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01/10/2018

 

Porto Alegre, 01 de outubro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.830

DFA lidera os 20 principais processadores de leite do mundo

A IFCN, rede de pesquisa de lácteos, publicou a lista dos 20 maiores processadores de leite do IFCN em todo o mundo. Esta lista é publicada a cada dois anos e mostra a participação de mercado dos maiores processadores de leite. Os 20 principais processadores de leite coletam 211 milhões de toneladas de leite (leite equivalente), o que representa 25,4% de todo o leite produzido no mundo. A Dairy Farmers of America (DFA) lidera a lista novamente em 2018, com 29,2 milhões de toneladas de leite produzido, com 3,5% da participação total no mercado mundial de produção de leite. A Fonterra e a Lactalis mantiveram seu segundo e terceiro lugares em comparação com a lista de 2016. Há quatro empresas nos EUA e quatro empresas francesas no top 20, enquanto China, Alemanha e Canadá têm duas empresas cada um.

Uma nova entrada
A Saputo aumentou sua participação em cerca de 2,1 milhões de toneladas devido à aquisição da australiana Murray Goulburn, subindo dois lugares, para a sétima posição na lista. A empresa indiana Amul subiu do 13º para o 9º lugar, com 9,3 milhões de toneladas, impulsionada pelo crescente consumo de leite e pelo fato de a IFCN ter decidido padronizar a ingestão de leite de conteúdo natural para 4% de gordura e 3,3% de proteína. A única nova entrada no gráfico é a Bongrain/Savencia, na 20o posição, enquanto a única empresa que saiu do top 20 foi a empresa norte-americana, Land O'Lakes. (As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 
 

 

Perspectivas do USDA sobre o mercado lácteo da América do Sul - Relatório 39 de 27/09/2018

Leite/América do Sul - A América do Sul está na transição do inverno para a primavera e o clima está confortável para as vacas de leite que continuam aumentando a produção de leite. E, ao contrário de outros anos, os meteorologistas afirmam que os efeitos de El Niño devem ser bem menos agressivos na primavera e verão.  Assim sendo a previsão é de que a produção de leite continue crescendo dentro dos padrões sazonais típicos. Alguns assuntos políticos estão impactando na indústria de laticínios do Cone Sul. Na Argentina, por exemplo, o governo estabeleceu nova tarifas de exportação a partir de setembro, e entre os produtos atingidos estão os lácteos. A medida tenta mitigar a atual crise econômica e equilibrar o orçamento do país. Os efeitos dessa nova taxação nos mercados doméstico e internacional serão conhecidos em breve. No Brasil as eleições presidenciais ocorrerão no dia 7 de outubro e diversas questões sobre o futuro da indústria nacional de laticínios estão sendo colocadas para o presidente eleito.

No Uruguai, também no início de outubro, o Fundo de Garantia criado vários meses atrás, estará chegando aos produtores de leite. O fundo, avaliado em US$ 36 milhões ajudará a reduzir a alta dívida da maioria dos produtores de leite do país. (Usda - Tradução Livre: Terra Viva)

BEM-ESTAR: 3 FATORES QUE IMPACTAM A PRODUTIVIDADE DE VACAS LEITEIRAS

Bem-estar - Produtores de alta eficiência de todo mundo se preocupam muito sobre bem-estar de suas vacas. É fato que existe uma série de fatores relacionados ao estresse que ainda não estão bem elucidados e seus impactos na lucratividade da operação.  Os principais pilares são conforto comportamental (dor, medo etc.) e conforto térmico (calor, umidade etc.). Os animais não atingirão a performance desejada apenas com água, alimento e consistência. A felicidade do animal, por muito tempo subestimada, passou a ter comprovação científica, especialmente na última década após pressões de consumidores, de que não somente é um ponto ético, mas também financeiro da atividade. Não há mais dúvidas: animais felizes em seu dia a dia entregam mais resultados aos manejos e nas tomadas de decisões propostas. Animais doentes e com comportamento natural limitado não conseguem atingir as metas cada vez maiores impostas pelos custos da atividade. É uma mudança de paradigma para técnicos e produtores. Em países tropicais, como o Brasil, a pecuária é ainda mais desafiadora já que além de, na média, possuirmos menos estruturas e estratégias de construções e manejo que beneficiem o bem-estar do animal, também temos o desafio de temperatura e umidade, que para as raças mais produtivas, necessariamente melhoradas no mundo temperado europeu, os níveis confortáveis desses indicadores estão muito abaixo dos normais da região.

