em novembro, o Brasil importou 8,5 mil toneladas de leite em pó integral, a um preço médio de US$ 2.872/tonelada, equivalente a R$ 10.875/tonelada - a cotação média para o leite em pó industrial no mercado brasileiro no mês de novembro de 2018 foi de R$ 13.237/tonelada segundo levantamento semanal do MilkPoint Mercado. Apesar de ser um preço 3,4% mais baixo do que em outubro (-US$ 100/tonelada), Vale destacar também o incremento nas importações de gorduras. Em novembro foram 676,8 toneladas entre manteiga e butter oil, contra 481,6 toneladas em outubro. No acumulado de 2018 (janeiro-novembro), as importações são 12,9% mais altas contra 2017, muito por conta das desvalorizações internacionais e dos preços elevados da gorduras lácteas no mercado interno. Por fim, a tabela 1 mostra um detalhamento da balança comercial em novembro por produto transacionado, bem como seus preços de importação/exportação.

Tabela 1. Balança comercial láctea em novembro de 2018. Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados da Secex.
 

 

Itamaraty deve reforçar foco agrícola

Sob apelos do setor produtivo, o futuro chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, tem sinalizado que deverá criar um departamento exclusivo no Itamaraty para tratar de negociações e acordos comerciais de interesse do agronegócio. Na segunda-feira, em reunião na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a deputada Tereza Cristina (DEM-MS), indicada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Agricultura, confirmou a notícia a empresários e dirigentes de entidades setoriais. "É uma forma de demonstrar que o Itamaraty, neste governo, vai dar atenção especial para o agronegócio", disse Tereza ao Valor. A iniciativa de Araújo partiu de uma queixa do setor de que o Itamaraty não tem priorizado o agronegócio nas pautas de comércio exterior, até por hoje contar com uma estrutura menor para tal. A missão do Brasil de melhorar sua imagem perante países importadores de produtos agropecuários - sobretudo carnes, que enfrentam embargos em países como Rússia, Estados Unidos e China - também reacende, segundo fontes, a necessidade de uma área específica voltada para a agenda internacional do setor. (Valor Econômico) 

Santa Clara adere ao Aprendiz Cooperativo do Campo

Pensando em oportunizar espaços de aprendizado para os jovens e estimulá-los a dar continuidade à atividade leiteira, a Cooperativa Santa Clara adere ao Programa Aprendiz Cooperativo do Campo. A primeira turma é composta por cinco alunos e é formada por filhos de associados da região do Alto Jacuí. As aulas iniciaram no início deste mês.

O programa tem por objetivo incentivar a permanência dos jovens no campo, além de promover a sucessão familiar profissionalizada, o empreendedorismo cooperativo, profissionalizar a gestão de pequenas e médias propriedades rurais e proporcionar às cooperativas agropecuárias o incremento do quadro social.

Durante 17 meses eles irão participar de aulas práticas e teóricas, sendo divididas em duas semanas cada, com foco na atividade rural. A proposta é que os participantes não percam o vínculo com o campo e nem fiquem distante da família.

Para participar do programa os alunos devem ter entre 14 e 24 anos e possuírem carteira de trabalho. A iniciativa é desenvolvida através de uma parceria da Cooperativa com o Sescoop/RS.

Desde o mês de novembro, a rotina de cinco jovens será um pouco diferente do que estão habituados. Iasmin Eduarda Schwaab, Silvana Eduarda Lubnow, Morgana Oliveira da Silva, Naiane Dierings e Diego dos Santos irão organizar o seu tempo entre a propriedade, a escola e a frequência no programa Aprendiz Cooperativo do Campo.

O grupo irá frequentar aulas teóricas e práticas, de acordo com o cronograma. Os encontros práticos terão como laboratório as propriedade rurais modelo, o tambo familiar, a estrutura da Cooperativa, dias de campo, feiras e visitas técnicas.

Novas perspectivas
É de conhecimento geral que a perspectiva de continuidade da agricultura familiar depende de uma série de fatores, e isso não é diferente para os jovens. O incentivo de inscrever-se no Aprendiz Cooperativo Campo veio dos pais de Morgana Oliveira da Silva, 15 anos. "Na época deles não tiveram essa possibilidade, por isso me apoiaram para participar. Além disso, é uma forma de aprendizado que vai auxiliar no meu futuro", comenta a estudante do 9º ano do Ensino Fundamental. A adolescente auxilia os pais, Helena e Valdomiro Ferreira da Silva, na propriedade que conta com dez vacas, localizada no município de Selbach.

Dar sequência à atividade leiteira é o desejo de Silvana Eduarda Lubnow, 16 anos. Ela é uma das jovens que aderiram ao projeto. Desde pequena, a estudante do 1º ano do Ensino Médio ajuda os pais, Neocilda e Nilton Lubnow, no tambo, localizado em Selbach. "A expectativa é que o aprendizado contribua no trabalho em casa. Hoje temos 12 vacas", afirma. Para ela, o programa é uma forma de incentivar a sucessão familiar. (Sistema Ocergs-Sescoop/RS) 

Novas regras para leite cru preocupam setor produtivo
Os novos regulamentos técnicos divulgados pelo Ministério da Agricultura para leite cru refrigerado e leite pasteurizado vão provocar mudanças no sistema produtivo atual, tanto para o produtor quanto para as indústrias. O presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS), Alexandre Guerra, fala sobre o que está preocupando o produtor. Assista a reportagem na íntegra (Canal Rural)
 

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