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02/12/2015

         

Porto Alegre, 02 de dezembro de 2015                                                 Ano 9 - N° 2.159

 

 Robô substitui mão-de-obra na ordenha

A ideia de que um robô execute as tarefas do dia a dia no campo, possibilitando ao produtor mais tempo livre, há alguns anos lembraria um roteiro de ficção científica. Na produção de leite, porém, este cenário começa a virar realidade. Em dois empreendimentos iniciados neste ano no Rio Grande do Sul, ainda em fase de adaptação, a penosa prática da ordenha passou a ser feita pela máquina, sem a necessidade de mão de obra humana. De início, o aparelho conhecido como Sistema de Ordenha Voluntária (VMS, na sigla em inglês), provocou a desconfiança de alguns produtores associados à Dália Alimentos na pacata Nova Bréscia, onde o robô já está em atividade. Afinal, é a própria máquina que identifica, com um laser, a localização dos tetos, encaixando as teteiras no local correto por meio de um braço pneumático. Antes, cada teto é higienizado pelo próprio robô. Todo o processo de ordenha dura até sete minutos e pode ser repetido cinco vezes por dia, enquanto as granjas normais fazem duas ordenhas. "É um projeto que proporciona conforto e bem-estar aos animais e aos produtores de leite", define o supervisor de Gado Leiteiro da Dália Alimentos, Fernando Oliveira de Araújo. Após a ordenha, o leite é encaminhado automaticamente para um resfriador, e de lá segue para o transporte. "Depois que sai da vaca, ninguém coloca a mão no leite", observa Araújo. O sistema totalmente automatizado permite que apenas cinco funcionários trabalhem no condomínio. A estrutura conta, ainda, com um gerador, que é acionado em caso de queda de energia.

Prestes a ser inaugurado oficialmente, no dia 10, o Condomínio Dei Produttori di Latte Brescia -- batizado em homenagem aos imigrantes italianos -- conta com 16 produtores associados. O investimento de R$ 5 milhões na compra dos equipamentos, importados da Suécia, foi feito pela Dália Alimentos, em parceria com a prefeitura, que cedeu o terreno, e com os produtores, que entraram com o rebanho e com a silagem. Outros três empreendimentos serão inaugurados ano que vem em Roca Sales, Arroio do Meio e Candelária. Embora a ordenha robotizada já exista no Estado (leia mais na página 2), este é o primeiro empreendimento da América Latina em formato associativo com pequenos produtores. Em Nova Bréscia, a ordenha robotizada começou a ser feita em outubro. O local conta, até o momento, com 181 animais -- todos da raça Holandês --, sendo 115 em produção de leite. A capacidade, no entanto, é para 210 em lactação, que serão ordenhados por três robôs. Por enquanto, o período é de adaptação, já que todos os animais eram criados a pasto antes de entrar no condomínio. A produção, hoje, está em cerca de 2,5 mil litros por dia, número considerado baixo para o sistema. "Muda toda a rotina, então essa é uma lactação de transição", explica Araújo. A expectativa é de que, na próxima lactação, a produção fique acima de 30 litros por vaca, o que resultaria em um total de 6,3 mil litros por dia. Para o produtor, a implantação do sistema representa mais tempo para dedicar-se a outras atividades. "Dá para desfrutar da qualidade de vida a que todo ser humano tem direito", afirma Admir Lorenzon, 62 anos, que destinou 20 vacas ao condomínio. "Se não fosse esse projeto, alguns iriam desistir da produção", acredita.

A remuneração ao produtor irá funcionar de acordo com o valor de mercado de cada animal. A ideia da ordenha robotizada surgiu no Conselho de Administração da cooperativa, que demonstrou preocupação com o fato de que muitas famílias não conseguiam fazer a sucessão no campo. "Vimos que o leite é uma atividade rentável, se bem conduzida, mas que teríamos que ter propostas novas. E fomos buscar soluções mundo afora", explica o presidente do conselho, Gilberto Piccinini, que também preside o Instituto Gaúcho do Leite (IGL). A compra dos equipamentos foi concretizada em 2013, após viagem à Suécia. Segundo Piccinini, a viabilidade do investimento está associada à busca por escala de produção. "Essa escala diminui os custos e damos ao produtor a perspectiva de uma melhor qualidade de vida", observa. (Correio do Povo)

 
 
 
Carrossel eleva rendimento

Diferente do sistema que utiliza apenas o braço robótico, a ordenhadeira rotatória, com capacidade para ordenhar 50 vacas em dez minutos, vem sendo utilizada por grandes produtores de leite que não conseguem encontrar mão de obra para a atividade. Há três anos, a Rasip, de Vacaria, investiu na compra de um equipamento como este e conseguiu duplicar o tambo. Na época, a empresa tinha entre 500 a 600 vacas em lactação. Agora, são mil animais em lactação.

