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22/06/2018

 

Porto Alegre, 22 de junho de 2018                                              Ano 12 - N° 2.762

  Impacto da greve eleva preço do leite no Rio Grande do Sul 

Como resultado da redução de captação durante a greve dos caminheiros no final de maio, o preço do leite registrou alta de 6,76% no Rio Grande do Sul. Segundo dados dos primeiros 10 dias de junho, divulgados pelo Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite (Conseleite) nesta quinta-feira, o valor de referência projetado para o mês é de R$ 1,1781, acima do consolidado de maio (R$ 1,1035). 

O aumento foi puxado diretamente pelo leite UHT, produto de maior expressão no mix gaúcho, que teve valorização de 14,71%. O movimento foi acompanhado por diversos outros itens: requeijão (10,54%), queijo muçarela (8,74%), leite condensado (8,33%) e queijo prato (6,78%). A tendência é que os valores se mantenham nesse novo patamar motivados pelo aumento de consumo típico dos meses de inverno e pela alta do dólar que impacta diretamente nos custos e ajuda a travar a importação de lácteos. Além disso, explica o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios (Sindilat), Alexandre Guerra, muitas vacas que estavam em fase de lactação foram “secas” propositadamente no período da greve, impactando no volume desta temporada. 

Levantamento do Conseleite indica que as indústrias gaúchas comercializaram um volume equivalente a 108 milhões de litros em maio de 2018, 16,7% menos do que os 126 milhões de litros de leite de abril. O presidente do Conseleite, Pedrinho Signori, acrescentou que a greve agravou a crise no campo. “Foi uma pá de cal em muitos produtores que já estavam com dificuldades por inúmeros outros fatores como estradas precárias, falta de energia e incentivo.” 

Apesar da alta no valor do leite em junho, Guerra destacou que os valores acumulados no Rio Grande do Sul ainda estão abaixo dos de 2017. Segundo levantamento semestral apresentado pelo Conseleite nesta quinta-feira, de janeiro a junho de 2018, 10 dos 13 produtos avaliados estão com valores abaixo do praticado no mesmo período do ano anterior: leite UHT (-5,48%), leite pasteurizado (-5,87%), leite em pó (-7,73%), leite condensa¬do (-12%), bebida láctea (-3,19%), queijo muçarela (-11,49%), queijo prato (5,03%), requeijão (-4,49%), nata (-2,36%) e outros queijos (-16,51%). Apenas iogurte (6,19%), doce de leite (0,94%) e queijo minas (1%) estão acima dos indexadores de 2017. (Jornal do Comércio)
 
 

Perspectivas do mercado lácteo – América do Sul 

Na América do Sul, especialmente no Cone Sul, as chuvas estão melhorando a umidade para o plantio de trigo e outras culturas em áreas de plantação. No entanto, em termos de produção de leite, o clima úmido tem um impacto mínimo nas principais bacias leiteiras, exceto no Paraguai e Uruguai. Nesses dois países, muitos produtores relataram que a umidade e a lama, dificultam o manejo do rebanho, e impacta negativamente na produtividade.

Na Argentina, as temperaturas mais baixas do inverno que se aproxima melhoram o conforto animal, e aumenta a produtividade. A expectativa é de que a produção de leite continue a crescer na maior parte do inverno. No momento, o fornecimento de leite e creme é suficiente para atender as necessidades das fábricas do país. No Uruguai, a produção de leite vem sendo instável, diante das dificuldades de manejo que muitos produtores encontram pela quantidade de lama e umidade. Os produtores que não enfrentam as adversidades climáticas relatam melhora no rendimento. No entanto, de um modo geral, a produção de leite deve melhorar durante o inverno. A fabricação de queijo e manteiga continua, relativamente, forte, e as exportações para o Brasil, Argélia e Rússia continuam ativas.

O governo uruguaio procura novas oportunidades de negócios através do Instituto Nacional do Leite (INALE) que avalia a elaboração de um Tratado de Livre Comércio (TLC) com a China, especialmente para o envio de lácteos.

Com o fim da greve de 10 dias dos caminhoneiros no Brasil, devido ao alto custo do diesel, o transporte de leite começa a retornar ao normal. A entrega de leite cru para as indústrias se normaliza aos poucos. O varejo vai novamente ocupando as suas prateleiras, principalmente com produtos de alto consumo, como o leite UHT/leite fluido e queijo. A expectativa é de que as indústrias de laticínios no Brasil voltem ao normal nas próximas semanas. As importações de lácteos pelo Brasil continuam aumentando, mas, em nível menor do que o verificado no ano anterior. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)

  

Perspectivas do mercado lácteo – Europa

O calor no início de junho na Alemanha e em outras partes da Europa Ocidental resultou em queda significativa da produção de leite. A estimativa é de que a produção da Alemanha tenha ficado 1% abaixo da de um ano antes. 

