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01/06/2016

 

Porto Alegre, 01 de junho de 2016                                                Ano 10- N° 2.278

 

  Leilão GDT: índice de preços apresenta leves elevações

 O resultado do leilão GDT desta quarta-feira (01/06) registrou alta de 3,4% sobre o leilão anterior, com preços médios de lácteos em US$ 2.329/tonelada. Apesar da alta, o leite em pó integral apresentou queda de 1,7% em relação ao leilão passado sendo comercializado a US$ 2.205/tonelada. 

O leite em pó desnatado foi o que apresentou forte variação, com elevação de 12,1%, fechando a US$ 1.867/tonelada. O queijo cheddar foi comercializado a US$2.669/tonelada, tendo elevação de 7,8% em relação ao leilão anterior, segundo o índice de preços do leilão GDT.

Foram vendidas 24.046 toneladas de produtos lácteos neste leilão, cerca de 13,3% abaixo do volume no mesmo período do ano passado, o que mostra que o mercado não tem apresentado sinais expressivos de melhora.

Os contratos futuros de leite em pó integral continuam sem apontar para grandes mudanças ao longo de 2016. Até dezembro, as projeções estimam preços entre US$2.186 e US$2.216/ton, sem nenhuma alteração significativa no atual patamar de preços (Fonte: Global Dairy Trade, elaborado pelo MilkPoint)

 
 

 

Safra de leite mais 'justa' no Sul tende a sustentar preços

Problemas climáticos no período de formação das pastagens de inverno, preços baixos no ano passado e concorrência com culturas mais rentáveis como soja e milho estão reduzindo a produção de leite no Rio Grande do Sul, segunda maior bacia leiteira do país. Além da oferta menor, a safra também tende a atrasar, o que deve manter os preços sustentados em nível nacional. Isso porque a produção do Sul costuma amenizar a escassez durante a entressafra no Sudeste e Centro ¬Oeste, quadro que está mais grave neste ano. O presidente do Conselho Estadual do Leite (Conseleite/¬RS), que reúne entidades de produtores e indústrias, Jorge Rodrigues, estima que a produção gaúcha no acumulado até maio ficará cerca de 20% menor do que no mesmo período de 2015. De acordo com ele, os volumes de junho e julho também devem permanecer abaixo do normal por conta do atraso das pastagens. Conforme o IBGE, as indústrias no Rio Grande do Sul adquiriram 1,373 bilhão de litros de leite cru no Estado de janeiro a maio de 2015. Em junho e julho foram mais 590,7 milhões de litros. O Estado é o segundo maior produtor nacional de leite, com 3,488 bilhões de litros vendidos para a indústria em 2015, atrás de Minas Gerais, com 6,440 bilhões de litros. Rodrigues afirma que os preços aos produtores não acompanham o aumento dos custos há dois anos, e a tendência deve persistir nos próximos meses. 

Por isso, a soja ocupou áreas de pastagens devido à melhor rentabilidade. Segundo ele, o preço de referência do produto padrão foi de R$ 0,9886 por litro em abril e deve avançar para R$ 1,0091 em maio. "Estamos abaixo da média [de produção] no segundo trimestre, e a dificuldade deve se manter no terceiro", diz o assistente técnico estadual de leite da Emater¬/RS, Jaime Rias. Segundo ele, o desestímulo gerado pela redução (deflacionada pelo IGP¬M) de 9,7% nos preços médios ao produtor apurados pela entidade em 2015, soma¬-se à alta dos custos com insumos como fertilizantes, e também do milho e farelo de soja usados na ração para o gado leiteiro. Para o consumidor, a alta nos preços do leite UHT nos supermercados gaúchos chegou a 30% desde o início do ano, para cerca de R$ 2,70 o litro, calcula o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado (Sindilat¬/RS), Alexandre Guerra. Rias diz que o excesso de chuva e de geadas no outono prejudicou a formação das pastagens de azevém e aveia, típicas de inverno, e algumas áreas serão ocupadas por lavouras de milho em julho e agosto, o que sinaliza problemas mais adiante. Valter Galan, analista da MilkPoint, consultoria especializada em mercado de lácteos, acrescenta que houve menor disponibilidade de sementes para o plantio das pastagens este ano. Essa escassez é decorrência do excesso de chuvas em abril de 2015, que levou ao alagamento de algumas regiões de plantio no Sul. Agora, as áreas de pastagens plantadas em abril deste ano enfrentam escassez de chuvas em alguns regiões e excesso em outras, segundo Galan. "Deve haver um comprometimento da produção da pastagens", diz. 