Com a ordenhadeira rotatória, há possibilidade de ampliar o tambo para 1,2 mil vacas. "Funciona como uma linha de montagem", explica o diretor de operações da Rasip Lácteos, Celso Zancan. Cada vaca usa uma tornozeleira eletrônica e é ordenhada três vezes ao dia. Para gerenciar a máquina, importada da Alemanha, são necessários cinco funcionários. No sistema convencional seriam necessárias oito pessoas para trabalhar no processo completo de ordenha. "O rendimento é maior", avalia Zancan, referindo-se à mão de obra automatizada.

O equipamento rotatório demora quatro horas para ordenhar os mil animais, criados em confinamento. A Rasip produz de 25 mil e 28 mil litros de leite por dia, em média. Toda a produção é destinada à fabricação de queijo tipo grana. (Correio do Povo)

Tetra Pak e DeLaval aumentarão n° de vacas leiteiras na China até 2020 e promoverão treinamentos

A Tetra Pak e a DeLaval assinaram um acordo com a Associação de Lácteos da China para treinar 150 gerentes de fazendas leiteiras durante os próximos cinco para que eles sejam capazes de administrar fazendas leiteiras de grande escala. A iniciativa é parte dos planos do governo de aumentar o número de vacas leiteiras criadas nessas fazendas de 45% para 60% até 2020 e melhorar a eficiência de produção, aumentando a qualidade dos produtos e melhorando os padrões de bem-estar animal.

A vice-presidente de comunicações da Tetra Pak para a Grande China, Angela Mou, disse que o programa de treinamento inclui gestão de fazendas leiteiras, cria, nutrição e prevenção de doenças. Isso será fornecido por meio de palestras na Universidade de Agricultura (UAC) de Pequim, um estágio de dois meses em uma fazenda modelo da China e uma oportunidade para visitar e estudar na fazenda Hamra, da De Laval, e outras fazendas leiteiras na Suécia.

"Esse programa de treinamento é aberto para gerentes e técnicos de fazendas leiteiras em toda a China, se eles cumprirem o critério de seleção. A UAC selecionará 150 candidatos usando três critérios e os trainees deverão ser gerentes gerais ou gerentes técnicos de fazendas leiteiras (com mais de 300 vacas leiteiras). Eles deverão ter mais de três anos de experiência de trabalho relevante e deverão ter uma base educacional no manejo de animais ou em medicina veterinária".

De acordo com Mou, a indústria de produção leiteira na China tem tradicionalmente sido limitada a fazendas familiares, com somente uma ou duas vacas. À medida que a demanda por leite fluido está crescendo agora em escala massiva, o governo chinês se comprometeu a tornar a indústria de lácteos mais produtiva, criando fazendas maiores e mais eficientes. "Entretanto, o ritmo de crescimento em fazendas de tamanho médio e grande excedeu o número disponível de produtores com habilidades apropriadas. Dessa forma, o investimento em talento qualificado é requerido".

"O leite fluido não é tradicionalmente consumido na China e no Sudeste da Ásia, mas é visto como uma adição saudável à dieta local. Entretanto, as maiores rendas, o crescimento populacional, a urbanização e as mudanças no gosto e na dieta estão levando a uma maior demanda por leite fluido e produtos lácteos".

O professor, Li Shengli, da UAC, e o cientista chefe de Produção Leiteira do Ministério da Agricultura da China, disseram que o consumo de leite fluido ainda está baixo, em menos de 20 litros per capita. "Isso é aproximadamente metade do consumo na Ásia e um quinto da média na Europa. Entretanto, o aumento da renda disponível, combinada com o desejo das pessoas de melhorar sua qualidade de vida, significa que o tamanho e o potencial de crescimento do mercado doméstico é enorme; a China precisa desenvolver sua própria indústria de lácteos".

A Tetra Pak iniciou o programa de treinamento com a UAC em 2013, para treinar gerentes e técnicos para fazendas modernas. Após dois anos do programa piloto, o programa de treinamento mostrou eficácia e foi reconhecido pela indústria de lácteos, bem como pelo governo.