Os componentes do leite também foram prejudicados. Na última semana de maio a coleta de leite foi 1,6% menor do que a realizada na semana anterior, de acordo com a Central de leite GmbH. De um modo mais amplo, os analistas projetaram aumento de 1,5% na produção de leite europeia até o final do ano em relação a 2017. Entretanto, conforme informação do site CLAL, de janeiro a abril a produção de leite europeia acumulada ficou 0,6% abaixo do período anterior.

Os estoques de queijos na Europa Ocidental, especialmente na Alemanha e na França, são frágeis. É forte a demanda de varejistas, grandes consumidores, consumidores individuais e exportações. As indústrias estão com as entregas atrasadas. Os queijos para cura também estão com estoques abaixo do nível aceitável. Não existe expectativa de que a oferta fique mais equilibrada no curto prazo. A mozarela já está em falta. As exportações de queijos pela União Europeia (UE) de janeiro a abril é apenas 0,1% maior do que a verificada no mesmo período do último ano. As maiores remessas foram para os Estados Unidos, o Japão e a Suíça, de acordo com a CLAL.

Organismos Geneticamente Modificados (OGM) tomaram um outro rumo na semana passada, na UE. O regulamento atual da UE não exige a informação no rótulo de que o produto lácteo provém de leite produzido por vacas que não comem OGM. No entanto, a França estaria elaborando uma proposta a ser apreciada por toda a UE, exigindo a identificação no rótulo dos animais que são alimentados com OGM. Atualmente, a legislação francesa permite informar no rótulo os alimentos elaborados sem componentes OGM. A nova proposta deverá ser analisada pelo Senado francês no dia 26 de junho.   

EUROPA ORIENTAL
A Rússia parece ter reduzido a importação de lácteos este ano. De janeiro a abril, declinaram as compras de queijo, manteiga, leite em pó, tanto desnatado como integral, de acordo com a Eucolait. A Bielorrússia é um fornecedor importante de produtos lácteos para a Rússia. No entanto, no início de junho, a agência russa de controle da qualidade de alimentos, o Rosselkhoznadzor, introduziu restrições temporárias à importação de certos lácteos da Bielorrússia. A questão resultou em uma resolução submetida à Comissão Econômica da Eurásia (EEC), buscando resolver a situação. A análise do assunto foi retirada da pauta da EEC no dia 19 de junho, para que sejam reconsiderados os termos da resolução. A Eucolait informou que a produção de leite da Rússia aumentou 3% em 2017, o que pode ser um fator determinante para a redução das importações de lácteos. (Usda – Tradução Livre: Terra Viva)

Remuneração no agro cresce mais que a da média brasileira

Entre 2012 e 2018, o salário médio pago ao trabalhador do agronegócio cresceu mais que o recebido pela média da economia brasileira como um todo, segundo cálculos realizados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, com base em informações da PNAD Contínua.

Considerando-se as pessoas empregadas, para o agronegócio, o crescimento da remuneração foi de 10% de 2012 para 2018, enquanto que, para o Brasil, de 6,36%. Pesquisadores do Cepea destacam que, diante dessa dinâmica, a diferença entre os salários do setor (tipicamente menores) e os da média brasileira tem diminuído a cada ano. Esse aumento na média salarial do agronegócio, por sua vez, pode estar atrelado aos aumentos de rendimentos para indivíduos isoladamente e também a mudanças no perfil do indivíduo que trabalha nesse setor.

Segundo pesquisadores do Cepea, entre 2012 e 2018, caiu em 4,6 p.p. o peso do segmento primário, que tipicamente paga menores salários, no total de ocupados no agronegócio. Já para o segmento de agrosserviços, a participação nesse mesmo período aumentou em 3,8 p.p. Em relação ao nível de instrução, de 2012 para 2018, houve diminuição de 10,3 p.p. na participação da mão de obra com escolaridade inferior ao ensino médio no total de ocupados no agronegócio, enquanto que a participação dos indivíduos com ensino superior (completo ou incompleto) aumentou em 4,2 p.p. (As informações são do Cepea)

 
 

Mais de sete mil famílias do Rio Grande do Sul recebem leite em pó adquirido por meio do PAA
Um total de 88 toneladas de leite em pó foram doadas na última semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para famílias em situação de insegurança alimentar e nutricional no Rio Grande do Sul. O produto foi adquirido de 31 cooperativas por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade de Compra Direta da Agricultura Familiar. Este lote de produtos foi destinado à Mitra Diocesana de Porto Alegre, sendo o estoque distribuído entre 77 paróquias que atendem a 7.400 famílias dos municípios de Porto Alegre, Gravataí, Viamão, Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, Guaíba, Eldorado do Sul, Charqueadas, Alvorada, Nova Santa Rita e Butiá. Executado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), o PAA oferece a agricultores familiares, por meio de suas cooperativas ou associações, a garantia de compra de sua produção por preços remuneradores, gerando renda e inclusão social no meio rural. Somente em 2018, a Conab já doou no Rio Grande do Sul aproximadamente 900 toneladas de leite em pó. Outras doações estão previstas para ocorrer até o final desse ano. (As informações são da Assessoria de Imprensa Conab)
 

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