Outro fator que pode afetar a oferta de leite na região Sul são os preços altos do milho que desestimulam o investimento, pelos produtores, na ração para o gado. Diante desse cenário, diz o analista, a produção na safra de leite do Sul não deve ser tão grande quanto se imaginava. "Normalmente, o pico de preços do leite [no país] acontece em maio e junho e a partir de julho começa a cair. Mas, este ano, os preços mais altos tendem a se sustentar". Com a menor produção local de leite e os baixos preços internacionais, as importações de leite em pó pelo Brasil subiram 26,8%, para 35,7 mil toneladas de janeiro a abril deste ano, segundo o Ministério da Indústria e Comércio Exterior. Para o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro-RS), Paulo Pires, essa é mais uma "ameaça" que pode desestimular os produtores gaúchos. (Valor Econômico)
 

Governo já tem até oito alvos para acordos bilaterais 

À caça de acordos bilaterais para dar mais dinamismo ao comércio exterior e inserir o país nas cadeias globais de produção, o chanceler José Serra dispõe de um punhado de alvos imediatos. São países com quem o governo brasileiro já vinha conversando nos últimos meses sobre a possibilidade de lançar ou intensificar negociações, mas cujas perspectivas ganham nova dimensão com as diretrizes recém¬ anunciadas pelo novo ministro. Fora da América do Sul, região onde produtos brasileiros já gozam de acesso privilegiado, pelo menos seis a oito países ou blocos econômicos estão no radar das equipes diretamente responsáveis no governo pelas negociações de novos acordos bilaterais. Os resultados mais rápidos podem vir das discussões com o México. Elas não precisam ser tocadas em conjunto pelo Mercosul porque foram iniciadas antes da norma que impede seus sócios de negociar isoladamente. O acordo atual concede descontos mútuos nas tarifas de importação para quase 800 produtos industriais e agrícolas do Brasil. Há consenso para expandir essa lista para cerca de 4,5 mil itens. Busca-¬se uma ampliação ainda maior, para até 6 mil produtos, com redução gradual das tarifas em um período máximo de dez anos. 

O novo tratado, que envolverá maior abertura em serviços e em compras públicas, tem boas chances de ser assinado no segundo semestre. O Mercosul, no entanto, não é visto como empecilho por funcionários do governo brasileiro acostumados às negociações comerciais. A Argentina tem adotado um discurso de maior liberalização após a posse do presidente Mauricio Macri. Uruguai e Paraguai, dependentes de mercados externos e com menos setores para proteger, têm uma postura historicamente mais agressiva. O único complicador apontado pelos brasileiros, em conversas reservadas, é a Venezuela. E a razão passa longe de divergências ideológicas. O país, que exercerá a presidência rotativa do bloco na segunda metade do ano, tem menos estrutura e experiência administrativa para concentrar as atividades negociadoras ¬ isso exige organizar reuniões, compilar textos e liderar discussões entre os sócios do Mercosul. Dois blocos estão na mira para acordos de livre comércio. Um é o EFTA, formado por quatro países ¬ Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein ¬ que não aderiram à União Europeia. Eles têm uma reunião agendada para a próxima semana, em Montevidéu, a fim de explorar a possibilidade de lançamento de negociações formais. A avaliação brasileira é que existe um caminho livre para avançar. Por ter apenas quatro membros, esse bloco não precisa enfrentar o mesmo exaustivo trâmite de consultas internas que Bruxelas precisa fazer aos 28 integrantes da UE ao discutir ofertas de liberalização para o Mercosul.

