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10/11/2015

         
 

 
 


 

Porto Alegre, 10 de novembro de 2015                                                 Ano 9 - N° 2.143

 

 Liminares garantem transporte do leite 


O Sindicato da Indústria dos Laticínios do RS (Sindilat) informa seus associados que há cinco liminares judiciais obtidas pela assessoria jurídica vigentes para garantir o transporte do leite pelas estradas gaúchas. As decisões valem para os municípios de Passo Fundo (BR 285), Santo Ângelo (BR 285 e BR 344), Palmeira das Missões (BR 468 e BR 386), Santa Rosa (BR 472) e Carazinho (BR 285 e BR 386). Tais determinações foram obtidas ainda no primeiro semestre de 2015 quando da Greve dos Caminhoneiros e chegaram a ter pedido de efeito suspensivo encaminhado à Justiça em função do fim dos bloqueios. Agora, frente ao novo movimento e à não-apreciação da desistência pela Justiça, elas seguem valendo. A Assessoria Jurídica do Sindilat já peticionou nos processos solicitando que se desconsidere pedido anterior e se mantenha as liminares.

Por isso, alerta o presidente do Sindilat, Alexandre Guerra, empresas que estiverem enfrentando problemas nessas regiões para transportar o leite podem valer-se das liminares para solicitar a retomada das atividades à força policial. "Esta greve está mais amena. As liminares estão nos ajudando a manter o fluxo do leite dentro do controle", pontuou. (Assessoria de Imprensa Sindilat)

 
 
Ficou lento, mas não parou
Dizer que o primeiro dia da greve dos caminhoneiros não teve nenhum efeito no transporte da produção gaúcha seria um erro. Mas mesmo entre os representantes das indústrias ligadas ao agronegócio, a percepção é de que o fluxo, apesar de retardado, não foi estancado. Nos pontos de bloqueio, cargas perecíveis ganharam passagem.

- No primeiro dia, ainda deu para operacionalizar o transporte. Mas como o movimento não tem um líder, é preciso negociar a passagem em cada parada - afirma Alexandre Guerra, presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat-RS).

Em muitos locais, as empresas buscaram rotas alternativas para garantir o transporte de itens processados e também de matéria-prima. O grupo anticrise esteve reunido ontem e hoje, no início da tarde, volta a fazer uma avaliação dos efeitos da paralisação. Estão envolvidos nessa discussão representantes de entidades de RS, SC, SP e MG. Em outros Estados, a preocupação com os efeitos da parada é grande, sobretudo em Minas Gerais.

- Como já existe todo um sistema de liminares, os movimentos estão sendo mais cuidadosos - pondera José Eduardo dos Santos, diretor-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura, sobre a liberação das cargas perecíveis.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que reúne as indústrias de suínos e aves, garante que as liberações judiciais obtidas em fevereiro contra os bloqueios seguem valendo. É o caso da liminar da 1ª Vara Federal de Joaçaba (SC), que concede às empresas associadas trânsito livre nas rodovias federais. O alerta é de que a passagem tem de ser concedida para caminhões carregados ou que estejam buscando carga. Em fevereiro, os prejuízos foram de mais de R$ 700 milhões.

- Novembro será crucial para o setor recuperar perdas com a primeira greve dos caminhoneiros, além da paralisação dos trabalhos dos fiscais federais agropecuários, entre setembro e outubro. Neste mês, grandes importadores, como a Rússia, elevam suas importações visando a formação de estoques para enfrentar o inverno, quando a atividade de portos é suspensa devido ao frio e ao gelo - reforça Francisco Turra, presidente da ABPA. (Zero Hora)

 

Aftosa

Segue até 30 de novembro a segunda etapa de vacinação contra a febre aftosa no Rio Grande do Sul. Deverão ser imunizados bovinos e bubalinos de até 24 meses de idade, que somam 5 milhões no Estado, segundo a Secretaria da Agricultura. Para esta etapa, 2 milhões de doses de vacinas serão doadas a produtores inscritos no Programa Nacional de Apoio à Agricultura Familiar (Pronaf) ou no Prorama Estadual de Desenvolvimento da Pecuária de Corte Familiar (Pecfam) que tiverem até 30 animais. Os demais deverão adquirir as doses em casas agropecuárias credenciadas. (Zero Hora)

Faemg debate criação do Conseleite

A Comissão Técnica de Pecuária de Leite da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) se reuniu em Belo Horizonte, no dia 4, para debater as perspectivas e desafios do setor para 2016. Os principais temas abordados no encontro foram a criação de um Conseleite, recuos no preço do leite e os custos de alimentação do gado em meio a estiagem.