A primeira colaboração da Tetra Pak e da DeLaval foi melhorar as fazendas que forneciam leite cru para o Programa de Nutrição Escolar da China; até 2014, todas as 194 fazendas envolvidas no projeto alcançaram padrões de qualidade da União Europeia (UE). Os esforços conjuntos das companhias também incluem o desenvolvimento de treinamento virtual para produtores por meio de programas de televisão e distribuição gratuita de DVDs e livretos educacionais.

"Os ministérios chinês e sueco assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) em 2012 para fortalecer a cooperação agrícola bilateral, especialmente no setor leiteiro. Como parte do MoU 2012, cada ano os dois ministério enviam grupos de trabalho para se reunir e discutir áreas de cooperação". (As informações são do Dairy Reporter)

PIB brasileiro cai 1,7% no terceiro trimestre

O PIB (Produto Interno Bruto), medida da produção e da renda do País, caiu 1,7% no terceiro trimestre deste ano na comparação aos três meses imediatamente anteriores, para R$ 1,481 trilhão, informou ontem o IBGE. É o terceiro trimestre consecutivo de queda do PIB, a mais longa sequência desde o ano de 1990, quando o governo Collor confiscou o dinheiro depositado na caderneta de poupança para tentar conter a hiperinflação. O PIB já havia caído 0,8% no primeiro trimestre e 2,1% no segundo na comparação com os três meses anteriores, segundo dados revisados pelo IBGE. A economia entra tecnicamente em recessão depois de retrair por dois trimestres seguidos. Segundo Claudia Dionísio, gerente de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, o resultado do PIB reflete a fraqueza da demanda interna brasileira, afetada pela piora do emprego e renda, crédito mais restrito e inflação mais alta. "Estamos vendo assim taxas mais negativas na economia", disse Claudia. 

Pela avaliação da FGV (Fundação Getulio Vargas), entretanto, a recessão começou há ainda mais tempo, no segundo trimestre de 2014, quando houve uma piora geral dos indicadores econômicos. Quando comparado ao mesmo período de 2014, o PIB teve um recuo de 4,5% de julho a setembro. A economia assim recuou 3,2% no ano e 2,5% no acumulado de quatro trimestres (12 meses). Nesta base de compara- ção, foi a queda mais intensa da série histórica da pesquisa, iniciada em 1996; e também a sexta queda consecutiva, a maior sequência da série histórica. A manutenção do quadro de recessão fez a economia brasileira registrar o segundo pior desempenho no mundo. O País ocupou, no terceiro trimestre deste ano, a vice-lanterna (41ª posição) do ranking de 42 países que já divulgaram o resultado do PIB no período, apontou a agência classificadora de risco Austin Rating. A retração de 4,5% na atividade econômica brasileira no terceiro trimestre ante o mesmo trimestre do ano anterior só não foi pior do que o desempenho da Ucrânia, país que enfrentou guerra civil, cujo PIB amargou recuo de 7% no período. A economia brasileira sofre com uma combinação de fatores, desde a perda de dinamismo do crescimento econômico global até a conta de anos de uma polí- tica econômica que fragilizou as finanças públicas. 

A crise política também não dá trégua. Os principais componentes do PIB tiveram queda neste terceiro trimestre. Pelo lado da demanda, o consumo das famílias recuou 1,5%, e os investimentos tiveram queda de 4% frente aos três meses anteriores. Pela ótica da oferta, a indústria teve uma baixa de 1,3% no mesmo tipo de comparação. Segundo o IBGE, o consumo do governo -- o que inclui União, estados e municípios -- continuou crescendo no terceiro trimestre, em 0,3% frente aos três meses anteriores. Frente ao mesmo período de 2014, porém, houve queda de 0,4%. O setor agropecuário contribuiu negativamente para o PIB, uma das surpresas da divulgação, com baixa de 2,4% na passagem do segundo para o terceiro trimestre. Frente ao mesmo período de 2014, a queda foi de 2%. Os dados revisados apontam um recuo ainda maior da agropecuária no segundo trimestre. O valor anterior, de 2,7% de queda, foi ampliado para 3,5%. Segundo a gerente do IBGE, o terceiro trimestre concentrou a colheita de culturas que estão com safra menor neste ano, como café, cana-de-açúcar, laranja e algodão. Claudia disse que o setor responde por 5,2% do PIB brasileiro, e não foi, portanto, o que mais pesou no resultado. (Jornal do Comércio)

 
 
Exportações
As exportações de soja em grãos, farelo e óleo de soja, milho, carne suína, etanol e petróleo bruto do Brasil nos primeiros 11 meses de 2015 já superam os volumes registrados no ano de 2014 inteiro, em um momento em que a desvalorização do real favorece a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.  (Fonte: Reuters)

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