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19/02/2016

 

Porto Alegre, 19 de fevereiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.208

 

     Exportações de lácteos dos EUA quebram ciclo de cinco anos de crescimento

Enfrentando o mercado global mais fraco em mais de uma década, as exportações de lácteos dos Estados Unidos declinaram em 2015, quebrando um ciclo de cinco anos consecutivos de expansão. As exportações totalizaram US$ 5,24 bilhões no ano passado, 26% a menos que o nível recorde de 2014. O volume total exportado caiu 8%, para 1,65 bilhão de quilos de sólidos do leite (base de sólidos totais). O volume exportado representou 14% da produção de leite dos Estados Unidos em 2015, menos que os 15,3% em 2013-14.

 

Uma combinação de fatores se uniram para alterar o balanço entre oferta e demanda no ano passado, criando um ambiente altamente competitivo: a demanda por leite em póda China caiu; a Rússia proibiu produtos lácteos da Europa; e a oferta de leite na Europa cresceu dramaticamente quando as cotas de produção chegaram ao fim. Ao mesmo tempo, os problemas no porto da Costa Oeste prejudicaram as vendas dos Estados Unidos no começo do ano e a forte demanda doméstica manteve os preços por queijos e gordura do leite nos EUA acima dos valores do mercado mundial.

Como resultado, os exportadores perderam participação nos principais mercados da Ásia e da região do Oriente Médio/África do Norte, em quase todos os segmentos de produtos. Dessa maneira, os fornecedores focaram em vendas de leite em pó desnatado e queijos ao México, América do Sul e Caribe. As exportações totais de leite em pó desnatado, de fato, alcançaram um novo recorde, de 559.735 toneladas no ano passado. A maioria das outras categorias, entretanto, registrou quedas.

"Durante a última década, o mercado mundial de lácteos foi primariamente um mercado de compradores, favorável aos exportadores dos Estados Unidos. O ano de 2015 foi mais um mercado de vendedores e 2016 deverá se manter assim", disse o presidente do Conselho de Exportadores de Lácteos dos Estados Unidos (USDEC), Tom Suber. "Os fornecedores dos Estados Unidos precisam entender que agora isso pode ser normal por enquanto e que precisarão ser particularmente agressivos para competir com os exportadores da Europa e da Oceania".

Em longo prazo, entretanto, o USDEC está confiante de que a demanda global por lácteos novamente pressionará as ofertas de leite disponíveis. "Isso deverá trazer maiores preços e uma retomada no aumento das exportações aos fornecedores dos Estados Unidos", disse Suber. (As informações são do blog do USDEC, traduzidas pela Equipe MilkPoint)
 
  
 
Retração do leite no exterior deve limitar alta doméstica

A forte queda nos preços do leite em pó no mercado internacional, que se acentuou recentemente, tende a limitar a valorização das cotações ao produtor no Brasil, embora o cenário seja de menor oferta interna de matéria-prima. O motivo é que, com as atuais cotações internacionais, até mesmo o leite em pó de países de fora do Mercosul ficou mais competitivo para entrar no mercado brasileiro, segundo especialistas e indústrias.

No último leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), referência para os preços de lácteos no mercado internacional, na terça-feira, a cotação do leite em pó ficou em US$ 1.890 por tonelada, quase 42,3% inferior aos US$ 3.272 de igual período de 2015. O recuo reflete um ambiente de aumento da produção na União Europeia e nos EUA e de retração da demanda de China e Rússia.

Nesse patamar registrado no leilão, o leite em pó importado dos EUA - por US$ 2.400 a tonelada, acrescendo a Tarifa Externa Comum (TEC) para produto de fora do Mercosul de 28% e considerando um dólar a R$ 4,00 - teria um preço equivalente, em leite fresco a R$ 1,19 o litro, colocado na indústria no Brasil, segundo os cálculos de Valter Galan, analista do MilkPoint, consultoria especializada em lácteos. O valor, observa, é muito próximo do que se vê no mercado brasileiro hoje. Para chegar ao valor equivalente do leite fresco no mercado interno, Galan considera o custo do leite em pó importado colocado no Brasil, menos o custo de industrialização e o uso de 8,2 litros de produto fluido para cada quilo de leite em pó produzido.