Para o presidente da comissão, Eduardo de Carvalho Pena, "É unânime o entendimento de que, para o mercado de lácteos, a criação do Conseleite é indispensável. E urgente. Não adianta debatermos os problemas do setor, custos e preços, se não conseguimos um diálogo racional com a indústria, que no final é sempre quem dita o ritmo, com ou sem justificativas, Temos que correr atrás para torná-lo realidade".

A comissão também discutiu a Resolução conjunta SEMAD-IGAM 2249/2014, que estabelece critérios para implantação e operação dos equipamentos hidrométricos no estado, e a degradação das pastagens mineiras. Segundo estudo do Inaes, cerca de 75% das pastagens do Estado estão em condições ruins, interferindo na rentabilidade do setor. (Fonte: Portal DBO, com informações da FAEMG)

Laticínios apostam no potencial do mercado árabe

A indústria brasileira de lácteos aposta na retomada das exportações e está de olho no potencial do mercado árabe. Representantes do setor participaram do Fórum Empresarial América do Sul-Países Árabes, encontro que ocorre neste domingo (08) e na segunda-feira (09) em Riad, e que antecede a Cúpula América do Sul Países-Árabes (Aspa), reunião de governos das duas regiões que será realizada esta semana, também na capital da Arábia Saudita.

"O mercado [árabe] é grande consumidor de produtos como leite condensado, evaporado, em pó e manteiga", disse o CEO do laticínio Itambé, Alexandre Almeida.

O Brasil não exporta lácteos em grande quantidade de forma constante, pois o mercado interno é muito grande, o que resulta em pouco excedente. Quando os preços estão baixos no mercado internacional o produto brasileiro perde competitividade e diminui o interesse dos exportadores.

O consumo interno, no entanto, já é relativamente alto, de cerca de 170 litros por habitante por ano, então a tendência é que a produção, que cresce em média 4% ao ano, avance mais do que a demanda brasileira, liberando mais produto para exportação. "Não tem jeito de não exportar", afirmou o assessor técnico da Associação Brasileira de Laticínios, Gustavo Beduschi.

Além disso, o setor espera que, a partir de meados do ano que vem, os preços internacionais do leite em pó voltem a patamares favoráveis às exportações brasileiras, de US$ 3 mil a US$ 3,5 mil por tonelada, segundo Almeida.

Diretor de Relações Institucionais do laticínio Piracanjuba, Cesar Helou acrescentou que a desvalorização do real frente ao dólar dá ainda mais impulso às exportações. "Nós acreditamos que o câmbio, no patamar que está, abre caminho para [o País] ser exportador", declarou.

Na década passada, o Brasil chegou a ser grande fornecedor de lácteos para países árabes. A Argélia, por exemplo, foi o maior mercado dos laticínios nacionais por um curto período. As maiores vendas ocorreram em 2008. Mas esta oportunidade ocorreu em função de questões conjunturais, como a seca que atingiu a Nova Zelândia, a maior produtora mundial, e que reduziu a disponibilidade de produto no mercado, elevando os preços.

Agora, as empresas estão se preparando para voltar a vender em grande escala. A Itambé, por exemplo, está reativando uma fábrica de leite evaporado que estava parada. "A retomada vai ser rápida", disse Almeida.

Helou, por sua vez, disse que a Piracanjuba retomou contatos que tinha no Oriente Médio e que toda a linha de produtos da companhia tem certificação halal, que atesta que o alimento foi preparado de acordo com preceitos muçulmanos.

Beduschi observou que hoje a Venezuela é o maior mercado dos lácteos brasileiros no exterior, mas a Arábia Saudita já aparece em segundo lugar, com importações de US$ 10,2 milhões de janeiro a outubro deste ano. Ele acrescentou que a associação, que é nova, vai firmar um acordo de promoção comercial com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e que dos sete mercados prioritários, quatro são árabes: Arábia Saudita, Argélia, Egito e Emirados Árabes Unidos.

Além do mundo árabe, o setor está na expectativa da abertura do mercado Chinês. A China não importa do Brasil, mas a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, que está na Arábia Saudita, vai visitar também o país asiático e existe a expectativa de liberação das importações. (Fonte: Agência de Notícias Brasil-Árabe, adaptado pela Equipe Milknet)
 

No radar
Será protocolado amanhã, na Assembleia Legislativa, o projeto de lei para regulamentação de venda e transporte de leite no Estado. O novo texto, com contribuições de entidades do setor, será entregue pelo Executivo em regime de urgência, o que faz com que tenha de ser avaliado dentro de um mês. Ou seja, com tempo hábil para ser votado ainda em 2015. (Zero Hora)
 

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