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26/04/2016

         

Porto Alegre, 26 de abril de 2016                                                Ano 10- N° 2.253

 

   Nova Zelândia se volta para o Brasil e agronegócio é o principal chamariz

"Para uma empresa ser global, é preciso estar no Brasil", afirma o cônsul geral da Nova Zelândia em São Paulo, Ralph Hays. Em tempos mais que bicudos na economia brasileira, a afirmação - que pode parecer batida - é um alento, pois revela que o interesse pelo país persiste entre os que focam o médio e longo prazos.

Hays é também comissário de comércio no Brasil para a New Zealand Trade and Enterprise (NZTE), agência do governo neozelandês criada em 1993 como parte do esforço do país da Oceania de ampliar a presença de seus produtos no exterior. A NZTE tem em seu board tanto membros do governo quanto agentes privados e está no Brasil desde 1996. Tem, ao todo, 46 escritórios espalhados pelo mundo. Hoje, segundo Hays, 20% do PIB da Nova Zelândia é resultante da exportação, e o plano é que essa fatia chegue a 40% até 2025, conforme o Business Growth Agenda, um conjunto de metas de crescimento definido em 2012 pelo país.

É fácil entender o desejo da Nova Zelândia de buscar a internacionalização de suas empresas. O país tem apenas 4,5 milhões de habitantes, 10% da população do Estado de São Paulo. Essa população pequena limita o avanço das empresas neozelandesas em seu mercado doméstico, por isso a procura pela internacionalização.

No Brasil, o maior interesse da NZTE é o agronegócio, um setor que segue crescendo a despeito das dificuldades na economia. O agronegócio, aliás, é também fundamental na Nova Zelândia. Com um rebanho de 6,4 milhões de vacas leiteiras, o país é o maior exportador mundial de produtos lácteos. Também se destaca na produção de ovinos, com um rebanho de 29,5 milhões de animais. Tem ainda 3,7 milhões de cabeças de bovinos de corte. Além disso, produz kiwis e os exporta para diversos países. 

O interesse da NZTE é tanto estimular a exportação direta de produtos de empresas da Nova Zelândia para o Brasil quanto o estabelecimento de negócios no mercado brasileiro. O trabalho da agência, explica Nádia Alcântara, gerente de desenvolvimento de negócios em agribusiness da NZTE, é apoiar as empresas de pequeno e médio portes da Nova Zelândia que querem entrar em outros mercados. 

Num primeiro momento, a NZTE faz um diagnóstico para saber se empresa está pronta para a internacionalização, por meio de informações como governança, estratégia e disponibilidade de recursos. Depois, define-se o mercado foco. A agência também dá suporte com informações, por exemplo, sobre legislação do país, regulamentações e mercado.

Hoje, no portfólio de companhias neozelandesas interessadas no Brasil há as de áreas como tecnologia para produção no campo, genética animal e de pastagem e manejo de fazendas (identificação eletrônica de animais e sistemas de ordenha, por exemplo). Há ainda empresas do segmento de equipamentos para processamento de alimentos (automação de linhas de abate e de refrigeração), além de empresas especializadas em manejo ambiental e gestão de efluentes. (As informações são do Valor Econômico)
 

 
Acordo entre Mapa e Apex reforça promoção do agronegócio brasileiro no exterior

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) assinaram nesta terça-feira (26) acordo de cooperação técnica que prevê uma série de ações para promover o agronegócio brasileiro no exterior e atrair investidores.

O acordo, assinado pela ministra Kátia Abreu e pelo presidente da Apex-Brasil, David Barioni Neto, terá duração de dois anos e orçamento de R$ 12 milhões. Setenta por cento dos recursos são da Apex-Brasil e 30%, do Mapa.

O objetivo é promover o alimento brasileiro no exterior, abrir mercados e consolidar os existentes. Foram selecionados os setores de carnes (bovina, suína e de aves) e derivados, produtos lácteos, pescados, frutas e sucos, grãos, café, alimentos e bebidas e máquinas e equipamentos.

O grupo alvo de países, blocos e regiões está entre os integrantes do Plano Nacional de Exportações e inclui China, Coreia do Sul, Oriente Médio, Estados Unidos, Rússia, Japão, União Europeia, África Subsaariana e Sudeste Asiático.

Segundo a ministra, a parceria faz parte de um programa ousado de promoção internacional dos produtos do agronegócio. "É uma estratégia inteligente para superarmos os momentos difíceis e que leva em consideração a nova realidade cambial do país. Ao manter uma demanda crescente para as empresas locais, a conquista de mercados estrangeiros promove a criação de empregos no Brasil e incentiva os investimentos".

Para o presidente da Apex-Brasil, a promoção comercial ajuda o Brasil a ser reconhecido como fornecedor confiável de alimentos. "É um forte instrumento de estímulo à competividade das empresas brasileiras", observa Barioni.

Ações
O acordo permitirá a realização de missões empresariais ao exterior, seminários e encontros com compradores no Brasil. Para a atração de investimentos, está prevista a criação de bancos de dados de investidores estrangeiros e de projetos no Brasil. Por meio do acordo, também será desenvolvido um serviço de relacionamento com possíveis empresários interessados em investir no país. Além disso, a cooperação possibilitará organizar missões internacionais do Ministério da Agricultura. A parceira ainda prevê estudos com informações de mercado para subsidiar os setores envolvidos nas missões empresariais e nos encontros com compradores estrangeiros no Brasil. Essas análises também poderão ser úteis para se dimensionar o impacto de acordos comerciais sobre o agronegócio brasileiro.

