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17/05/2016

 

Porto Alegre, 17 de maio de 2016                                                Ano 10- N° 2.268

 

   Leilão GDT: preços internacionais voltam a apresentar leve aumento

O resultado do leilão GDT desta terça-feira (17/05) registrou alta de 2,6% sobre o leilão anterior, com preços médios de lácteos em US$ 2.283/tonelada. O leite em pó integral apresentou uma alta de 3,0% em relação ao leilão passado sendo comercializado a US$ 2.252/tonelada, voltando a ficar próximo aos valores que apresentava no início desse mesmo ano. 

O leite em pó desnatado não apresentou grande variação, com uma leve queda de 0,9%, fechando a US$ 1.658/tonelada. Assim como o leite em pó desnatado, o queijo cheddar também apresentou queda de -0,8% em relação ao último leilão, sendo comercializado a US$ 2.693/tonelada.

Foram vendidas 18.113 toneladas de produtos lácteos neste leilão, volume cerca de 31,7% abaixo do mesmo período do ano passado, indicando que o leilão GDT não vem sinalizando melhoras na demanda.

Os contratos futuros de leite em pó integral continuam sem apontar para grandes mudanças ao longo de 2016. Até novembro, as projeções estimam preços entre US$2.228 e US$2.340/ton, sem nenhuma alteração significativa no atual patamar de preços. (Fonte: Global Dairy Trade, elaborado pelo MilkPoint Inteligência)
 
 
 
 

Europa é "inundada" por leite um ano após o fim do sistema de cotas

 
Quem chega à fazenda de 80 hectares de Leon Backs, em Rutten, no centro da Holanda e a uma hora de Amsterdã, não vê vacas e sim campos de tulipas de diversas cores. O pasto está quase todo plantado com essa flor que faz o país ser chamado de floricultura do mundo. As 120 vacas estão concentradas no estábulo ao lado da residência, e só se deslocam ali dentro para serem ordenhadas por dois robôs.

"A situação está difícil, tive que alugar muitos hectares a produtores de tulipas para compensar a perda com o leite", diz Leon, 35 anos de idade, que trabalha sozinho, na fazenda que comprou do pai em 2009. Ele conta que há dois anos recebia € 0,40 por quilo de leite, mas agora o preço despencou para € 0,25. Alugando o pasto para produção de tulipas, ele embolsa € 2.750 (R$ 11.200) ao ano por hectare. 

Isso ocorre porque a Europa foi "inundada" por leite, um ano depois do fim do sistema de cotas que limitava a produção no setor. A história de Leon ilustra a crise que vivem atualmente os produtores europeus, desde que, a partir de abril de 2015, passaram a poder produzir e exportar o quanto desejarem. 

Na expectativa dessa liberalização, criadores, sobretudo na Holanda, Bélgica, Dinamarca e Irlanda, compraram mais vacas e mais terras, produzindo mais para conquistar novos mercados, em particular a China. Mas, já em 2014, a Rússia havia decretado um embargo aos produtos agrícolas europeus, fechando um mercado para os queijos do velho continente. Além disso, a China, maior importadora mundial de leite em pó, freou bruscamente suas importações do produto. E o clima favorável ajudou os concorrentes Nova Zelândia, Austrália e Estados Unidos a aumentarem sua produção.

Os preços no mercado internacional, que começaram a cair no fim de 2014, degringolaram com a superprodução europeia. Só em outubro de 2015 a Irlanda elevou seu volume de leite em 48% e a Holanda, em 16,8%. Entre janeiro e fevereiro deste ano, a alta do volume na Europa fez a produção global crescer 3,4%. "Produzimos 1,7 milhão de toneladas a mais em pouco tempo, e o excesso de oferta nos impede de obter preço remunerador, ameaça fazendas e estruturas regionais", diz Regina Reiterer, assessora do European Milk Board (EMB), que reúne produtores de 15 países.

Além da derrubada de preços, a situação agravou-se com a alta dos custos de produção. Segundo o EMB, as perdas são "inacreditáveis". O exemplo mais cruel vem da Alemanha, o maior produtor: custa € 0,4494 produzir um quilo de leite, mas o produtor recebe €0,2866 pelo produto.  Ou seja, apenas 64% dos custos estão cobertos pelo preço recebido.