No caso da matéria-prima nacional colocada na indústria, o valor está entre R$ 1,10 e R$ 1,12, conforme a consultoria. Em outro exemplo de importação, o leite do Mercosul chegaria com valor equivalente a R$ 1,15 por litro colocado na indústria. "Apesar do dólar, os preços internacionais baixos deixam o leite importado competitivo", afirma Galan. "Se o dólar se mantiver no patamar de R$ 4,00, ao preço que está o mercado internacional, se estabelece um limite até onde pode ir o valor [do leite] no mercado doméstico", concorda Laércio Barbosa, do Laticínios Jussara.

Redução de investimentos na produção por causa do alto custo dos grãos eproblemas climáticos em bacias leiteiras estão limitando a oferta brasileira de leite. A estimativa do MilkPoint é de que tenha havido queda de 3% a 3,5% em 2015, em relação à produção de 24,747 bilhões de litros do ano anterior. Diante dessa redução que persiste, laticínios nacionais já está pagando mais pela matéria-prima, assim como o consumidor pelo produto final. Nas negociações do chamado spot (entre laticínios), o preço médio no Brasil, ficou em R$ 1,29 por litro nesta segunda quinzena de fevereiro. Era de R$ 1,22 na primeira quinzena do mês, segundo acompanhamento do MilkPoint. Um mês antes, estava em R$ 1,08.

Embora a produção esteja em queda no Brasil e o leite importado possa ser uma opção para empresas de alimentos ou mesmo laticínios, no atual cenário, analistas e indústrias lembram que a demanda doméstica também está fraca.

Até por isso, Marcelo Costa Martins, diretor-executivo da Viva Lácteos (que reúne empresas do segmento), não vê "possibilidade de crescimento significativo de importações pois não há aumento da demanda interna". Ele considera que as empresas devem importar para suprir suas necessidades. Mas como a oferta interna de leite é menor, o preço não deve cair no curto prazo.

Já as exportações de lácteos do Brasil estão menos competitivas. E os volumes caem. Em janeiro, foram embarcadas 3 mil toneladas, por US$ 10 milhões. Haviam sido 5 mil em dezembro de 2015, com receita de US$ 17 milhões. Já as importações somaram 8 mil toneladas (por US$ 21 milhões) em janeiro ante 12 mil toneladas (US$ 29 milhões) em dezembro do ano passado. (As informações são do Valor Econômico)

FAO X Embrapa 

Uma das mais importantes agendas para o ano de 2016 se concretizou na terça-feira (16/02) na Embrapa. A unidade em Pelotas/RS, Embrapa Clima Temperado, apresentou sua carteira de projetos de pesquisa agropecuária em suas três bases físicas - Sede, Estação Experimental Terras Baixas (ETB) e Estação Experimental de Cascata(EEC), que compõem a infraestrutura de apoio a pesquisa, desenvolvimento e inovação da Unidade - além de realizar visitas às áreas experimentais e laboratórios, que contemplam as cadeias produtivas e os diversos temas estratégicos de atuação ao representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO no Brasil, Alan Bojanic.

O diretor-executivo de Transferência de Tecnologia (TT) da Empresa, Waldyr Stumpf Júnior, e o chefe do Departamento de Transferência de Tecnologia (DTT), Fernando do Amaral Pereira, estiveram junto à comitiva de trabalho composta por chefes, assessores e equipe da unidade local. A FAO é o principal órgão das instituições internacionais para o combate à fome no mundo. A programação foi densa e considerada pelo visitante como estratégica para conhecimento e melhor articulação e integração entre a Embrapa e a FAO. (Embrapa)

Software
No dia 22 de março, durante o IV Simpósio em Produção Animal e Recursos Hídricos, o pesquisador Ronaldo Vibart, da Nova Zelândia, apresenta o software de gestão de qualidade de água e nutrientes, o Overseer®. Este programa é considerado um avanço na área agrícola. A ferramenta auxilia produtores rurais no manejo e gestão estratégica dos recursos naturais, nutrientes e resíduos das produções pecuárias. Além disso, minimiza as perdas de nutrientes para o meio ambiente. O pesquisador neozelandês conta que a escala e a intensificação da pecuária em seu país, particularmente a de bovinos de leite, tem sido um fator de pressão sobre os recursos naturais. Com isso, a quantidade e qualidade das águas que drenam a paisagem da Nova Zelândia têm sido tema de crescente preocupação e debate na sociedade. O programa Overseer® se tornou uma ferramenta importante para os conselhos regionais, pois auxilia na gestão da qualidade de água. O software está disponível gratuitamente on-line para agricultores, consultores e assessores da indústria. (Embrapa)
 

 

    

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