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10/12/2015

Porto Alegre, 10 de dezembro de 2015                                                 Ano 9 - N° 2.165 

   Lançamento do AVISULAT - Setores debates desafios das cadeias produtivas para 2016

Investir em tecnologia e sanidade animal, aumentar a produtividade, ampliar os mercados e fortalecer a imagem do leite são alguns dos desafios listados pelo presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, para 2016, durante o lançamento da 5ª edição do AVISULAT, que ocorreu na manhã desta quinta-feira (10/12), na Fiergs, em Porto Alegre. No AVISULAT - Congresso e Feira Brasil Sul de Avicultura, Suinocultura e Laticínios, que será realizadao entre os dias 22 e 24 de novembro de 2016, serão discutidas a situação das cadeias produtivas de aves, suínos e laticínios. 

Segundo Guerra, o primeiro semestre do próximo ano promete ser complicado para o setor, visto o aumento nos custos de produção. "Por trás da indústria láctea, nós temos mais de 100 mil famílias no campo que precisam se manter", ressaltou. Na ocasião, o economista da Unidade de Estudos Econômicos do Sistema FIERGS, Oscar Frank Junior, destacou que o aumento da energia elétrica em 52,3% e de combustíveis em 17,7% impactou diretamente nesse custo. De acordo com o economista, o aperto monetário, a inflação e a instabilidade política foram responsáveis pela queda de confiança e investimentos na indústria, no setor de serviços e também para o consumidor. 

Além do Sindilat, o encontro reuniu os presidentes da ASGAV, SIPS e FIERGS, o secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo, e outros representantes da indústria. Foram apresentados, ainda, os preparativos para a edição 2016 do AVISULAT. A proposta do evento é promover novos negócios, apresentar inovações e ampliar o debate sobre as principais demandas dos setores. Durante o encontro, Ernani Polo destacou a importância de criar espaços para debater as dificuldades e conquistas de cada setor. "Ações integradas, como o AVISULAT, precisam ser promovidas, pois é por meio da construção coletiva que iremos encontrar as melhores saídas para enfrentar as dificuldades impostas pelo cenário político e econômico do país", disse. (Assessoria de Imprensa Sindilat)


Presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, falou sobre os desafios do lácteo gaúcho
Crédito: Vinicios Sparremberger
 
 
 
De acordo com USDEC, excedente de lácteos pode estar em 400.000 toneladas em todo o mundo

O mercado de lácteos está mais do que adequadamente abastecido em 2016, à medida que há cerca de 400.000 toneladas de excedente em produtos lácteos no mundo, a maioria na forma de leite em pó, de acordo com o Conselho de Exportações de Lácteos dos Estados Unidos (USDEC). O vice-presidente executivo de estratégias e insights do USDEC, Marc Beck, disse que grande parte do leite da Europa foi transformado em pó durante esse período de excesso de produção.

Na China, onde Beck disse que é difícil calcular os números, o crescimento daprodução de leite no país deverá manter a boa oferta. Beck falou durante um webinário recente do USDEC. Para que o mercado de lácteos veja uma recuperação, terá que haver uma construção sustentada dos preços, que permitirá que margens atrativas retornem aos produtores. Em seu "cenário perfeito", Beck disse que haverá a necessidade de ter piso de preços equivalentes a US$ 3.000 por tonelada, para ter uma recuperação real.

"Precisamos que os mercados voltem ao equilíbrio", disse ele. "Uma das coisas que estamos sentindo é que os mercados hoje parecem altamente sensíveis, considerando a tensão pela qual a cadeia de abastecimento está passando agora. Isso resistirá a alguma volatilidade contínua. É um mercado altamente emocional". O mercado de lácteos é sensível, disse Beck, de forma que haverá "solavancos" ao longo do caminho para a recuperação. A recuperação real, disse ele, provavelmente não acontecerá até o terceiro ou quarto trimestre de 2016.

