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13/01/2016

         

Porto Alegre, 13 de janeiro de 2016                                                Ano 10- N° 2.184

 

  Sindilat busca alternativas para ampliar competitividade do lácteo gaúcho

O presidente do Sindilat/RS, Alexandre Guerra, reuniu nesta quarta-feira (13/01) representantes tributários das empresas associadas para estudar alternativas que possam auxiliar na recuperação da competitividade do setor lácteo gaúcho. O encontro discutiu as perspectivas para o Rio Grande do Sul, tendo em vista as barreiras que o Paraná criou para a entrada de produtos lácteos de outros estados. "Precisamos conquistar a isonomia fiscal para mantermos a competitividade do produto gaúcho, principalmente, em relação ao leite UHT", avalia Guerra. 

Desde o dia primeiro de janeiro, o Paraná incluiu o leite longa vida (UHT) no regime da substituição tributária, favorecendo os laticínios estaduais e consequentemente impactando no aumento do preço do produto oriundo de outros estados, como o Rio Grande do Sul. Atualmente, o setor lácteo gaúcho exporta 60% da sua produção para outros estados. "Esse cenário, que inclui além do Paraná também São Paulo e Rio de Janeiro, inviabiliza o crescimento do setor gaúcho", disse Guerra. 

Para o Secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, é necessário que o Rio Grande do Sul reaja com ações eficazes. "O setor lácteo gaúcho corre o risco de perder a segunda colocação de produtor de leite do país caso não promova contrapartidas para manter a competitividade do produto gaúcho", disse. (Assessoria de Imprensa Sindilat)
 
 
Cooperativa Languiru certifica outras 17 propriedades que participaram do programa Boas Práticas na Fazenda

A Cooperativa Languiru certificou recentemente outras 17 propriedades rurais de associados que participam do programa Boas Práticas na Fazenda (BPF). Na ocasião foram reconhecidas propriedades com produção de leite em Estrela, Westfália, Paverama, Mato Leitão, São Pedro da Serra, Colinas, Santa Cruz do Sul e Arroio do Meio. Com essas, já são 45 propriedades certificadas desde abril de 2015. A iniciativa da cooperativa busca orientar os produtores de leite associados a adotarem procedimentos e controles que contribuem para aumentar a qualidade e a segurança do leite. A entrega de certificados às famílias de associados ocorreu em solenidade na sede administrativa da Languiru, em Teutônia, e contou com a presença do vice-presidente da cooperativa, Renato Kreimeier, do coordenador do Setor de Leite do Departamento Técnico da Languiru, Fernando Staggemeier, e do assistente administrativo da Indústria de Laticínios, Tiago Weimer. Para Staggemeier, essas 45 propriedades servem de exemplo, neste programa que é pioneiro entre as cooperativas gaúchas. "A certifica- ção é um momento especial para a Languiru e para os associados, que dão um passo à frente na produção de leite de qualidade, o qual chega à mesa dos consumidores. Somos a primeira cooperativa do Rio Grande do Sul a aderir a esse programa de qualidade", destacou Staggemeier. 

Hoje, cerca de 15% do volume total de produção de leite destinado à indústria de laticínios da Languiru têm origem em propriedades de associados certificadas pelo BPF. "Essas propriedades podem ser consideradas a 'elite' de produtores em termos de qualidade. Todas as propriedades receberam pontuação elevada na avaliação realizada pela auditoria, servindo de modelo para o programa. Para a empresa terceirizada que realiza essa auditoria para certificação, as propriedades dos associados da Languiru são as melhores encaminhadas e mais organizadas", acrescentou Staggemeier. Atualmente a indústria de laticí- nios da Languiru capta 410 mil litros de leite por dia de propriedades de seus associados em aproximadamente 70 municípios. O vice-presidente Renato Kreimeier destacou a histórica de bonificação por qualidade no pagamento do leite aos associados da Languiru e comentou sobre o atual cenário econômico brasileiro. "A eficiência produtiva e o uso de ferramentas de gestão na cooperativa e nas propriedades rurais de nossos associados é essencial para enfrentar o atual momento econômico brasileiro conturbado. Assim como foi o último ano, 2016 deve ser complicado, com a credibilidade brasileira abalada. Por isso o profissionalismo, em qualquer que seja a atividade, é fundamental para a sustentabilidade", disse. Para Kreimeier, a cadeia produtiva do leite exige que, cada vez mais, se pague por qualidade ao invés de volume de produção. "É nesse quesito que o programa Boas Práticas na Fazenda está focado. A cooperativa busca constantemente o profissionalismo em todos os setores, com a produção de alimentos de qualidade. Juntos, estamos construindo uma marca forte, de uma cooperativa que valoriza as pessoas", concluiu. 

