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Projetos contemplam estudantes de ensino Fundamental e Médio, oferecendo vivências nos meios rural e urbano

27/04/2015

68O aprendizado associado a momentos de lazer e divertimento é o diferencial proposto pelo segmento de turismo pedagógico, que tem crescido no mercado brasileiro focado no desenvolvimento de novas empresas no trade. Projetos como o implementado pela Fundação Turística de Joinville, ligada à prefeitura do município catarinense, oferecem a crianças e adolescentes a oportunidade de vivências diversas no campo, enquanto abrem as portas para uma fonte de renda extra entre os agricultores, fomentando também o destino, que é mais conhecido nacionalmente por sua atividade industrial.

“Há muito tempo que viver só do plantio já não é suficiente para sustentar toda a família”, explica o turismólogo Henrique Menestrina, filho de arrozeiros que, junto com o pai, José Menestrina, cumpre a rotina de receber grupos de escolas e da terceira idade, entre outros, em visita à propriedade rural. Ele admite que investir nesta atividade foi a forma encontrada pela família para permanecer no campo. “Hoje em dia, este é nosso principal negócio. Iniciamos no segmento de turismo rural há mais de uma década, mas o movimento começou a ficar forte somente há cinco anos.” A virada que garantiu o da empreitada está vinculada ao projeto Viva Ciranda, criado pela Fundação Turística de Joinville em 2010. A iniciativa do poder público literalmente transformou 14 propriedades da área rural do município em salas de aula ao ar livre.

Ali, alunos de escolas públicas de ensino Fundamental e Médio aprendem a manter contato com a natureza e a respeitar o meio ambiente e os animais. Os atrativos do projeto incluem cenários que vão desde quedas d’água cercadas por orquídeas e pássaros em meio à Mata Atlântica, passando por riachos, mirante para a Serra do Mar, montanhas, cachoeiras e vastos arrozais.

 

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No caminho, as crianças estudam sobre hortas orgânicas e interagem com diversos tipos de flores e animais, cruzando trilhas ecológicas e consumindo produtos caseiros e café colonial. Abordados previamente na escola, os temas de aprendizado dos passeios incluem ainda o estudo de pequenos bichos, aves exóticas, abelhas e mel, ervas medicinais, águas e nascentes, e tratamento ecológico de esgoto. Depois da visita às propriedades rurais, estes assuntos são novamente desenvolvidos pelos professores, desta vez de forma mais aprofundada, com direito a testes e provas para avaliar o aproveitamento da atividade entre os alunos. A pedagoga e coordenadora do Viva Ciranda, Anelise Falk, conta que, em 2011, a Fundação Turística de Joinville recebeu incentivo de R$ 130 mil do Ministério do Turismo para a viabilização e desenvolvimento do projeto.

Com este dinheiro, foi possível produzir material de divulgação e pedagógico, além de capacitar os produtores, que viajaram para a França e acompanharam, por 10 dias, o modelo de trabalho com turismo pedagógico entre os agricultores locais e estudantes
franceses. “O programa em Joinville foi muito bem estruturado, tanto que disponibiliza até jogos lúdicos sobre todos os temas desenvolvidos nos passeios, evitando o cancelamento de visitas em dias de chuva, quando não é possível desbravar as propriedades”, comenta Anelise.

Somente no ano passado, cerca de 25 mil visitantes passaram pelas 14 propriedades rurais parceiras do projeto Viva Ciranda, sendo que 70% deste público foi de estudantes de diversos níveis, desde o jardim de infância até a universidade. “Deu tão certo que já recebemos inclusive visitas técnicas de secretarias de Turismo de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e de estados da região Norte, que vieram conhecer nosso trabalho para reproduzir o modelo”, comemora a coordenadora do Viva Ciranda.

“É bom para a economia da cidade, e também vira uma outra fonte de renda para quem depende da atividade agrícola”, avalia Anelise. As taxas por pessoa são acessíveis: R$ 8,00 sem lanche, e em torno de R$ 20,00 com refeição inclusa. Todas as visitas são feitas através de agendamento, para que os agricultores possam planejar a apresentação e atividades de acordo com a série escolar demandada. No caso de escolas públicas, o projeto disponibiliza transporte gratuito, em ônibus próprio. (Jornal do Comércio)

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