Abaixo, citamos 3 tópicos importantes com dicas resumidas de como focar o planejamento da fazenda buscando o máximo bem-estar animal:

1) Bem-estar comportamental
Vacas leiteiras possuem intrínsecas em seu comportamento características herdadas ao longo dos séculos de melhoramento da espécie/raça. Alguns exemplos característicos são:
a) Evite manejar animais individualmente em áreas apertadas ou fechadas. Vacas são animais que gostam de conviver em grupo e o estresse de serem retiradas do lote impacta na sua produção futura;
b) No sistema intensivo de produção é importante separar o mais cedo possível as bezerras das matrizes. Manter a área de bezerreiro longe das vacas, especialmente do pós-parto evitará desvios comportamentais e maximizará comportamentos produtivos: comer (2-3h/dia), beber (0,5h/dia), ordenhar (4-8h/dia), e descansar (>13h/dia);
c) Inteligência comportamental: consistência de manejo é importante. Os animais desempenharão melhor com o futuro dos manejos conhecido. Não mude em excesso as rotinas, alimentação e agrupamento (máximo 1x/15 dias);
d) Limpeza: por mais que não pareça, os animais preferem estar mais limpos do que sujos. Comportamentos de entrada em lama ou água são normalmente relacionados ao calor. Escore de higiene e, por exemplo, CCS (contagem de células somáticas) de tanque tem correlação média e contínua/linear.

2) Bem-estar de manejo e instalações
a) Vacas preferem fontes de água não muito frias e preferencialmente límpida ou mesmo corrente. Opte por bebedouros não muito largos e mais compridos de alta vazão, preferencialmente de aço inox, por serem mais fáceis de limpar e manterem a qualidade da água por mais tempo. Mais consumo de água, alimento e leite;
b) A falta de espaço em confinamentos pode levar o animal a praticar comportamentos estereotipados, ou seja, fora do normal, como consumo de terra, morder metais e madeira etc. Ambientes bem dimensionados, e a presença até mesmo de coçadores/brusher, podem aumentar até 5% na produção dos animais;
c) Falta de luz deve ser evitada. Barracões de confinamento precisam de ao menos 200 lux para estimular os animais, mesmo à noite. No mínimo 7h de luz é importante, inclusive no inverno;
d) Sombras (cercas de madeira) devem também ser evitadas já que os animais não veem profundidade e podem confundir com buracos e obstáculos;
e) Medo. Ainda é comum termos equipes de fazenda que agridem os animais, especialmente na hora mais nobre do dia: a ordenha. Treinar e conscientizar a equipe é importante para evitar isso. Uma boa maneira de avaliar como está sua fazenda é andar por entre os animais. Existe a conhecida zona de fuga onde o animal ao se sentir ameaçado se afasta. Quanto menor esse raio em volta da vaca, melhor o seu manejo. Vacas taurinas (raças europeias) podem e devem aceitar contato direto;
f) Outro ponto importante é passar as novilhas que nunca pariram no pré-parto todos os dias - nos últimos 15 dias antes do parto. Quando parirem, as novilhas estarão mais habituadas no sistema, especialmente animais mestiços;
g) Sons altos demais ou agudos demais, e gritari
a desordenada, devem também ser evitados, especialmente na sala de espera e ordenha. Discipline sua equipe;
h) Corredores de locomoção não devem ter superfície muito pedregosa nem muito lisa. Concreto armado com frisos é a melhor opção, e tapetes/borrachas para áreas de descanso/alto tempo parado.
 