No caso da SACU, união aduaneira liderada pela África do Sul, os sul¬-americanos já têm um acordo de preferências tarifárias desde 2008. As alíquotas menores só entraram em vigência há dois meses porque o Congresso Nacional, no Brasil, aprovou um texto remetido pelo governo que tinha erros de tradução do inglês para o português e precisou ratificá-¬lo novamente para corrigir as falhas constatadas. Agora, os dois lados querem discutir um tratado que não beneficie apenas setores específicos e cubra uma parte "substancial" do comércio. Outra frente considerada promissora é com o Canadá. Há interesse manifestado pelos canadenses e a indústria brasileira não indicou, em consulta pública realizada pelo Ministério do Desenvolvimento (MDIC) no ano passado, grande quantidade de setores com necessidade de proteção ¬ conhecidas pelas áreas técnicas como "sensibilidades". O mapeamento de interesses "ofensivos" e "defensivos" feito pelo MDIC ¬ rebatizado como Ministério da Indústria, Comércio e Serviços ¬ com a iniciativa privada abrangia possibilidades de negociações com outros três países: Índia, Tunísia e Líbano. "Todos oferecem perspectivas promissoras", afirma o ex¬-ministro Armando Monteiro. Ele não vê contraposição, mas complementaridade entre os acordos bilaterais e as discussões no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), que considera o foro adequado para buscar redução dos subsídios à agricultura. 

Para o embaixador Régis Arslanian, que chefiou a equipe de negociadores do Itamaraty na década passada e hoje é sócio-¬sênior da GO Associados, Serra poderá colher os primeiros resultados em pouco tempo. A ampliação da cobertura de acordos existentes, como SACU e Índia, tende a ser mais rápida. "É uma tarefa que o novo chanceler poderia levar adiante, com resultados, em um período de seis a oito meses." Para tratados de livre comércio, que eliminam completamente as tarifas de pelo menos 85% a 90% dos produtos, o desafio é maior. Arslanian ressalta que os acordos discutidos atualmente não abrangem só bens e entram na discussão de temas como serviços, compras governamentais, normas técnicas e regras ambientais ou trabalhistas. Por isso, sem deixar de buscar a abertura para seus produtos agropecuários, o embaixador recomenda que o Brasil não fique refém da agenda agrícola para sentar¬-se à mesa de negociações com outros parceiros. "Precisamos demonstrar espírito construtivo e que somos guiados pela flexibilidade", frisa Arslanian. Monteiro concorda com a visão de que as negociações não passam mais somente pela questão de bens, mas afirma que sua gestão à frente do ministério já havia se pautado por esse princípio. Tanto que foram fechados acordos com os Estados Unidos, que não dependiam do Mercosul, para harmonizar regras e normas técnicas para setores da indústria. Acordos de serviços, de investimentos e compras governamentais foram firmados com países da América do Sul e da África. (Valor Econômico)

 

 Laticínios vencem o Top of Mind 
A marca Elege e a Cooperativa Santa Clara receberam o prêmio Top Of Mind como a marca mais lembrada pelos gaúchos na categoria Leite e Queijos, respectivamente. Na pesquisa, realizada pela Revista Amanhã em parceria com a Segmento Pesquisas, a Santa Clara, que é vencedora pelo sexto ano consecutivo, conquistou 33,3% da lembrança dos entrevistados. A cerimônia de premiação foi realizada na noite de terça-feira (31/05), na Sogipa em Porto Alegre. Na categoria Leite, pela qual Elege foi a primeira colocada, na sequência foram as marcas Piá, Parmalat, Dália e Santa Clara, respectivamente. Além dos premiados, o evento também reuniu comunicadores e convidados. Para prestigiar a conquista da Santa Clara, o presidente do Sindilat e diretor administrativo e financeiro da cooperativa, Alexandre Guerra, marcou presença na premiação. Em 26 edições da premiação, este é o sexto ano em que o segmento Queijos é pesquisado. A pesquisa ouviu a opinião de 1200 pessoas, com idades entre 16 e 65 anos, de todas as classes sociais, em 34 municípios do Rio Grande do Sul. Em 2016, a pesquisa mapeou as marcas mais lembradas em 124 categorias. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

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