O setor agrícola vem comemorando a abertura e a ampliação de mercados internacionais. Apenas no primeiro trimestre deste ano, a cadeia produtiva registrou saldo positivo de US$ 17 bilhões, um aumento de 8,7% em comparação ao mesmo período de 2015. Em março passado, quando o país registrou o recorde mensal da série histórica, iniciada em 1997, as exportações do agronegócio totalizaram US$ 8,35 bilhões e representaram 52,2% das vendas externas totais do Brasil. (MAPA)


Uruguai registra queda na produção de leite e a previsão é de mais reduções

No primeiro bimestre de 2016, a captação de leite no Uruguai foi de 261,4 milhões de litros, 147,7 milhões captados em janeiro e 113,6 milhões em fevereiro. Esse volume representa uma queda de 10% com relação ao mesmo período de 2015, segundo dados do Instituto Nacional do Leite (Inale) do país.

O presidente do Inale, Ricardo de Izaguirre, disse que é provável que o clima, com períodos de seca e chuvas abundantes em outros períodos, tenha impactado nisso. Embora o tema não tenha sido analisado profundamente pelos técnicos do Inale, ele disse também que é provável que o fechamento de algumas fazendas leiteiras, sobretudo de algumas de maior escala, tenha impactado em uma menor produção.

O envio de leite às plantas da bacia leiteira integrada por San José e Colonia será afetado como consequência do excesso de chuvas e os problemas provocados nas estradas, além das dificuldades sanitárias. "As vacas não podem pastorear e cairá mais a captação de leite pela indústria. Além disso, afetará também a qualidade do leite captado", disse o presidente da Associação Nacional de Produtores de Leite (ANPL), Rodolfo Braga. O excesso de barro causa problemas de infecção nos úberes e isso afeta a qualidade do leite produzido.

Braga disse que também estão se complicando as parições, porque "o excesso de barro no pré-parto gera um episódio de estresse importante nas vacas e outros problemas". (As informações são do El Observador e do El País Digital, traduzidas pela Equipe MilkPoint)


SIMQL

A Secretaria do Produtor Rural e Cooperativismo (SPRC) e a Embrapa Gado de Leite (CNPGL) realizaram, hoje, uma reunião técnica, para lançamento do software SIMQL (Sistema de Inteligência e Monitoramento da Qualidade do Leite). É mais um instrumento a ser integrado ao Programa Leite Saudável, elaborado pela Embrapa Gado de Leite, que visa coletar dados sobre a qualidade do leite no Brasil.

O SIMQL analisará os dados sobre a qualidade das amostras do leite que o produtor envia aos laboratórios da rede que compõem o Plano Nacional da Qualidade do Leite. A ferramenta desenvolvida pela CNPGL gerenciará um banco de dados que poderá ser acessado até de um celular, e obter informações sobre a qualidade do leite por macro, ou microrregião, por cidade, por SIF, ou por produtor. Está previsto o lançamento em maio de 2016, e muito em breve os dados estarão disponíveis para o governo, empresas, universidades, e centros de pesquisa, com os quais o setor leiteiro poderá elaborar políticas públicas e interagir com outros dados da produção de leite.

O setor privado, aplica, hoje, milhões de reais para treinar o produtor visando a melhoria da qualidade, e cerca de 200 empresas já aderiram ao Programa Mais Leite Saudável. O SIMQL possibilitará avaliar a evolução desse enorme esforço do setor privado. As entidades presentes à reunião técnica, dentre elas o G100, pedem que se fortaleça o projeto, estabelecendo a coordenação através de uma Parceria Público-Privada. E que esse projeto seja apenas o início de uma nova era para a cadeia láctea, que precisa trabalhar intensivamente a questão da qualidade. Inicialmente serão 10 laboratórios, no país inteiro, que farão análise das amostras. Esse esforço visa preparar o setor lácteo para exportar. Algumas etapas estão definidas. E uma delas é a reativação do PNQL (Plano Nacional de Qualidade do Leite), lançado em 1996, mas, que nunca foi efetivo. É preciso estabelecer parâmetros de qualidade, programas de sanidade animal, disponibilizar assistência técnica e linhas de financiamento. Isto tem por objetivo dar subsídios para revisão da IN 62, que foi estabelecida em 2011, alterada em 2014, mas, não existem dados consolidados, nem informações cadastrais sobre os resultados da IN. O Brasil precisa atender os padrões de qualidade dos países desenvolvidos para fazer acordos bilaterais. Por isso o estabelecimento de um plano nacional de melhoria de qualidade e competitividade do leite brasileiro, é fundamental.  (Terra Viva)
 

Balança
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,035 bilhão na quarta semana de abril, com quatro dias úteis. Este valor é resultado de exportações de US$ 3,241 bilhões e importações de US$ 2,206 bilhões. Em abril, até a quarta semana, as exportações somam US$ 11,573 bilhões e as importações, US$ 7,990 bilhões, com saldo positivo de US$ 3,583 bilhões. No acumulado do ano, as exportações totalizam US$ 52,146 bilhões e as compras no exterior foram de US$ 40,175 bilhões, o que resultou em um superávit de US$ 11,971 bilhões. Na quarta semana de abril, a média das exportações foi de US$ 810,1 milhões, valor 6,9% maior do que a média até a terceira semana do período (US$ 757,5 milhões), devido ao aumento nas exportações de produtos manufaturados (20%) - em razão de automóveis de passageiros, tubos flexíveis de ferro e aço, torneiras, válvulas e partes, autopeças, motores para automóveis, etanol. Entretanto, houve queda nas vendas de produtos semimanufaturados (-0,7%) - por conta de açúcar em bruto, semimanufaturados de ferro e aço, ouro em forma semimanufaturada, ferro fundido, alumínio em bruto - e de básicos (-0,3%) - devido a soja em grãos, carne de frango, minérios de cobre, carnes salgadas, miudezas de animais, tripas e buchos de animais. (MDIC)

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