3) Bem-estar térmico
a) Sombras em fazendas leiteiras são quase sempre mal dimensionadas. Trabalhar com 2-4 m² para gado jovem, 8-10 m² para vacas leiteiras e 12-14 m² para pré-parto é essencial para o máximo aproveitamento e mínima formação de barro. Dê preferência para arborização que possui maior poder de redução de sensação térmica. Sombrites em áreas gramadas devem também deixar parte da luz passar para poder manter a vegetação intacta e menos barro (< 60% de interceptação luminosa);
b) Os componentes temperatura e umidade são de grande importância para vacas de leite e compõem um índice de estresse chamado ITU ou THI. Quanto maior a umidade da região ou da época do ano, menor a temperatura de estresse. Não existe temperatura crítica fixa, mas, em média, para vacas de origem europeia, esse valor se encontra em torno de 14ºC, e para mestiças 18ºC. A vaca não precisa colocar a língua para fora para provar que está em estresse;
c) Para quem não possui barracão é essencial possuir uma sala de banho acessória, que pode ser colocada na sala de espera da ordenha. Trabalhos mostram que em determinadas situações, molhar e ventilar vacas 5 x ao dia pode ser tão efetivo quanto estruturas barracões para ventilação e/ou aspersão contínua em produção de leite, e chega a ser até 50 x mais barato. O pior horário de estresse ocorre entre 15-18h, período em que focamos os banhos, inclusive do pré-parto.

Gráfico de temperatura retal/vaginal de vacas leiteiras medido com dispositivo I-button®. É considerado em estresse o animal acima de 39,1ºC. (Compre Rural)

 

IHM, do Grupo Stefanini apresenta iTrack, ferramenta para controle de qualidade de laticínios
iTrack - A IHM Stefanini, empresa do Grupo Stefanini focada na vertical de indústria, apresenta para o mercado a solução iTrack, voltada para controle de qualidade e rastreabilidade na indústria de lácteos. A ferramenta permite que todos os dados do processo produtivo de um laticínio sejam armazenadas em um só lugar, dispondo-os de maneira simples e objetiva. Uma vez digitalizados, os torna-se possível encontrar qualquer dado instantaneamente, o que caracteriza um maior controle sobre a produção, com facilidade e agilidade para analisar as informações. A ferramenta tem outras importantes funcionalidades. Ela permite ver e corrigir uma não conformidade no momento em que ela ocorre, o que reduz a variabilidade do processo e contribui para uma maior qualidade do produto. Além disso, a análise dos dados permite ver como cada fator impacta no processo, o que possibilita direcionar ações para melhorar o rendimento. "O iTrack controla melhor a produção sem a necessidade de grandes investimentos. Para utilizar a ferramenta, basta ter um computador ou tablet com acesso à internet. Todos os dados são armazenados na nuvem e o sistema pode ser acessado de qualquer lugar", explica Pedro Henrique Couto, um dos idealizadores do produto. Acesso à informação - O iTrack usa um QR-code para cada um dos lotes, bastando escaneá-lo para ter acesso a todas as informações daquela unidade logística. Como a rastreabilidade tem sido cada vez mais exigida por varejistas e mesmo consumidores, também há facilidades nesse sentido: a ferramenta permite apresentar garantias e mesmo emitir o código de barras EAN-128, exigido por algumas redes de supermercado. Há espaço ainda para dados além dos habitualmente exigidos em auditorias, como, por exemplo, os ingredientes utilizados e o tanque em que um determinado lote de queijos é produzido, o que permite uma rastreabilidade ascendente. A ferramenta é capaz de projetar o rendimento embalado, que é a quantidade do produto a ser efetivamente comercializada - dado extremamente valioso para o planejamento. "O iTrack vai muito além de um banco de dados. Trata-se de uma solução pensada para garantir a rastreabilidade, reduzir as não conformidades e fazer com que as análises e decisões de negócio sejam baseadas em dados reais da produção, o que pode gerar ganhos de rendimento de 2% a 5%", comenta Rudá Martins, Gerente de Inovação da IHM Stefanini. (ITF365)

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