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13/09/2018

Porto Alegre, 13 de setembro de 2018                                              Ano 12 - N° 2.820

Tabela do frete e aumento de custos devem frear alta na produção de leite

Em um cenário de custos de produção elevados após a greve dos caminhoneiros, a Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos) reduziu a perspectiva de aumento na produção de leite no Brasil para este ano, de 3,3% para 1,5% a 2%. No ano passado, a captação de leite foi de aproximadamente 33 bilhões de litros. De acordo com o presidente da associação, Marcelo Martins, a greve gerou prejuízos de R$ 1 bilhão e causou desde a falta de produtos para higienizar máquinas até a perda de leite que deixou de ser entregue aos laticínios durante e no período imediatamente após a paralisação. No Rio Grande do Sul, terceiro maior produtor de leite do País, 56 milhões de litros deixaram de ser entregues às indústrias em razão da greve.

"Hoje, todas as empresas estão trabalhando com margens muito curtas e com pouca disposição para investir", diz Martins.

Ele explica que a indústria ficou sem estoques na sequência da greve, o que também deixou o varejo com menor oferta. O resultado foi o aumento dos preços do leite pagos ao produtor, que foram repassados ao consumidor nas gôndolas dos supermercados. "Isso gera uma demora para que o brasileiro volte a consumir os produtos nos volumes em que estava habituado antes do reajuste". Segundo a Viva Lácteos, outro custo que subiu foi o do frete, que está três vezes mais caro para o transporte de leite por trecho com o tabelamento do frete. Por se tratar de uma carga dedicada, não ocorre o chamado "frete de retorno" por questões sanitárias. "O impacto desse tabelamento pode chegar a 6% no valor final do produto ao consumidor."

Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em 2017 a variação entre o preço mínimo e máximo cobrado pelo leite UHT, no varejo, foi de 31,4%. Neste ano, a variação já alcança 55%. De acordo com o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), a nova tabela publicada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em 5 de setembro apresenta "fragilidades de ordem jurídica e econômica." Na avaliação da associação, o frete de produtos com controle sanitário, como lácteos, deve ter uma tabela diferenciada, segundo a Lei n° 13.703/2018.

"Por ser um produto vivo, entendemos que a tabela atual não se aplica ao transporte da matéria-prima do produtor até a indústria nem na distribuição dos protos, pois leite estaria subordinado a um tabelamento diferenciado e ainda não detalhado pela ANTT", afirmou o diretor da entidade, Darlan Palharini.

Por outro lado, todos os insumos que chegam para as indústrias, como embalagens, terão que obedecer a nova tabela, o que deve ampliar os custos das indústrias. Palharini ressalta que o setor está trabalhando com livre negociação com as transportadoras e que não foram cumpridas as tabelas anteriores.

Trégua
Para o produtor, a greve foi uma oportunidade de repor perdas depois de dois anos difíceis com preços de milho elevado em 2016 e baixa remuneração, o que levou a um menor investimento na atividade. "Especialmente para o produtor mais tecnificado, foi um momento de retomar o fôlego", avalia a pesquisadora do Cepea, Natália Grigol. Os preços pagos pelo litro ao produtor acumulam elevação de 50,2% de janeiro a agosto, enquanto no mesmo período do ano passado a queda foi de 4,5%. "Essa valorização é crucial, já que o produtor está desestimulado e há preços de milho em elevação", explica. A valorização do leite ocorre devido à entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste, que deve se estender até outubro, mas também está relacionada à greve dos caminhoneiros, que acirrou a disputa pelo produto e levou as indústrias a firmarem contratos de três meses com os produtores para garantir a matéria-prima, o que deu sustentação aos preços. A partir deste mês, a perspectiva é de que a cotação ao produtor recue com o aumento da produção. "Ainda não sabemos a intensidade dessa queda, mas a limitação da oferta pode impedir que seja grande", avalia Natália. (DCI)

 

Greve afetou abates de aves e coleta de leite no 2º tri

A paralisação dos caminhoneiros no fim de maio afetou os abates de frango e a aquisição de leite pelos laticínios do país no segundo trimestre deste ano, conforme a Pesquisa Trimestral de Abate do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem. No período, os abates de frangos somaram 1,38 bilhão de cabeças, 4% menos que no mesmo trimestre de 2017. Em relação ao primeiro trimestre deste ano, a queda foi ainda maior, de 6,9%. De acordo com o IBGE, o recuo nos abates se deveu à paralisação dos caminhoneiros que impediu uma normal circulação de produtos e insumos pelo país, prejudicando toda cadeia produtiva até a destinação do produto final. 

Os abates de bovinos e suínos no país no período não foram afetados. Conforme o IBGE, foram abatidas 7,72 milhões de cabeças de bovinos no segundo trimestre, alta de 4% na comparação com igual trimestre de 2017. No caso dos suínos, foram 10,82 milhões de cabeças, alta de 1,9% ante o mesmo intervalo de 2017. O resultado foi o melhor para segundos trimestres desde o início da pesquisa, em 1997. Mas a aquisição de leite cru também foi afetada pela paralisação de maio. Conforme o IBGE, a coleta por estabelecimentos com inspeção sanitária caiu 3,2% no segundo trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, para 5,47 bilhões de litros. (Valor Econômico) 

USDEC: descobertos novos benefícios de proteínas do soro do leite

Continuam crescendo novas evidências científicas que apoiam os benefícios para a saúde referentes às proteínas do soro do leite, tanto para homens quanto para mulheres. Como parte de seus esforços contínuos para mostrar os benefícios das proteínas lácteas ao longo da vida, o Conselho de Exportação de Lácteos dos EUA (USDEC) está compartilhando novas atualizações sobre como as proteínas do soro de leite podem ajudar consumidores a alcançar as metas de saúde em suas vidas cotidianas.