Depois que milhares de produtores bloquearam o centro de Bruxelas, sede da UE, com tratores e queimaram fardos de feno, atraíram a atenção para a crise no setor. Recentemente, a UE aprovou um plano de restrição voluntária de produção em troca de ajuda para melhorar a imagem do setor, por exemplo. Mas associações de produtores dizem que, sem coordenação, os cortes voluntários de produção não funcionam. 

A produção global de leite e produtos lácteos alcançou 800,7 milhões de toneladas em 2015. A União Europeia (UE) produz cerca de 20% desse total, segundo a FAO, a Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação. As exportações globais somaram US$ 71,3 bilhões ano passado, e os europeus exportaram US$ 17,8 bilhões.

A Holanda, pequeno país de 17 milhões de habitantes, é um dos maiores produtores de lácteos da Europa. O setor, no país, representa € 12 bilhões. Cerca de 35% da produção é consumida internamente, 45% exportada a outros países da Europa e 20% para o resto do mundo.

Os holandeses prepararam-se para o fim do regime de cotas, para produzir mais e tomar rapidamente fatias de mercado. A produção, que somara 11 bilhões de quilos de leite em 2010, pulou para 13,5 bilhões de quilos em 2015. E aproxima-se rapidamente da meta de 14 bilhões de quilos que era prevista para 2020. Mas seus produtores alegam que reduzir os volumes não terá efeito no preço internacional porque representam só 2% do total global.

Os pecuaristas holandeses são conhecidos pela alta produtividade no setor. O rebanho médio no país é de 80 vacas. Enquanto uma vaca produz 6.777 quilos de leite por ano na média europeia, na Holanda, o volume chega a 9.500 quilos por ano.

Para Egbert Koersen, que cria 80 vacas em 50 hectares, acredita que o problema é que os holandeses são obcecados por crescer e crescer. "Pensamos na quantidade, não na qualidade, e queremos sempre produzir e vender mais", diz o produtor de Heerenbroek, leste da Holanda, enquanto serve leite de suas vacas, com café, na cozinha de sua residência. "Aumentamos demais a produção, e agora temos que sair dessa".

Koersen conta que obteve financiamento pelo prazo de cinco anos pagando juro de 2,7% ao ano para três quartos do capital e de 1,8% pela taxa Euribor (juro de referência do mercado do euro) para o restante. Presidente da cooperativa Rouveen, ele diz que os produtores têm a chance de receber remuneração um pouquinho melhor pelo quilo de leite, por volta de 5%, porque vendem para suas respectivas cooperativas. As 50 vacas de Koersen produzem 700 mil quilos de leite por ano. Com a crise, ele alimenta um plano: converter-se para a produção orgânica. "Com o leite orgânico, dá para ganhar 30% a mais", diz. 

Outra discussão hoje na Holanda é sobre a imagem do leite. Cerca de 30% da produção vem de vacas que passam a maior parte do ano no estábulo. Os produtores que deixam suas vacas mais tempo pastando conseguem receber atualmente € 1 a mais por 100 quilos de leite. O consumidor é informado sobre o método de produção do leite.

Para a FrieslandCampina, maior cooperativa da Europa e quinto player mundial em lácteos, 2016 continuará sendo um ano ainda de muito desafio por causa da enorme oferta de leite e da menor demanda. Mas a expectativa da empresa é de que o excedente decline e a demanda volte a melhorar, especialmente nas regiões com pouca capacidade de produção de lácteos. "Os preços internacionais estão em níveis historicamente baixos, e as oportunidades de exportação vão aumentar de novo para a Europa".

Kevin Bellamy, do Rabobank, reputado analista do setor, estima que, diante da queda de preços, o crescimento da oferta nas regiões produtoras tende a desacelerar. O banco avalia que, ao longo do ano, o consumo de lácteos deve continuar crescendo na Ásia, EUA e Europa. A exceção é o Brasil - afetado pela recessão e pela menor produção de leite.

Para a Associação de Produtores de Leite dos EUA, há sete razões para uma recuperação global não ser iminente: a fragilidade da economia mundial, o elevado estoque de lácteos, a persistente alta produção na Europa, o baixo nível de importações pela China, a estagnação dos preços, problemas relacionados ao clima e pouca demanda. (As informações são do Valor Econômico, resumidas pela Equipe MilkPoint)

Conseleite/PR

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida em Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprovou e divulgou os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em abril de 2016 e a projeção dos valores de referência para o mês de maio de 2016, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes. Os valores de referência indicados nesta resolução correspondem à matéria-prima leite denominada Leite CONSELEITE IN62, que se refere ao leite analisado que contém 3% de gordura, 2,9% de proteína, 600 mil uc/ml de células somáticas e 600 mil uc/ml de contagem bacteriana. 