O associado Valmor Brockmann, representando a certificada Granja Brockmann, de Linha Schmidt Alta, município de Westfália, elogiou a iniciativa da Languiru. "O programa Boas Práticas na Fazenda veio em benefício dos próprios associados. Na propriedade da família foram realizadas algumas melhorias que não nos dávamos conta no dia a dia. São ações muito importantes para a qualidade dos produtos da Languiru", elogiou ao final do evento, ele que é associado da cooperativa desde 1984. Nesta quarta etapa do programa BPF foram certificadas a Propriedade Goldmeier e as granjas Brockmann, Pott, Goldmeier, Brune e Dois Umbus, de Westfália; Meinerz, Fell, Zwirtes e Decker, de Estrela; Fritzen e Gass, de Santa Cruz do Sul; Reckziegel, de Paverama; Vortmann, de São Pedro da Serra; Heinen, de Mato Leitão; Petry, de Arroio do Meio; e Fröder, de Colinas. O programa de Boas Práticas na Fazenda da Cooperativa Languiru avalia 53 itens das propriedades leiteiras. Entre esses estão capacitação dos ordenhadores, destinação de dejetos, utilização de drogas veterinárias, limpeza e manutenção de equipamentos, armazenamento do leite, bem-estar animal, qualidade da água, manejo sanitário e alimentação do rebanho. Seu propósito é providenciar padrões mínimos para as operações nas propriedades rurais que fornecem leite cru à Indústria de Laticínios da Languiru, assegurando o fornecimento de um leite com mais qualidade e segurança de forma sustentável. Com a Certificação BPF, o produtor recebe como bonificação o acréscimo de R$ 0,02 por litro de leite no período de um ano, até a próxima auditoria externa, realizada por empresa terceirizada. Mais informações sobre o programa podem ser obtidas com o setor de leite do departamento técnico da Languiru. (Jornal do Comércio)

SP: práticas simples economizam 30% de água em sala de ordenha, destaca Embrapa Pecuária Sudeste

Manejos simples, mudança de hábitos e qualificação da mão de obra podem economizar até 30% de água em instalações de ordenha. Foi o que descobriu uma pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste (SP) que durou 18 meses. O objetivo foi quantificar o consumo para melhorar a eficiência do uso da água no processo de ordenha, promovendo a gestão do recurso.

O maior consumo de água em uma sala de ordenha ocorre na limpeza das instalações. Em média, 48% da água é usada para lavagem do piso, 37% durante o processo de ordenha e limpeza dos equipamentos, e apenas 10% destinam-se ao consumo pelos animais.

Os dados são de pesquisa realizada no Sistema de Produção de Leite. De acordo com o pesquisador Julio Palhares, conhecer as quantidades gastas possibilita que o produtor faça um planejamento em busca de eficiência hídrica, seja na sala de ordenha ou na fazenda.

Raspagem do piso, uso de água sob pressão, substituição de mangueira de fluxo contínuo por modelo de fluxo controlado, manutenção do piso e programa de detecção de vazamentos são medidas eficazes de economia de água, de acordo com os pesquisadores. Com pouco investimento, o produtor de leite pode economizar água, energia elétrica e dinheiro e, ainda, fazer com que a produção agropecuária seja hidricamente sustentável. Além dessas práticas, há outras medidas como a reutilização da água da lavagem da sala de ordenha para fertirrigação, instalação de hidrômetros e sistema de captação da água da chuva.

Em Descalvado, município a 250 km de São Paulo, a Fazenda Agrindus reaproveita os efluentes gerados na limpeza das instalações para a fertirrigação. De acordo com o proprietário Roberto Jank Junior, atualmente economiza-se cerca de 30% de água por unidade produzida. "Utilizamos, aproximadamente, 10 litros de água por litro de leite, porém com 100% de reúso em irrigação de alimentos que retornam ao gado", explica.

Jank também aderiu à captação de água da chuva, reúso integral de águas servidas e irrigação noturna para fazer a gestão adequada e consciente dos recursos hídricos. Na propriedade, os telhados têm calhas de captação e condutores da água da chuva,  utilizada na lavagem dos galpões. A limpeza das instalações também era o local de maior consumo de água na fazenda, segundo ele. Para reduzir esse gasto, a água da chuva foi a solução encontrada.

Além disso, a água da limpeza vai para a fertirrigação das plantas. "Toda a água de limpeza dos confinamentos de vacas, novilhas e bezerras é captada. Após passar por uma peneira, onde se retira parte do esterco sólido, a água passa por lagoas de tratamento, com retenção de aproximadamente 20 dias para, a seguir, fertirrigar uma área de agricultura e capim. A lâmina de água e os nutrientes aplicados são monitorados continuamente", explica Jank.

