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08/12/2015

         

Porto Alegre, 08 de dezembro de 2015                                                 Ano 9 - N° 2.163

 

 Projeto associativo de ordenha robotizada será inaugurado em Nova Bréscia

A Dália Alimentos inaugura no dia 10 de dezembro o primeiro condomínio com ordenha robotizada executado de forma associativa. Instalado no município de Nova Brécia, o empreendimento, que teve o investimento de R$ 5 milhões, utiliza robôs na ordenha das vacas e tem capacidade para alojar 262 animais. É o único do Brasil e da América Latina constituído por pequenos produtores de leite associados. O evento ocorre a partir das 15h na sede do condomínio, localizado na linha Tigrinho Baixo. 

O projeto de produção associativa visa o aumento da produtividade e renda dos associados. Os produtores são sócios do condomínio e participam por meio da aquisição de cotas, variáveis de acordo com o número de animais alojados. Inicialmente, o condomínio opera com 115 vacas em lactação e 66 animais entre vacas secas e novilhas. Com produção inicial de 2,5 mil litros/dia, a estimativa é atingir 6,5 mil litros/dia em sua capacidade máxima. 

Trata-se do primeiro de um total de quatro empreendimentos que demandaram o investimento total de R$ 20 milhões. Os outros três projetos, localizados nos municípios de Roca Sales, Arroio do Meio e Candelária, ainda estão em fase de construção. Cada condomínio utiliza três conjuntos de robôs da marca DeLaval, importados da Suécia. Segundo a cooperativa, cada projeto integrará, em média, 15 famílias e 262 animais, totalizando 1.048 animais alojados e 60 famílias envolvidas diretamente na iniciativa.

Financiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, o valor foi utilizado para a aquisição de 12 conjuntos de robôs, além da edificação dos pavilhões com 120 metros de comprimento cada, silos, habitação para os funcionários, máquinas, equipamentos, programas e sistema de informática, entre outros. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
Legenda: Condomínio em Nova Bréscia será o primeiro a ser inaugurado no dia 10
Foto: Carina Marques
 
 
 
Prêmio Folha Verde destaca os melhores do setor primário 

Pessoas e instituições com atuação destacada no desenvolvimento do agronegócio gaúcho foram reconhecidas com o Prêmio Folha Verde, nesta segunda-feira (07/12). O mérito foi concedido pela Assembleia Legislativa, por meio da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo. Na 5ª edição, foram homenageadas pessoas, instituições e empresas em dez categorias. A solenidade ocorreu no Teatro Dante Barone, em Porto Alegre.   

Segundo o presidente da Comissão, Adolfo Brito, o prêmio valoriza o setor rural gaúcho, responsável por 40% do PIB gaúcho. "Dar valor a quem produz é dar valor a quem coloca o alimento na mesa de todos nós", afirmou. O presidente da Assembleia, Edson Brum, também prestigiou a solenidade, ressaltando a importância do setor primário no desenvolvimento do Estado. Os vencedores foram eleitos por uma comissão julgadora a partir de indicações de deputados estaduais.
 
Vencedores

-Agrícola: Tarcísio José Minetto, secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo do RS

-Pecuário: Associação Brasileira de Angus

-Florestal: Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (FZB/RS)

-Cooperativas Agrícolas: Sistema Ocergs - Sescoop/RS

-Sindicato de Empregados e Trabalhadores Rurais: Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS)

-Propriedade Agropecuária Modelo: Olivas do Sul Agroindústria Ltda.

-Mídia Agrícola: Programa Rio Grande Rural, Emater

-Reforma Agrária: Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS)

-Setor Público Agropecuário: Emater

-Agricultura Ecológica: Cooperação de Produtores Ecologistas de Garibaldi Ltda. (Coopeg)
(Assessoria de Imprensa Sindilat)
 


Legenda: Prêmio Folha Verde distinguiu pessoas, instituições e empresas com atuação em prol do setor primário e do desenvolvimento da economia gaúcha
Crédito: Marcelo Bertani/Agência ALRS

Estudo do Rabobank estima que consumo per capita de lácteos deve ficar estagnado no Brasil

Depois de uma década de crescimento expressivo, a demanda por lácteos está esfriando no Brasil. Um estudo do banco holandês Rabobank estima que o consumo per capita de lácteos deve ficar estagnado em 174 litros (equivalente leite) neste ano no país e cair para 170,7 litros em 2016. A recuperação deve começar a partir de 2017 - uma demanda per capita de 171,16 litros -, com a esperada retomada da atividade econômica.

Segundo o estudo, assinado por Andrés Padilla, analista sênior do Rabobank Brasil, a atual crise econômica no país - com desemprego crescente e inflação em alta - está impactando a renda real do brasileiro, um fator determinante para o crescimento do consumo desse tipo de produto. Com isso, as vendas de lácteos devem se retrair antes de se recuperar, de forma gradual, entre 2017 e 2020.