 
Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de maio de 2016 é de R$ 1,9821/litro. Visando apoiar políticas de pagamento da matéria-prima leite conforme a qualidade, o Conseleite-Paraná disponibiliza um simulador para o cálculo de valores de referência para o leite analisado em função de seus teores de gordura, proteína, contagem de células somáticas e contagem bacteriana. O simulador está disponível no seguinte endereço eletrônico: www.conseleite.com.br/conseleite. (Fonte: Conseleite/PR) 

Concurso premia maior teor de sólidos

Com foco constante na qualidade da matéria-prima produzida pelo rebanho gaúcho, a 39ª Expoleite e 12ª Fenasul, marcadas para o período de 18 a 22 de maio, em Esteio, terão como principal novidade o Concurso Leiteiro de Sólidos. Serão reconhecidas as vacas que produzirem leite com maior teor de gordura e proteína. O objetivo é incentivar o controle leiteiro das vacas em lactação. A disputa será paralela ao tradicional torneio leiteiro, que todos os anos reconhece os animais que produzem os maiores volumes. As amostras serão coletadas por técnicos da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e enviadas ao Laboratório de Qualidade do Leite da Embrapa Clima Temperado, de Pelotas, para análise. São duas as categorias: Vaca Jovem, para animais com menos de 36 meses de idade; e Vaca Adulta, para exemplares com 36 meses ou mais. Os animais vencedores serão conhecidos na sexta-feira, às 18h, quando ocorre o esperado banho de leite. 

Na visão do veterinário Danilo Cavalcanti, coordenador da Câmara Setorial do Leite, ligada à Secretaria da Agricultura, o concurso de sólidos é uma ferramenta importante de valorização das propriedades que prezam pela qualidade do leite que estão produzindo. "Volume e qualidade não podem andar em dissonância", destaca. Para o técnico, o concurso de sólidos "vem pra mostrar que existem outros aspectos relacionados ao leite que são mais importantes que o volume". Serão avaliadas amostras de três ordenhas. O leite com alto teor de sólidos indica que as vacas estão sendo bem alimentadas, o que aumenta a produção individual e total do rebanho. Conforme preconiza a instrução normativa (IN) 62, de 2012, o teor de sólidos determina o valor industrial do leite, pois quanto mais gordura e proteína, maior rendimento a indústria terá ao fabricar os derivados lácteos. 

A iniciativa do Concurso de Sólidos é do Sindilat, que busca ampliar a qualidade da matéria-prima. "Serve como incentivo para melhorar a competitividade do setor ao dar melhores resultados tanto para a indústria quanto para o produtor", destaca o presidente da entidade, Alexandre Guerra. O sindicato vai destinar R$ 10 mil à premiação, que será dividida da seguinte forma: R$ 2,5 mil para os primeiros lugares nas categorias Jovem e Adulta; R$ 1,5 mil para as segundas colocadas; e R$ 1 mil para os animais que ficarem com os terceiros lugares. O presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês (Gadolando), Marcos Tang, destaca a importância de os produtores fazerem o controle individual dos animais no que diz respeito aos componentes sólidos do leite. Para a raça Holandês, o ideal é que os parâmetros não sejam inferiores a 3,5% de gordura e 3% de proteína. Tang ressalta ainda que, na hora do acasalamento, o teor de sólidos é um elemento que deve ser levado em conta pelos criadores, já que as informações são disponibilizadas pelas empresas de sêmen. (Correio do Povo)

 

Produção de leite na Argentina deve recuar 10% em 2016, afirma adido do USDA
O adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) em Buenos Aires reduziu sua projeção para a produção de leite na Argentina em 2016 para 10,39 milhões de toneladas, equivalente a 10,09 milhões de litros. A revisão representa queda de 10% ante o volume produzido no ano anterior. A estimativa foi reduzida em face de condições climáticas adversas, com enchentes atingindo as principais regiões produtoras, como a província de Córdoba, Entre Ríos e Santa Fé. Além disso, maiores custos de produção e menor preço pago aos produtores pesaram sobre o resultado. Estima-se que 80% das regiões produtoras estão em situação crítica devido a condições climáticas e financiamento. O adido do USDA projeta que o país exportará 211 mil toneladas de produtos lácteos, 7% abaixo do ano anterior. (As informações são do Estadão)

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