O produtor de leite Junior Saldanha, de São Carlos, com uma medida simples gerou economia de 60 mil litros de água ao mês, aproximadamente. Ele deixou a lavagem diária com água do piso da sala de ordenha e do local de espera das vacas. Hoje a sujeira é raspada e o piso é lavado esporadicamente. Para 2016, Saldanha tem mais dois projetos relacionados à gestão sustentável da água. Serão instaladas calhas no galpão da sala de ordenha para captação pluvial e placas para aquecimento solar, para esquentar a água usada na limpeza dos equipamentos.

Pesquisa
Na sala de ordenha da Fazenda Canchim, em São Carlos, sede da Embrapa Pecuária Sudeste, pesquisas em eficiência hídrica foram iniciadas em maio de 2014 e envolvem a validação de manejos, processos e tecnologias para melhor gestão do recurso natural.

Para medir a quantidade consumida, foram instalados três hidrômetros no local. O uso dos equipamentos auxilia no manejo hídrico e evita desperdícios de água. Segundo Palhares, desde a instalação dos hidrômetros, foi possível economizar cerca de 200 litros de água ao dia apenas no manejo das ordenhadeiras e mangueiras. O pesquisador destaca que a economia gerada é equivalente à quantidade de água consumida pelos animais antes e depois do processo de ordenha. Portanto, reduziu-se o consumo do recurso natural e o custo de captação e distribuição da água.

A leitura dos hidrômetros é diária. São monitorados os bebedouros, a água usada na limpeza do piso e a consumida na ordenha e no armazenamento do leite. O sistema possui atualmente 60 vacas em lactação com produção média de 20 kg de leite ao dia.

O maior consumo ocorre na lavagem do piso, que apresenta uma média diária de 1.487 litros. O máximo aferido até agora foi de oito mil litros. Para o pesquisador, a variação no número de animais na ordenha e a consequente maior disposição de fezes e urina influenciaram. Na sala de ordenha, o consumo médio é de 1.196 litros diariamente, chegando ao máximo de 4.453. "O grande consumo nesse setor justifica-se pelo tipo de manejo sanitário. Há dias em que ocorre a lavagem completa da sala, utilizando-se maior quantidade de água. A capacitação do funcionário em seguir os padrões operacionais adequados também influencia", explica. Nos bebedouros, a média é de 332 litros ao dia. A quantidade máxima verificada em um dia foi de 1.780 litros. Nesse caso, os fatores que interferem são temperatura ambiente e da água, tipo de manejo a que os animais foram submetidos e vazamentos no sistema.

Boas práticas na produção leiteira
A Embrapa recomenda algumas ações para o produtor fazer uma gestão da água eficiente na propriedade e reduzir possíveis impactos negativos no uso dos recursos hídricos. As práticas foram baseadas em experiências internacionais e nacionais, considerando a realidade da produção leiteira brasileira e de bem-estar animal.

A qualidade da água para consumo dos bovinos deve ser boa e avaliada constantemente, com frequência mínima anual. Os principais problemas de qualidade são relacionados à salinidade, alcalinidade e presença de nitratos e compostos tóxicos, que podem prejudicar a saúde dos animais.

Os produtores devem manter os bebedouros limpos. O ideal é a limpeza diária, sendo que o intervalo entre lavagens nunca deve ser superior a três ou quatro dias.

Como regra prática, uma vaca leiteira necessita de quatro litros de água para produzir um quilo de leite. O monitoramento do consumo de alimentos é uma alternativa para controlar o de água. "A diminuição do consumo de alimentos pode indicar queda na ingestão de água. Se o consumo de água cair, o produtor deve fornecer o recurso natural de uma fonte reconhecidamente boa. Se os animais voltarem a se alimentar normalmente, há grande chance de haver problemas de qualidade com a fonte regular de água, e, nesse caso, é preciso enviar uma amostra ao laboratório para análise", destaca o pesquisador.

Outra recomendação é não permitir que o gado beba água de rios, córregos, lagos e lagoas de forma direta. Os poços precisam estar fechados, para evitar a contaminação. A construção deve ser no ponto mais alto da propriedade, fora de áreas de enchentes e com distância adequada de fontes de poluição, como pocilgas, estábulos e fossas.

A instalação de hidrômetros é uma forma prática de monitorar a ingestão pelos animais e o gasto geral de água. É necessário que o produtor realize a manutenção do sistema de condução para manutenção da limpeza e eliminação de vazamentos.

Utilizar mangueiras que possibilitem o controle da vazão e o fechamento do fluxo. O ideal é o uso de equipamentos de água sob pressão. Para Julio Palhares, a informação e o conhecimento determinam a qualidade dos manejos e a capacidade de internalização de boas práticas. (Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste)

 
 

Fundesa e secretaria renovam convênio

Foi renovado ontem convênio entre o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa) e a Secretaria da Agricultura. Com validade até dezembro de 2020, o acordo permite a participação do Fundesa em ações de desenvolvimento de defesa sanitária animal no Estado. Nos dez primeiros anos de convênio, foram aplicados R$ 16 milhões. (Correio do Povo)

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