"Eu acho que também precisamos ver uma expansão mais forte da demanda que pode ajudar a levantar o que o mercado perdeu, da China e da Rússia. Essas são grandes questões; por essa razão, acho que provavelmente teremos que passar pelo primeiro e pelo segundo trimestre antes de começarmos a ver algumas mudanças de preços". Beck acredita que os preços do queijo retornando ao normal é tão importante quando os preços dos produtos em pó para o mercado de lácteos. Os preços globais dos queijos estão abaixo da média agora. Os preços, que tiveram uma média dos últimos 10 anos de US$ 3.865 por tonelada, estão atualmente em cerca de US$ 3.000. "Teremos que ver mais expansão no setor de fast food e de serviços alimentícios que podem acabar aumentando os níveis dos preços".

Alan Levitt, vice-presidente de comunicações do USDEC, disse que a proteína continuará importante em um futuro previsível, embora tenha permanecido fraca no último ano e meio. Entretanto, Levitt disse que a população ainda está aumentando e isso será área de foco para os produtores de leite. Beck disse que a proteína do soro do leite, em particular, pode ter grandes conversões no mercado global. (As informações são do Dairy Reporter)

Reação nas exportações do campo

Contrariando uma tendência de queda que deu o tom desde janeiro, as exportações brasileiras do agronegócio cresceram em novembro. Nos 11 primeiros meses do ano ainda houve recuo, puxado pelas quedas das cotações internacionais de boa parte das commodities agrícolas vendidas pelo país no exterior. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic) compilados pelo Ministério da Agricultura, os embarques do setor somaram US$ 6,6 bilhões no mês passado, 8,2% mais que em novembro de 2014. Na comparação, as importações caíram 20,3%, para US$ 993 milhões. Assim, o superávit setorial subiu 15,5%, para US$ 5,6 bilhões.

 

De acordo com Tatiana Palermo, secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do ministério, "o aumento das exportações só não foi maior por causa da queda, quase generalizada, dos preços médios dos principais produtos de exportação do agronegócio". No caso do "complexo soja" (inclui grão, farelo e óleo), que geralmente lidera o ranking das exportações do agronegócio brasileiro, as vendas externas aumentaram 68% em novembro sobre o mesmo mês de 2014, para US$ 1,1 bilhão. 

O item mais vendido nessa lista, a soja em grão, rendeu US$ 551 milhões, ante US$ 80,9 milhões em novembro do ano passado. As exportações de óleo de soja e as de farelo foram menores ¬ 7,6% e 7,4%, respectivamente. As exportações de carnes caíram 9,7% em novembro, para US$ 1,3 bilhão, as de açúcar e etanol diminuíram 5,2%, para US$ 780 milhões, e as de café caíram 18,7%, para US$ 498,3 milhões. Dentre os itens que tiveram resultado positivo em relação ao mesmo mês de 2014 estão os produtos florestais (US$ 813 milhões, alta de 7,9%) e os cereais, farinhas e preparações (US$ 862 milhões, alta de 46%), grupo puxado pelo milho. Principal mercado para as exportações brasileiras do agronegócio, a China importou US$ 836 milhões em novembro, aumento de 77,5% frente ao mesmo mês de 2014. 

Nos primeiros 11 meses do ano, as vendas externas do agronegócio nacional caíram 9,6%, para US$ 81,4 bilhões. As importações renderam US$ 12,2 bilhões, uma queda de 20,8% nesse período, e o superávit setorial caiu 7,3%, para US$ 69,18 bilhões. No intervalo, as exportações de soja e derivados recuaram 12%, para US$ 27,1 bilhões, enquanto as de carnes caíram 15,6%, para US$ 14 bilhões, e as de açúcar e etanol diminuíram 20%, para US$ 7,5 bilhões. No caso dos produtos florestais houve alta de 3,6%, para US$ 9,4 bilhões. (Valor Econômico)
 

Classe Rural terá desconto
A presidente Dilma Rousseff sancionou a medida provisória 688, que prevê novos descontos para bandeiras tarifárias aplicadas a consumidores da classe rural. Estão incluídas as cooperativas de eletrificação rural que fornecem energia para irrigação e aquicultura. "As bandeiras não serão mais cobradas da classe rural", simplifica o diretor financeiro da Federarroz, Gustavo Thompson Flores. No entanto, ainda é necessário aguardar que a Aneel regulamente a medida. Em nota, a Casa Civil informou que, por outro lado, irá onerar os demais consumidores de energia que ratearão o valor correspondente ao desconto concedido na bandeira tarifária à classe rural. (Correio do Povo)
 

 

    

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