 
"Os efeitos da recessão vão continuar em 2016", afirma o analista. Conforme o banco holandês, a expectativa hoje é que economia brasileira tenha contração de 2,9% em 2015 e recue mais 1,4% no próximo ano.

Segundo o estudo, no fim de 2014, o consumo de lácteos no Brasil alcançou o equivalente a 174 litros per capita, um incremento de 32% sobre os 132 litros de 2005. O Rabobank aponta, entretanto, que o aumento da demanda não foi equilibrado durante a década passada. Entre 2005 e 2010, a taxa de crescimento anual foi de 3,7% e entre 2010 e 2015, ficou em 1,9%.

Padilla observa que o crescimento da renda real e da população tem uma correlação de 98% com o avanço do consumo de alguns alimentos, como lácteos. Assim, o menor crescimento da população e da renda a partir de 2010 explicam a desaceleração no consumo. Enquanto a real da renda avançou 3,5% por ano de 2005 a 2010, desacelerou para 2,7% de 2010 a 2014. A população também cresceu menos - o avanço foi de 1,1% ao ano no primeiro período e de 0,9% no segundo período. A previsão do IBGE é que cresça apenas 0,74% por ano no período 2015-2020. O envelhecimento da população também tem impacto no consumo de lácteos.

Segundo o analista, a correlação entre renda real e consumo de alimentos é forte em países de renda média baixa, como o Brasil. Naqueles de renda média maior, a situação é diferente. "As pessoas não vão consumir mais [lácteos] do que já consomem", afirma Padilla.

Ele acrescenta que nos últimos anos o consumo de lácteos no food service (restaurantes e lanchonetes) cresceu muito e que quando há redução da renda real "essa é a primeira coisa que as pessoas diminuem [as idas a restaurantes]".

Outros fatores explicam a desaceleração no crescimento do consumo de lácteos, de acordo com o estudo do Rabobank. A maturação do consumo em algumas categorias, em particular de leite fluido, é uma delas. O consumo de leite fluido hoje no Brasil é de 39 litros per capita, um volume superior à maioria dos outros países latino-americanos e não tão distante de níveis vistos em alguns países desenvolvidos, como a Itália (48 litros) e França (51 litros).

Além disso, como observa o estudo, 80% do consumo do leite fluido no Brasil ocorre no Sudeste e Sul, onde o volume per capita ficou em 53 litros e 63 litros, respectivamente em 2014. "Nesses níveis, há espaço limitado para o crescimento nessas duas regiões. Considerando que outras regiões do Brasil têm mercados dinâmicos e demografia diferente - nos quais o leite fluido é menos importante -, uma desaceleração no Sul e Sudeste não pode ser compensada pelo avanço em outra categoria", diz o estudo.

O Rabobank aponta ainda que outras categorias, como queijo e iogurte, "têm muito mais espaço para crescimento no Brasil e não enfrentam saturação em regiões importantes".

A avaliação é que as únicas categorias que devem registrar retração de 2015 a 2020 são leite pasteurizado e cru, que já vem numa trajetória de declínio de longo prazo. Essa redução, diz o banco, continuará a beneficiar o consumo de leite longa vida.

Nesse período, a perspectiva é de um crescimento marginal no consumo de lácteos como um todo, mas algumas categorias devem desempenhar melhor que outras, segundo o banco (ver gráfico). A demanda por leite longa vida e por queijo deve crescer a uma taxa anual próxima de 2% em volume até 2020. (As informações são do Valor Econômico)

 
 
Tecnologia retém produtor
Após identificar a gestão como uma das principais necessidades da atividade leiteira, o estudante Dionatan Hamester, 23 anos, desenvolveu uma ferramenta para ajudar o produtor a tomar decisões. Foi assim que nasceu, há cinco anos, a Control Milk, uma startup com sede em Teutônia que fornece relatórios zootécnicos, financeiros e gráficos da criação e ordenha. O sistema usa dados históricos, avalia padrões de produção, detecta problemas a serem resolvidos preventivamente e aponta datas corretas para reprodução, alertando o produtor para não esquecer do período recomendado. Graduando em Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela Univates e sem ligação com o campo, Hamester uniu-se ao sócio, Vilson Mayer, formado em Ciências Agrárias, para criar o programa que hoje está em mais de 200 propriedades dos três estados da região Sul e na Bahia. A ferramenta também tem despertado o interesse de cooperativas, que podem fazer a tecnologia chegar à propriedade rural. Usuário do software, o produtor de leite Diego Dickel, 22 anos, de Teutônia, afirma que a possibilidade de acesso à tecnologia na propriedade pesou na opção que fez por permanecer no campo. "Consigo ver exatamente o período de lactação e verificar bem a previsão de parto, por exemplo", explica. (Correio do Povo)

 

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