"Embora pesquisas tenham demonstrado a capacidade única das proteínas lácteas de ajudar a melhorar a composição corporal durante a perda de peso, aumentar a massa muscular combinada com o treinamento de resistência e ajudar na recuperação muscular após exercícios de resistência, as pessoas muitas vezes imaginam esses benefícios como reservados para atletas jovens e competitivos", disse Matt Pikosky, vice-presidente da Nutrition Science & Partnerships no Conselho Nacional de Lácteos dos Estados Unidos. "Novas pesquisas indicam que as proteínas lácteas têm grandes benefícios para as mulheres - sem aumentar o peso - bem como para indivíduos de idade mais avançada".

Os benefícios da suplementação proteica do soro do leite são bem demonstrados em homens, mas menos estudados em mulheres. Uma nova pesquisa publicada na Nutrition Reviews sugere que a proteína do soro de leite também produz resultados positivos em mulheres. Nesta revisão sistemática e meta-análise de 13 ensaios clínicos aleatórios, totalizando cerca de 500 mulheres adultas, os pesquisadores descobriram que a adição de proteína do soro de leite a uma dieta diária melhorou a composição corporal por aumentos modestos na massa magra sem influenciar as mudanças na massa gorda. Além disso, as melhorias na composição corporal foram ainda maiores durante dietas hipocalóricas, o que sugere que a proteína do soro de leite pode ser especialmente útil para preservar a massa muscular magra durante os períodos de perda de peso.

Outro artigo recentemente publicado no Advances in Nutrition apoia o papel da proteína, particularmente o aminoácido leucina, na prevenção da perda muscular relacionada com o avanço da idade. A evidência disponível apoia que a leucina, quando consumida como parte de uma dieta rica em proteínas, pode ser especialmente benéfica para preservar a massa muscular, pois desempenha um papel fundamental na estimulação da síntese de proteína muscular. Assim, uma atenção especial deve ser dada ao consumo deste aminoácido. Uma das melhores fontes de leucina é a proteína do soro de leite. Com base em suas descobertas, os autores recomendam que os indivíduos mais velhos consumam um mínimo de 1,2 gramas de proteína por quilo de peso corporal - quantidade 50% maior que a ingestão atual recomendada para adultos saudáveis. Recomendações adicionais sugerem um espaçamento uniforme na ingestão de proteínas ao longo do dia para maximizar a síntese de proteína muscular. Estes são apenas dois de um número crescente de estudos que apoiam os benefícios da incorporação da proteína do soro de leite nos planos alimentares diários. A proteína do soro de leite é um ingrediente versátil que pode ser adicionado aos alimentos, como smoothies, iogurtes, aveia ou manteigas, como uma maneira conveniente de aumentar o consumo de proteínas ao longo do dia. Para oferecer aos consumidores mais opções, os fabricantes de alimentos estão desenvolvendo produtos inovadores que incorporam as proteínas do soro em vários lanches, barras nutricionais, misturas de panificação, bebidas e muito mais.

"Nem todas as fontes de proteínas podem ter esses benefícios, dadas as diferenças na qualidade das proteínas", disse Kara McDonald, vice-presidente de Comunicações Globais de Marketing da USDEC. "Como a maior produtora mundial de leite de vaca e ingredientes de soro de leite, a indústria de lácteos dos EUA está posicionada de forma única para ajudar os formuladores a atender a demanda dos consumidores por ingredientes produzidos de forma sustentável, nutritivos, funcionais, versáteis e seguros".

Vale destacar que a indústria de lácteos dos EUA oferece hoje um portfólio sustentável de ingredientes lácteos nutritivos e funcionais de alta qualidade, facilitando para os fabricantes locais de alimentos e bebidas capitalizar essas tendências de mercado e criar novos produtos relevantes. (As informações são do Conselho de Exportação de Lácteos dos Estados Unidos - USDEC) 

Consumir queijo e manteiga todo dia ligado à longevidade
Queijo e manteiga - Consumir três porções de produtos lácteos por dia conduz a menor risco de doenças coronárias, sugere estudo. Depois de analisar a dieta de mais de 130.000 pessoas em pelo menos doze países, cientistas descobriram que consumir o equivalente a uma porção (244 gramas) de leite integral ou iogurte, uma fatia de queijo de 15 gramas ou uma colher de chá de manteiga pode ser benéfico à saúde. A descoberta, publicada no The Lancet, contraria recomendações dietéticas que desaconselham o consumo de produtos lácteos com alto teor de gordura. As diretrizes dietéticas dos Centros para Controle e Prevenção de Doenças para 2015 a 2020, por exemplo, sugerem a ingestão de laticínios sem gordura ou com baixo teor de gordura em suas principais recomendações. (News week - Tradução livre: Terra Viva)

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